Mostra coletiva e apresentação cultural fazem parte das celebrações dos 46 anos de Federal

Nesta terça-feira, 1º, as celebrações dos 46 anos de Federal foram marcadas pela abertura da mostra coletiva Jovens Artistas e pela apresentação musical O Tempo e a Artista, no auditório Prof. Luis Felipe de Oliveira, localizado no setor 3 da Cidade Universitária. O show foi transmitido ao vivo pelo canal da TV UFMS para todos os câmpus.

A reitora Camila Ítavo acompanhou a programação e destacou a integração entre estudantes, servidores, colaboradores e a comunidade. “Isso nos humaniza, nos conecta ao que há de mais profundo, que é o ser humano. Ontem, nós tivemos a velha guarda, representada pelo nosso artista plástico Jonir [Figueiredo], também pelo artista plástico Humberto Espíndola, honoris causa da Universidade e também contando a efervescência cultural da Universidade. Acho que tem tudo a ver a gente promover um encontro entre a velha e a jovem guarda, mas a gente pensar a UFMS como esse centro de cultura e de arte, como esse centro pensante, como esse centro de formação de cidadãos e cidadãs e arte vindo para nos brindar, para todas as pessoas de todas as áreas de conhecimento, para toda a população”, enfatizou.

Enquanto a exposição Itinerâncias, aberta na segunda-feira, reúne o acervo da Universidade de obras originais de artistas regionais, a mostra coletiva abre espaço para os novos talentos. “Ontem nós vimos, o que pode dizer os pioneiros, os que deram a nossa identidade para a nossa arte sul-mato-grossense. Nós estamos vendo aqui hoje a exposição de alunos egressos, que aprenderam cientificamente o que é a arte dentro da Universidade e estão podendo se inspirar em Mato Grosso do Sul e colocar a sua arte aqui à disposição”, falou a pró-reitora de Extensão, Cultura e Esporte, Lia Brambilla.

Para a diretora de Cultura, Arte e Popularização da Ciência da Pró-Reitoria de Extensão, Cultura e Esporte, Rozana Valentim, é fundamental continuar incentivando a produção artística na Universidade. “Hoje nós tivemos a abertura da exposição Jovens Artistas, que reúne o trabalho desses artistas que estão cursando Artes Visuais ou são egressos da Universidade, com temáticas variadas, desde as questões sociais para a gente refletir, pensar. A arte também tem essa função de nos proporcionar reflexões, de nos tocar de maneiras diferentes. A gente tanto pode pensar em como transformar o mundo, em como fazer parte do mundo. Essa exposição é isso, um diálogo com o tempo e como esses jovens estão pensando a vida que a gente tem e o que eles querem proporcionar a partir de seus trabalhos”, ressaltou.

“É uma valorização do trabalho dos artistas locais, dos artistas da Universidade, dos músicos, é uma noite bem especial para apresentação dessa produção feita por eles e orientada pelos professores aqui da casa”, complementou o diretor da Faculdade de Artes, Letras e Comunicação (Faalc), Gustavo Penha, em relação a apresentação musical. “Esse espetáculo é resultado de uma pesquisa da Nária [Santos], é o trabalho de TCC que está sendo concluído, que está sendo formado em um recital didático sobre o tema do tempo, com algumas questões que abordam a questão do tempo. Foi construído ao longo de um ano, um ano e meio, mais ao menos, e aborda o tempo do ponto de vista musical, filosófico e poético, também artístico de uma maneira bem ampla, a partir da canção nacional, canções brasileiras”, explicou.

Entre os artistas com obras expostas na mostra coletiva Jovens Artistas estão Ana Mallmann, Elias de Aquino, Camile Cremm, Isabê, Ernesto Zanin, Ryan Paes, Gabriel Britto, Leo Mareco e Júlian Vargas.

“Para mim, é uma honra estar participando dessa exposição com vários colegas, que a gente praticamente divide espaços de arte juntos. Estar aqui no nosso lar, que é a UFMS, onde a gente passou muitos anos da nossa vida, é uma extensão de nós, uma extensão da nossa casa. Eu fiquei muito feliz com o convite, fiquei muito honrado”, contou Ryan Paes, um dos expositores, com obras voltadas para o impacto, a vibração e o grito.

Já o estudante de Artes Visuais da Faalc Ernesto Zanin teve a oportunidade de expor seu trabalho pela primeira vez. “Eu tinha vergonha do meu trabalho, aliás. Trazer isso para cá foi muito importante e as obras são muito pessoais, elas trazem uma carga que, para mim, sou eu. É como se eu tivesse recolhido frutos do meu passado e finalmente estivesse pronto para soltar isso”, revelou.

Em relação a apresentação musical O Tempo e a Artista, o repertório foi composto por músicas autorais e de artistas como Chico Buarque, Caetano Veloso, Emicida, Belchior e Gilberto Gil. “Esse trabalho surgiu justamente das minhas reflexões acerca do tempo nos últimos tempos da minha vida e eu queria estender para minha arte, que era o que minha me motivando a continuar a faculdade, entender como que o tempo anda de mãos dadas com a arte. Transformei isso em uma pesquisa que está sendo finalizada agora e em um repertório novo”, revelou a estudante Nária Santos. A cantora, intérprete e compositora completou dez anos de carreira musical em 2025 e foi uma das atrações da última edição da Sexta na Concha.

Texto: Thalia Zortéa e Lúcia Santos

Fotos: Heloísa Garcia