Entrevista com a chapa Movimento por uma UFMS Diferente e Eficiente – MUDE

O processo de escolha do(a) novo(a) Reitor(a) e do(a) novo(a) Vice-Reitor(a) já está em andamento e terá, no dia 4 de agosto, a consulta à comunidade. Veja a seguir entrevista com a chapa Movimento por uma UFMS Diferente e Eficiente – MUDE.MarcoeAlexandra

Marco Aurélio Stefanes

Graduado em Ciência da Computação (1992) e Especialista em Análise de Sistemas (1995) pela UFMS, Mestre em Matemática Aplicada (1998) e Doutor em Ciências da Computação (2003) pela USP. Na graduação atuou no CA, no Coun, e foi Coordenador-Geral do DCE. No mestrado e doutorado (USP) foi representante discente. Foi professor no Ensino Médio (1988-1992), atuou como Analista de Sistemas (1992-1995) e professor no Ensino Superior(Campo Grande e São Paulo). É professor Associado da Facom na graduação e pós-graduação. Foi Chefe de Seção do NTI (2004-2006), Diretor Financeiro da ADUFMS (2014-2016). Membro do Conselho Fiscal da Sicredi União (2010-2016), onde foi coordenador (2013-2016). Implantou e é coordenador do Centro Tecnológico de Eletrônica e Informática. Membro do Coun e da Incubadora PIME.

Por que quer se tornar Reitor da UFMS?

Não é apenas um projeto individual, é um projeto que construímos dentro da Universidade, há mais de seis meses. Em nossa trajetória participamos ativamente desde a graduação das discussões dos problemas e dinâmicas da UFMS, em debates dentro do Conselho Universitário e na Associação dos Docentes (ADUFMS). Toda essa dedicação nos remete a entender as problemáticas de hoje.

Quais as principais propostas da sua chapa para a administração da Universidade em uma época de crise financeira como a que vivemos?

A UFMS tem seus recursos carimbados dentro de sua estrutura orçamentária. Precisamos utilizar os outros recursos que constituem o orçamento da Universidade, com os editais de projetos e diminuindo a burocracia interna, que tem dificultado a captação de verba. A articulação junto à bancada federal também é fundamental. Precisamos de um contato mais forte com a sociedade para que consigamos um financiamento mais sólido.

De que forma pretende incentivar a pesquisa e contribuir para o aprimoramento constante dos professores?

Para valorizar a pesquisa, será preciso abandonar o modelo atual, onde a responsabilidade é exclusiva das iniciativas individuais dos pesquisadores, e transformar em um modelo substanciado, onde estabeleçamos critérios para a aprovação de projetos. Hoje, a Universidade oferece um grande número de programas de pós-graduação mas, infelizmente, grande parte deles são nota 3. Há apenas dois programas com nota 5. E precisamos também aumentar o grau de internacionalização da UFMS. Para mudar isso, vamos oferecer amparo, principalmente, aos pesquisadores que recém ingressaram na universidade, e prosperar a Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-graduação e Inovação (Propp), para que ela tenha um papel relevante e protagonista na pesquisa.

Quais as propostas para aprimorar a qualidade e as condições de trabalho dos servidores técnico- administrativos?

Temos uma política de valorização dos técnicos administrativos e professores em várias frentes. Uma delas é a criação de um programa de acolhimento e inserção do servidor na Universidade. A partir dele teremos uma política de valorização da progressão funcional. Por exemplo, um técnico-administrativo altamente qualificado precisa fazer um curso básico, cujo assunto, ele já tem domínio. Essa deficiência pode ser suprida a partir de um programa em que as estruturas da Universidade contemplem esse segmento de forma efetiva. Valorizar esses profissionais também é incluí-los nos processos de decisão da Universidade, descentralizando a gestão. Os técnicos têm apenas 15% de participação no processo eleitoral, e esse número não corresponde aos anseios do segmento. Queremos fazer um processo de ampliação disso, a partir de um novo estatuto para a Universidade, onde contribuímos de forma efetiva para que os técnico-administrativos participem de forma mais consolidada no processo democrático da Universidade.

Quais as propostas para melhorar o atendimento aos acadêmicos?

