Professores deixam legado de dedicação à ciência e educação de Mato Grosso do Sul

A UFMS lamenta o falecimento de dois professores ocorridos nesta semana. O professor da Faculdade de Engenharias, Arquitetura e Urbanismo e Geografia (Faeng) Rubens Milton Silvestrini de Araújo, na última segunda, 17, e o professor da Faculdade de Artes, Letras e Comunicação (Faalc) Manoel Câmara Rasslan, nesta quinta, 20.

A reitora Camila Ítavo expressou as condolências aos familiares e amigos dos professores e agradeceu às contribuições de ambos à Universidade. O Conselho Universitário aprovou ontem, 21,  a indicação de Manoel Rasslan ao título honorífico de servidores eméritos. “Nossos sentimentos a todos os familiares e colegas que conviveram com eles e nosso agradecimento por tudo que fizeram na nossa UFMS, em prol da educação e da ciência de Mato Grosso do Sul e do Brasil”, disse.

O professor Rubens Milton Silvestrini de Araújo contribuiu com a Universidade por 19 anos, sendo inclusive um dos primeiros professores do curso de Administração do Câmpus da UFMS de Aquidauana (CPaq). Ele era formado em Engenharia Agronômica pela Escola Superior de Agronomia de Paraguaçu Paulista (SP), especializou-se em Administração de Empresas Agrárias e Agroindustriais pela Universidade Católica Dom Bosco, mestrado em Administração pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e doutorado em Ciências pela Universidade de São Paulo.

Um dos focos das pesquisas de Silvestrini era a gestão ambiental agroindustrial, bem como saneamento ambiental, recursos hídricos e climáticos. Nos últimos anos, o professor coordenou pesquisas sobre recuperação florestal da erva-mate em áreas indígenas, as perspectivas para a agroindústria da citricultura comercial no estado e os impactos do ICMS Ecológico para a política de proteção ambiental de Mato Grosso do Sul.

O professor Manoel Câmara Rasslan contribuiu com a Instituição por 42 anos. Ele fez graduação em Música pelo Conservatório Brasileiro de Música – Centro Universitário e licenciatura em Geografia pelas Faculdades Unidas Católicas de Mato Grosso. Seu contato com a Universidade começou antes mesmo de ter sido empossado como regente da Instituição em 1982. A partir de um projeto da UFMS, ele conheceu o maestro Vitor Marques Diniz, um dos responsáveis pelo desenvolvimento de uma intensa atividade musical na Instituição, por meio do projeto Arsis, entre os anos de 1986 e 1988.

Como regente da Universidade, o professor conduziu as atividades de canto coral desde 1989. Em 2007, Rasslan concluiu o mestrado em Educação e, em 2013, conquistou o título de doutor pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da UFMS. Em 2016, ele assumiu como professor do curso de Música da Faalc, onde continuou atuando na coordenação do Movimento Coral da UFMS e na formação continuada de músicos em todo o Estado, no Brasil e no exterior.

Depoimentos

A pró-reitora de Cidadania e Sustentabilidade, Vivina Sol, conheceu o professor quando ambos atuavam no CPaq. “Rubens era um profissional comprometido, um pesquisador de excelência. Um colega de trabalho incrível, parceiro, companheiro, tinha empatia. Além do trabalho realizado na docência, no ensino, na pesquisa e na extensão, ele deixa o legado de humanidade, simplicidade, empatia, alteridade, resiliência, importância do trabalho coletivo e de que juntos fazemos mais e melhor”, relembrou.

“Sempre atento às necessidades da Faculdade, esteve presente em diversos cursos, com destaque para Arquitetura e Engenharias, onde sua experiência e generosidade no ensino fizeram a diferença. Além disso, seu trabalho na pesquisa sobre gestão agroindustrial e ambiental em Mato Grosso do Sul trouxe contribuições significativas para o avanço do conhecimento nessa área, fortalecendo não apenas a Universidade, mas toda a comunidade científica. O legado do professor Silvestrini permanecerá vivo naqueles que tiveram o privilégio de aprender com ele e na solidez dos estudos que ajudou a construir”, disse o diretor da Faeng, Robert Schiaveto.

“O Manoel nos deixa um grande legado de generosidade e paixão pela música e educação. Atuava por uma educação musical inclusiva, para todos, e sempre esteve extremamente atento à importância do ensino de arte nas escolas, acreditando na potência transformadora possibilitada pela vivência e prática musical desde a infância. Deixa um legado de luta, rigor e alta sensibilidade no fazer musical, além de ótimas lembranças de boas conversas e deliciosas risadas”, relata o diretor da Faalc, Gustavo Penha.

“Não havia um lugar sequer em que eu fosse trabalhar com música e que não soubessem quem era o Manoel. E, sempre tinha alguém que lembrava com muita felicidade de ter sido recebido por ele em sua casa. Manoel foi um gigante para o canto coral, educação musical e a formação de músicos, professores de música e cantores. Seu legado está espalhado pelo mundo todo. Manoel se tornou um grande amigo e referência para minha família… meu filho, minha esposa e eu. Nossa vida após vir para Campo Grande se tornou muito mais tranquila por tê-lo próximo de nós”, conta o professor Jorge Geraldo.

“Em termos de canto coral, o Manoel foi uma grande referência no Mato Grosso do Sul. Ele era uma pessoa de vanguarda, que ousava dentro da proposta de trabalho dele. Ele sempre esteve à frente, se colocando junto a pessoas muito qualificadas. […] Então, ele é uma pessoa de referência. Quando as pessoas queriam saber sobre música, conversavam com ele”, reforça o professor da Faeng Alexandre Meira.

Texto: Thalia Zortéa e Mylena Rocha