Uma comissão de oito estudantes se reuniu na tarde de hoje, 14, no Instituto de Biociências (Inbio) com o vice-reitor Albert Schiaveto; a pró-reitora de Gestão de Pessoas, Gislene da Silva; a ouvidora Mariane Wolf; a diretora do Instituto, Carla de Arruda e a coordenadora do curso de Ciências Biológicas, Aline Lorenz, para tratar sobre o afastamento do professor do Inbio, ocorrido no último dia 12, após sentença judicial, para apuração de responsabilidade. Também participaram da reunião o coordenador administrativo, Eder Afonso Doná, e a coordenadora de gestão acadêmica, Iraceles Laura.
Os estudantes presentes solicitaram a demissão imediata do professor e o afastamento permanente das aulas e dos projetos desenvolvidos no Inbio. Os estudantes questionaram também a demora da UFMS em afastar o professor de suas atividades acadêmicas. A estudante Rebeca Garcia do Nascimento, representante do Centro Acadêmico, pediu para que o caso seja um exemplo para coibir que outros homens que tenham a mesma fala, a mesma atitude, sejam alertados. “A universidade deve ser um pilar de exemplo para a nossa sociedade. Infelizmente, foram nove anos de impunidade, sendo que ele continuou tendo acesso a outras estudantes”.
“Nesta atual gestão, que assumiu a 135 dias, temos tolerância zero para casos de assédio e estamos comprometidos com uma universidade inovadora, sustentável e humana. As pessoas estão no cerne desse processo e, de imediato, ao tomar conhecimento do caso, a reitora Camila Ítavo decidiu pelo afastamento, para preservar a comunidade universitária, e a abertura do processo disciplinar”, enfatizou o vice-reitor.
A ouvidora da UFMS explicou que em agosto de 2016 a denúncia foi arquivada pela gestão da época e que, com a sentença, a nova gestão pode realizar todas as medidas administrativas de maneira imediata. A pró-reitora de Gestão de Pessoas explicou que a legislação determina a criação da CPAD para que haja qualquer punição a servidores federais. “Do contrário, uma ação é facilmente reversível”.
Ao final da reunião, a coordenadora do curso Aline Lorenz se colocou à disposição dos estudantes, bem como a direção do Inbio. A Proaes e a Progep realizarão atendimento especial para o Instituto de Biociências nessa situação tão dolorosa para estudantes, servidores e colaboradores.
Sobre denúncias e cuidado
A ouvidora da UFMS esclareceu aos estudantes os procedimentos para as denúncias de assédio. “Todas as denúncias são recebidas pelo Fala.Br e quando há materialidade, como fotos, prints de conversas, áudios etc, são encaminhadas para abertura de processo pela Corregedoria”. Ela distribuiu aos estudantes o Guia para Denúncias de Assédio.
A UFMS possui Política de Prevenção e Enfrentamento ao Assédio, Ouvidoria Feminina, Corregedoria e Procuradoria Federal, além da Pró-reitoria de Assuntos Estudantis e da Pró-reitoria de Gestão de Pessoas, para diálogo e esclarecimentos aos estudantes e servidores, e, uma das únicas pró-reitoria de Cidadania e Sustentabilidade do país.
Texto e Fotos: Rose Pinheiro