Dois elementos remetem à necessidade de termos uma política efetiva de manutenção das assistências estudantis: o contingente absorvido de acadêmicos dos mais variados lugares com o advento do SISU, que faz com que os estudantes necessitem de uma manutenção, como suporte financeiro para o pagamento de aluguel, transporte e alimentação; e os projetos pedagógicos que precisam ser repensados e reestruturados, de acordo com a realidade da Universidade do século 21. Queremos consolidar um modelo de Universidade que não seja apenas sala de aula e professor, mas sim com uma estrutura básica de laboratório, para acadêmicos e professores. Temos de ter financiamentos externos canalizados para essas atividades, temos de ter também um programa de democratização do acesso, uma política efetiva de permanência do estudante na Universidade, através de uma política objetiva e definida no orçamento de recursos, e que assim possamos reestruturar os restaurantes universitários com funcionamento noturno e implantar também a política de moradia estudantil.

Alexandra Anache

Graduada em Psicologia pela UCDB (1984). Mestre em Educação pela UFMS (1991) e Doutora em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano pela USP (1997). Pós-Doutora em Educação pela UnB (2007). Foi professora no Ensino Fundamental e em Instituição Especial (1982-1983). Foi Psicóloga do ISMAC (1985-1988). Ingressou na UFMS em 85 e em 2014 passou a Professora Titular. Foi consultora da Secretaria de Estado na implantação da Política de Educação Especial de MS (1991/1992) e trabalhou com o MEC em ações referentes à Educação de alunos com deficiências nos diferentes níveis de ensino. Ocupou cargos de coordenação de curso e chefe de departamento e participou da implantação do curso de Psicologia na UFMS. Atuou no Programa Saúde Coletiva (1998-2005) e atua na Pós-graduação em Psicologia e Educação.

Por que quer se tornar Vice-Reitora da UFMS?

Venho acompanhando o processo de gestão da Universidade há dezesseis anos e observo que com a expansão tivemos o aprofundamento de problemas, que já havíamos vivenciado como, por exemplo, a falta de infraestrutura nos cursos. Outro aspecto é a forma de gestão, centralizada, com pouca condição de uma proposta dialogada. Atuei na Divisão de Acessibilidade e essa experiência me permitiu investir esforços na construção de Universidade diferente, inclusiva que estreite o diálogo com a sociedade.

Como vê a gestão da universidade?

A UFMS tem um grande potencial, tivemos iniciativas negativas, mas positivas também. Existem trabalhos que precisamos modificar, outros, temos de potencializar, valorizar e dar prosseguimento. Queremos fazer isso com os colegas: técnico-administrativos, professores, e acadêmicos. Assim entendemos uma gestão colaborativa, colegiada. Temos de recompor nossos órgãos de representação e essa é uma proposta, além de várias outras que estão no nosso plano de trabalho.

Quais são os principais desafios para a gestão?

Primeiro a infraestrutura, transformando as salas de aula mais acessíveis, nas sinalizações, na forma de comunicação; o acolhimento ao aluno que entra via SISU que muitas vezes não conhece a cidade; o apoio aos coordenadores de curso, dar infraestrutura para construírem/refinarem os projetos pedagógicos; fazer uma gestão junto à CPO com a infraestrutura da Instituição. Outro desafio é a questão curricular porque temos muitos alunos em situação de evasão, temos de discutir a forma de ingresso que é o SISU. Queremos fazer uma política de moradia, ampliar os RUs, uma política nutricional com as cantinas, revitalizar os espaços de convivência do câmpus, dar um apoio pra Biblioteca, torná-la mais acessível, em todos os sentidos.

Como vê o cargo para o qual concorre?

Penso em fazer uma gestão colaborativa, não há verticalidade na nossa gestão. Vejo a função como de articulação, de cuidar dos processos pedagógicos, cuidar para que ocorra a efetivação de todas as nossas propostas, ser o elo de ligação entre a comunidade universitária e a gestão. Quero me esforçar para que a Reitoria Itinerante aconteça, pois acredito que uma gestão é eficiente quando o gestor dialoga com a comunidade, não tem medo de enfrentar as dificuldades. A nossa candidatura representa o projeto coletivo, veio de uma reunião de colegas que pensou e amadureceu as propostas.

E como gerir num momento como o atual, de crise no País?

Venho de uma escola que diz que a crise é um momento de reflexão, por isso a vejo como interessante. A Universidade tem um grupo de pessoas formadas para pensar as dificuldades e as possibilidades do País então penso que temos de transformar os problemas em desafios. Como órgão público a Universidade tem que se colocar a serviço da comunidade para o enfrentamento destes problemas, criando espaços, fóruns de discussão e ser mais assertiva na efetividade para que as políticas públicas aconteçam. Temos no acervo da Instituição muitos projetos que já apontam caminhos interessantes para a superação da crise, temos de disponibilizar isso para os órgãos públicos. É esse o movimento que a Universidade tem de fazer: ouvir a comunidade, trabalhar por meio das pesquisas colaborativas pra vencer a crise.

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