Inovação e empreendedorismo da UFMS são debatidos no Fórum Nacional de Controle

O 4º Fórum Nacional de Controle: Inovação pela Educação no Brasil, promovido pelo Tribunal de Contas da União (TCU) foi realizado entre ontem e hoje, 3 e 4 de dezembro, e nesta tarde o reitor Marcelo Turine participou do painel “Integração entre universidades e empresas na busca de um caminho para competitividade”.

Este foi o sétimo painel e encerrou a programação do evento, que debateu o uso de tecnologias na educação, a integração dos órgãos de controle e soluções inovadoras para melhorar o ensino, entre outros temas. Em meio as questões levantadas, foram abordados quais os principais entraves que medem ou dificultam a colaboração sistemática e consistente entre as universidades e empresas, em busca de inovação e melhoria da competitividade do país, e Marcos Cesar de Oliveira Pinto, diretor de Empreendedorismo Inovador do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação dissertou sobre o Marco Legal de Inovação.

“As instituições muitas vezes, até pelo marco ser relativamente novo, têm medo, porque você tem uma série de instrumentos inovadores, mas alguém tem que fazer primeiro (…) muita gente fica esperando alguém fazer primeiro”, afirma. “A gente precisa fazer um trabalho de ‘formiguinha’ e mostrar como esses instrumentos funcionam e qual valor eles têm para facilitar essa interação entre universidade e empresa, colocar óleo nessas engrenagens que ligam universidades e empresas”. Ele também citou que, no caso das instituições públicas de ensino, os cortes constantes nos orçamentos prejudicam o avanço nesse quesito.

O reitor Marcelo Turine representou a UFMS por sua governança em prol da inovação e do empreendedorismo na instituição. “Eu tenho uma confiança muito grande nas nossas universidades, nas nossas instituições de ciência e tecnologia no Brasil, e hoje elas são a maior fonte de pesquisa científica, tecnológica e empreendedorismo no país, e esse empreendedorismo é algo que vai fazer a grande mudança, a transformação competitiva que estamos esperando”, declarou. 

Segundo Turine, é necessário que o governo, as universidades e as empresas atuem juntas, mas muitas vezes a demora para que o fechamento de parcerias ocorra acaba desmotivando as empresas a investirem nas instituições de ensino. “Eu vejo assim: essa tríade ‘governo, universidade e empresa’ é um mantra no processo de inovação. Não tem como ter inovação se não tiver conhecimento, se não tiver uma reestruturação do processo como um todo”, opina.

Para exemplificar como a UFMS está representando o trabalho em conjunto com as empresas, o reitor falou sobre a parceria com a Copagaz. “Eu acredito que esse grau de confiança faz com que as universidades tenham esse movimento propício para a inovação”.

A gestão da atual reitoria iniciou em 2016 e, desde então, o empreendedorismo foi muito disseminado entre os estudantes com o Programa UFMS Júnior, que une e auxilia as empresas juniores da instituição. “Nós temos que capacitar os nossos jovens, os nossos alunos são o futuro do nosso Brasil e do empreendedorismo. Eu iniciei aqui na UFMS o movimento Empresa Júnior, hoje nós temos 14 empresas juniores na Universidade de diferentes áreas e esse movimento mexe com a prática e a teoria dos alunos, e isso é um incentivo que cada vez mais deveria ser valorizado”, reforça.

O reitor ressaltou que as decisões que tomou desde o início de sua primeira gestão contribuíram para a atual colocação da UFMS na região e no país. “Temos um plano de governança institucional, temos agora adesão a transformação digital… se nós não tivéssemos construído esse movimento nesses anos, de ter infraestrutura, de ter capacitação para os nossos professores, novas tecnologias (…) nós preparamos esse movimento para o futuro, que é o que nós queremos, se apropriar dessa parceria com as empresas e aproveitar a estrutura tecnológica da Universidade”, explica. “Se não fosse esse investimento de governança, formação e capacitação, hoje nós não teríamos condições, como aconteceu na pandemia, de não parar nem um dia nossas atividades”.

Desde março, todas as atividades continuaram sem paralisação, apenas readaptadas para os desafios impostos pela Covid-19, algo que, de acordo com Turine, é importante para as empresas que venham a investir nas universidades. “A empresa não pode ter essa descontinuidade, eu vejo muito isso. Imagina um grande projeto com uma empresa e aí, por acaso, uma greve, uma pandemia… você não tem segurança de continuar as atividades”, exemplifica.

Jorge Almeida Guimarães é presidente da Associação Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) e fez uma apresentação sobre as medidas tomadas que atuam diretamente na tríplice citada por Turine. Ele destacou os pontos que estão dando certo e os pontos que necessitam de melhoria para o avanço da inovação nas universidades. Em dado momento, Jorge reconheceu a relevância da UFMS. “Eu tenho certeza, meu caro reitor Turine, que logo logo teremos a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul como uma das nossas unidades, porque vocês estão com um tema muito interessante da bioeconomia e isso importa muito para o Brasil”, comentou.

O debate foi composto também por Douglas Avedikian, diretor de Gestão e Modernização do Tribunal de Contas do Mato Grosso do Sul e Fabio Nogueira, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado da Paraíba, que mediou o painel.

Texto: Leticia Bueno