Nesta segunda-feira, 5, teve início a 9ª edição da Semana de Desenvolvimento Profissional (Sedep) da UFMS, com o tema Profissional do futuro ou já do presente? Adaptabilidade, inovação e competitividade na era digital. O superintendente do Sesi-MS e vice-presidente executivo do Comitê Empresa-Escola, Régis Borges, ministrou a palestra de abertura do evento, transmitida ao vivo no canal da TV UFMS. A programação da Sedep continua até a manhã de sábado, 10, com atividades na Cidade Universitária e nos câmpus.
A pró-reitora de Cidadania e Sustentabilidade, Vivina Sol, esteve presente na abertura da Sedep, destacando a importância da formação cidadã, atual, inovadora e humana para os estudantes da Universidade. “Entendemos que o mundo do trabalho está em constante movimento, por isso precisamos saber sempre o que é exigido. A Universidade dá essa oportunidade para vocês. Se todas as oportunidades que a UFMS oferece forem aproveitadas, vocês serão os melhores profissionais. Estudar, aperfeiçoar, procurar saber o que é que está acontecendo, sempre é necessário. Somos um conjunto. Somos uma das melhores instituições do mundo. Assistam ao que puderem e que tenhamos todos um excelente evento”, disse.
“Teremos mais de 140 atividades acontecendo simultaneamente até dia 10, envolvendo atividades presenciais e hibridas de diferentes áreas do conhecimento, com profissionais egressos da UFMS, de diversas formações e empresas, agentes integradores. Todos reunidos para proporcionar aos nossos estudantes uma atualização em relação à nova visão do mercado de trabalho que espera da gente enquanto Instituição de Ensino Superior”, destacou a diretora de Inclusão e Desenvolvimento Estudantil da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis, Eliane Piranda. “A Sedep é pensada para ajudar vocês, estudantes e profissionais que estão de olho em uma capacitação, que estão de olho no mercado de trabalho”, acrescentou.
“Agradeço ao superintendente do Sesi por ter aceito o convite e a toda equipe da diretoria pelo trabalho na organização deste evento. A palestra de abertura foi escolhida com carinho para iniciar a temática do que a gente espera do profissional do presente e do futuro e o que precisamos, enquanto Instituição, para atender essa demanda. Peço que todos aproveitem e fiquem de olho na programação. Tem bastante coisa interessante para todos aproveitarem”, reforçou Eliane.
Palestra de abertura
O superintendente do Sesi-MS iniciou a palestra agradecendo o convite da UFMS. “Nunca vi um movimento tão forte que questiona, debate e se movimenta para que os jovens saiam cada vez mais preparados para o ambiente de trabalho. Os protagonistas desse processo são vocês, estudantes, que precisam estar felizes e curtir o processo de aprendizado”, falou Borges. “Parabéns a todos que estão por aqui se dedicando a aprender um pouquinho. Hoje, vou trazer algumas provocações, poucas respostas, porque estamos vivendo um ambiente de transformação e não temos respostas para isso. Todos estamos aprendendo juntos!”, iniciou.
O palestrante falou sobre o gap, isto é, a lacuna existente entre o que o profissional precisa saber fazer e o que ele aprende ao longo da vida. “Vocês começaram a estudar quando eram pequeninos lá na educação infantil. Hoje, todos somos adultos e podemos ser honestos uns com os outros. As empresas nos falam que as pessoas não chegam preparadas para exercer as atividades profissionais. É o que ouvimos o tempo inteiro. Sou muito provocado e gosto muito de estar fazendo o que gosto e poder construir algo. Os contratantes não estão preocupados com títulos, certificados apenas. Eles querem saber se vocês sabem ou não fazer o que é preciso fazer”, ressaltou. “A maior parte das pessoas são desligadas de uma empresa porque não conseguem fazer acontecer, por não terem competências, não terem habilidade ou capacidade de entrega”.
