Estudo do Instituto de Biociências é reconhecido nacionalmente com prêmio de melhor tese

O estudo sobre a peçonha de uma vespa do Cerrado levou o prêmio de melhor tese do Programa Multicêntrico de Pós-graduação em Bioquímica e Biologia Molecular (PMBqBm), em evento da Sociedade Brasileira de Bioquímica e Biologia Molecular.

A pesquisa produzida por uma então estudante de doutorado do Instituto de Biociências, abordou a caracterização inflamatória da peçonha de uma vespa endêmica do Cerrado, a Parachartergus fraternus. O inseto é capaz de causar mortes, seja pela reação alérgica em pessoas sensíveis ou pelo ataque em enxame. 

“Essa tese permitiu conhecer os efeitos inflamatórios, as melhores formas de tratamento, além de avaliar os compostos isolados dessa peçonha com potencial uso farmacológico, como antitumoral e antimicrobiano”, afirma pesquisadora Jéssica de Araujo Isaias Muller, que concluiu o curso na UFMS e agora realiza o pós-doutorado.

O estudo trata sobre a caracterização da inflamação causada pela vespa, o mecanismo de ação e os tratamentos que poderiam ser melhores para reduzir os danos. “Eu defendi o doutorado em março de 2021 e neste ano a minha tese foi selecionada como a melhor do Programa, que conta com 15 instituições associadas em todo o Brasil”, detalha.

O trabalho foi orientado pela professora Mônica Cristina Toffoli Kadri, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Alimentos e Nutrição, que se mostra orgulhosa pela conquista. Ela relata que o estudo gerou repercussão no entendimento dos acidentes com a vespa, que são frequentes, por serem insetos que constroem ninhos em áreas urbanas. “A tese mostrou originalidade, importância e impacto no campo de pesquisa com animais peçonhentos”.

A pesquisa ainda resultou em cinco artigos publicados em revistas científicas da área, além do período de um ano de doutorado sanduíche na Universidade de Queensland, na Austrália. A pós-doutoranda acredita que o reconhecimento reforça a importância da ciência. “Esse prêmio é o reconhecimento de todo o meu esforço, da minha orientadora e demais colaboradores para a realização deste doutorado”, diz Jéssica.

Para a orientadora Mônica Kadri, o prêmio não trata de uma conquista profissional apenas da pesquisadora, mas serve para levar o nome da Universidade cada vez mais longe. A professora  afirma que o trabalho permitiu a consolidação de parcerias institucionais e internacionais, além de proporcionar a divulgação científica. “Avança no conhecimento sobre animais peçonhentos, divulga a pesquisa feita no Laboratório de Farmacologia e Inflamação e consequentemente a própria UFMS, culminando com o alcance da premiação”, conclui.

Texto: Mylena Rocha

Foto: Arquivo Pessoal/Jéssica de Araujo Isaias Muller