Pint of Science terá participação de pesquisadores da UFMS a partir de segunda

Professores da UFMS irão apresentar seus estudos no festival internacional de divulgação científica Pint of Science 2024. A programação nas cervejarias Capivas e Koch Bier em Campo Grande será nos dias 13, 14 e 15 de maio, a partir das 19h.

No dia 13, na Capivas, a diretora de Popularização da Ciência da Pró-Reitoria de Extensão, Cultura e Esporte, Lia Raquel Toledo Brambilla Gasques, e a professora da Faculdade de Engenharias, Arquitetura e Urbanismo e Geografia, Patrícia Colombo Mescolotti, irão falar sobre Trilha Rupestre em MS, criação e desafio e sobre Fósseis da Trilha de Mato Grosso do Sul: registros de outras Eras, respectivamente.

“Já participei duas vezes desse evento e acho muito legal porque não é um ambiente científico, é sempre em uma cervejaria, um barzinho, onde as pessoas estão lá para descontrair e a gente pode falar de ciência de maneira leve, tranquila. Nesse momento, as pessoas acabam refletindo, participando, vendo as pesquisas que fazemos no Estado, quais os benefícios e em que isso impacta na vida delas. O Pint of Science é uma ideia maravilhosa e não é atoa que vem sendo um sucesso mundial”, comenta Lia Brambilla, que irá apresentar a Trilha Rupestre UFMS, os efeitos que tem causado e que ainda pode causar no Mato Grosso do Sul, os municípios participantes e as atividades em andamento, como a escavação em Alcinópolis.

Patrícia Mescolotti conta que já participou do evento como espectadora em edições presenciais e online, mas será a primeira vez que irá participar expondo suas pesquisas. “Vou apresentar um pouco sobre as rochas sedimentares que registraram parte da história da evolução ambiental e biológica do nosso planeta e que foram encontradas na Trilha Rupestre. Vou falar em que contexto ambiental e climático foram formadas, conceituar o que é paleontologia e falar um pouco sobre os principais registros fósseis que temos nestas rochas, em especial rochas devonianas, dos municípios de Rio Verde e Rio Negro. Como a temática ‘fósseis’ naturalmente aguça a curiosidade porque está no imaginário de todos nós desde a infância, esperamos que seja um motivador para as pessoas irem ao evento”, enfatiza. 

No dia 14, na Koch Bier, o pró-reitor de Extensão, Cultura e Esporte, Marcelo Fernandes, e o professor da Faculdade de Ciências Humanas (Fach), Ronaldo José Moraca, irão falar sobre Filosofia e música: um encontro possível?

Segundo Marcelo Fernandes, a música é uma linguagem humana que articula sons e silêncios a partir de durações, intensidades, diferentes frequências e timbres. Ela é feita desde a pré-história e se tornou arte por estar vinculada aos afetos humanos. “Desde sempre é difícil dizer um momento específico quando a música se tornou arte, então vamos refletir um pouco sobre o significado desse fazer musical e relacionar um pouco o significado com a estrutura, ou seja, a música tem uma estrutura sintática. A música no nosso tempo está atrelada a um momento de diversão, como se fosse menos importante, e não é, então será bem interessante essa discussão. Conheço o Pint of Science já há alguns anos e é um projeto muito legal de popularização da ciência”, afirma.

Ronaldo José Moraca indica que está animado e um pouco apreensivo, pois irá participar pela primeira vez do evento. “A apreensão decorre de dois motivos: estarei ao lado de um magnífico músico, pesquisador e professor, Marcelo Fernandes, e gostaria de propiciar momentos de reflexão e diversão aos presentes, por isso estou me preparando. A ideia é expor como Filosofia e Música podem representar expressões apropriadas para compreensão acerca da natureza humana e tudo que nos cerca. Irei explicitar um conjunto de categorias que permitem aproximar a Filosofia da Música, bem como, o ‘papel’ que cada forma de conhecimento pode desempenhar em nossa sociedade. Sobre o evento, penso que propostas como essa são estratégias fundamentais para divulgação das pesquisas científicas ou filosóficas e uma oportunidade ímpar para ampliar o interesse da comunidade pela música, filosofia, ciência e artes”, pontua. 

No dia 15, na Capivas, os professores da Fach, Erickson Cristiano dos Santos e Weiny César Freitas Pinto, irão falar sobre Filosofia das físicas e das ciências humanas

“Apresentarei uma curiosidade sobre as ondas eletromagnéticas e a noção de ideia que os humanos possuem sobre a realidade da natureza. As ciências em geral são importantes e a popularização é uma forma de mostrar o trabalho dos pesquisadores e atrair o interesse para o debate científico e a fundamentação do conhecimento”, aponta Erickson Santos. 

Weiny Freitas também já participou do Pint of Science como espectador em 2019 e iria apresentar em 2020, quando o evento foi alterado devido à pandemia. “Minha expectativa é a melhor possível, acredito muito nesse trabalho de aproximação da Universidade, da pesquisa científica com a população. Vou levar o que tenho pesquisado ultimamente, que tem a ver com o que chamo de epistemologia das Ciências Humanas. Seria um pouco de reflexão filosófica sobre o estatuto científico das Ciências Humanas. Significa dizer ou perguntar o seguinte: Ciências Humanas são ciências? Se sim, como elas operam metodologicamente como ciências? Se não, por que não são? Minha hipótese é de que sim são ciências, e tão rigorosas quanto qualquer outra ciência”, afirma. “É muito interessante pensar que no mesmo dia cientistas do mundo inteiro estão envolvidos em atividades de divulgação científica. Acho que o caminho é este: a aproximação com a ponta final, para quem ou para o que todas as pesquisas são realizadas”, complementa.

Também no dia 15, na Koch Bier, a professora da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Juliana Arena Galhardo, irá falar sobre Meu cão, leishmaniose visceral e saúde única. 

Será minha primeira participação no Pint of Science, estou ansiosa. Vou falar sobre a leishmaniose visceral, uma doença bastante prevalente em nossa cidade, que é transmitida por um vetor conhecido como mosquito-palha. Vou conversar com as pessoas sobre o papel do cão nesta doença e as formas de prevenção, para proteger os pets e também as pessoas. Eu acompanho o Pint of Science há alguns anos e acho que deve ser a ‘cara’ da divulgação científica, a proximidade do pesquisador com a população. Que legal transformar a ciência em papo de bar! Estou muito feliz em poder participar, será uma honra!”, declara.

Mais informações sobre o Festival e a programação completa podem ser acessadas aqui.  

 

Texto: Ariane Comineti