Como forma de promover soluções inovadoras para esse problema, Borges apresentou um projeto que ajudou a contribuir com a construção de competências que não são aprendidas na academia. “Criamos um modelo para entender o ambiente empresarial, olhar os mesmos temas, mas dentro de um contexto. Não é fazer por fazer, mas fazer entendendo que aquilo que você está criando vai fazer a diferença para alguém, vai criar valor para alguém”, explicou. A metodologia integra contextualização, conduta de valor, network, ferramentas de gestão da atividade e experimentação. “Fizemos a aplicação desse modelo em várias áreas. Estive em vários países e, em todos, me disseram que estavam tendo problemas para contratar profissionais. Em Singapura, por exemplo, existe um laboratório mantido pela L’oreal onde os estudantes aprendem dentro desse ambiente, voltado para soluções que a empresa necessita”, contou.
O superintendente relembrou que, em 1960, o mundo vivia a era do emprego e as relações de trabalho de longo prazo. Já em 1990, foi a vez da empregabilidade, ou seja, a capacidade de conseguir emprego e construir uma carreira. Finalmente, nos anos 2000, chegou a vez da trabalhabilidade, momento voltado para a criação e renovação de habilidades de valor para o mercado de trabalho, por meio do desenvolvimento pessoal e profissional.
Durante a palestra, Regis convidou os participantes a responderem um quiz e darem suas opiniões sobre quais as habilidades mais demandadas pelo mercado até 2030. Algumas das respostas coincidiram com os dados apresentados pela pesquisa recente do Fórum Econômico Mundial sobre o futuro das profissões. “As três primeiras são Inteligência Artificial e Big Data, Redes e Cibersegurança e Conhecimento em Tecnologia. Depois dessas três, a maioria das competências mencionadas são soft skills: pensamento criativo, resiliência, flexibilidade e agilidade, curiosidade, liderança e influência social. Lembrando que competência é a soma entre conhecimento, habilidade e atitude”, enfatizou.
Borges ainda instigou o público perguntando quem acreditava que estava desenvolvendo as skills do futuro e quem estava desenvolvendo as que estão em desuso. “No Brasil, apenas 12% dos profissionais estão trabalhando na sua área de origem. Isso se deve, em parte, a falta de suporte que tivemos lá no ensino médio, a falta de ajuda para tomarmos a decisão de forma mais clara, sobre o que vamos escolher como profissão. Há algo que acontece no meio do caminho que faz com que essa estatística seja real. Para rever isso, especialistas dizem que é preciso currículos mais flexíveis, inovadores e aliados ao mercado, conexão entre mercado e academia, consolidar ensino voltado à competência, representantes da indústria para participar de comitês de currículo, alianças com empresas e setor produtivo”, comentou.
Ele citou o exemplo da Alemanha, onde há uma aliança estreita entre indústria e educação, e apresentou o Comitê Empresa-Escola, onde atua como vice-presidente executivo. “No Sesi, o Comitê Empresa-Escola conecta educação e indústria de forma estratégica e inovadora, alinhando o aprendizado às reais demandas do mercado”, falou. “O mundo mudou e segue mudando rápido, é preciso adaptabilidade às novas competências, isso é a chave. A construção da carreira é de responsabilidade de cada um. O mercado busca habilidades humanas e domínio tecnológico e a educação e a indústria precisam caminhar juntas. Na Escola Sesi, estamos com foco voltado para microcertificações e isso tem apontado resultados promissores”, finalizou o superintendente.
A palestra está disponível na íntegra no canal da TV UFMS e disponível abaixo:
Sedep
As inscrições da Sedep são gratuitas e continuam abertas até o dia 10, voltadas para estudantes, servidores, colaboradores, egressos e para a comunidade externa. Haverá emissão de certificação de participação, mediante controle de presença.
Ao todo, são mais de 140 atividades presenciais e a distância, que discutem temas como construção de currículo, inteligência emocional, ingresso na pós-graduação, gestão, competências e carreira, uso de redes sociais e ferramentas digitais, saúde mental no trabalho, inteligência artificial, gerenciamento de referências bibliográficas utilizando softwares livres, entre outros.
Para conferir a programação completa ou se inscrever, clique aqui.
Texto: Vanessa Amin
Fotos: Bianka Macário e Thalia Zortéa