Dois trabalhos da Universidade são premiados em concurso de literatura científica

Professor Junior (à direita) e estudantes que atuam no Laboratório da Rede Cedes

Dos seis trabalhos apresentados pela UFMS no Prêmio Anpel de Literatura Científica, dois foram premiados. O reconhecimento foi entregue durante o 6º Congresso Brasileiro em Estudos do Lazer (CBEL), em novembro, na Universidade de São Paulo (USP). Os trabalhos foram apresentados pelo professor da Faculdade de Educação e coordenador do Laboratório da Rede Cedes na UFMS, Junior Vagner Pereira da Silva, em parceria com as estudantes do Curso de Educação Física Pollyana Barros, Emmanuele Vasconcelos e Bianca Vieira, e com o mestrando em Saúde e Desenvolvimento na Região Centro-Oeste, Alex Caiçara Albuquerque.

“É muito gratificante observarmos as transformações que a educação proporciona. Participar de eventos como o CBEL e sermos contemplamos com em duas categorias ratifica a importância do envolvimento dos estudantes no processo de formação”, conta Junior. “O CBEL é o maior evento brasileiro nos estudos do lazer, o que muito nos honra em obtermos duas premiações. Em 2019, tivemos outro trabalho premiado no Integra, Colônia de férias PRT-Educação Física: uma análise sobre s óptica dos responsáveis pelos menores”, lembra.

O lazer para pessoas com deficiência em projetos de extensão na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul é o título do trabalho premiado, de autoria das estudantes Pollyana e Emmanuele. O professor Junior foi o orientador da atividade e responsável por apresentá-la no evento. “Defini o tema com o professor e orientador Junior Vagner. Chegamos à conclusão de que seria um estudo muito válido e necessário no ramo da pesquisa, pois não há muitos estudos, então me motivou a elaborar o trabalho, além de gostar de estudar sobre o tema em questão”, relata Pollyana.

Segundo a estudante, o estudo objetivou identificar projetos de extensão voltados às pessoas com deficiência em atividades físicas de lazer na UFMS. “Trata-se de estudo qualitativo, longitudinal retrospectivo, descritivo e análise. Evidenciou-se que, entre 2010-2023, 954 projetos foram aprovados, sendo 10,16% relacionados ao lazer e 1,04% as atividades físicas de lazer para pessoas com deficiência. Conclui-se que as pessoas com deficiência dispõem de pouco espaço em projetos de extensão”, diz.

“Já apresentei e publiquei trabalhos em eventos da UFMS como o Integra, participei do evento apresentando estudos em 2022, 2023 e 2024. Mas este ano foi a primeira vez que mandei um trabalho para um congresso nacional como o CBEL”, fala Pollyana. “Foi e é muito gratificante ter tido a oportunidade de participar do laboratório Rede Cedes. Desde o primeiro ano de formação, participei de programas como Programa de Educação Tutorial (PET) e também do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica, tive experiências que me fizeram evoluir como acadêmica ao longo da minha formação e ver o quão a pesquisa científica é relevante tanto para o discente, quanto para a Universidade quando a incentivada, despertando interesses e contribuindo na formação de novos profissionais na carreira acadêmica”, relata.

Pollyana acredita que a experiência no Laboratório serve para aprofundar os conhecimentos e, principalmente, para contribuir na formação profissional. “Sem dúvidas, a elaboração do trabalho junto a participação no laboratório contribui para um aprofundamento de conhecimentos e principalmente preparação para a carreira profissional acadêmica. Como formanda deste ano, tenho a intenção de continuar no meio acadêmico e ampliar minha formação no mestrado em 2025 e ter realizado trabalhos será de grande avalia para o currículo”, fala.  “É uma experiência gratificante e marcante. A sensação de reconhecimento e que te motiva e inspira a continuar investindo em uma carreira acadêmica”, conta.

Palestrante Nelson Carvalho Marcellino e Bianca Vieira Barbosa

A estudante Bianca Vieira também participou do evento nacional e, apesar de não ter sido premiada, avalia a experiência como extremamente enriquecedora. Ela lembra que a sua atuação no laboratório começou no segundo semestre de 2022, quando entrou no PET de Educação Física. “Desde lá venho obtendo muito aprendizado na escrita de pesquisas e na formação para uma melhor postura e pratica para apresentações. Hoje estou como bolsista da Iniciação Científica e, com certeza, essas duas experiências são fundamentais para uma ampliação da minha formação acadêmica, sinto que tanto meu pessoal quanto o profissional estão evoluindo cada vez mais”.

“Foi minha primeira participação nesse evento, e foi uma experiência extremamente enriquecedora. Ter a oportunidade de conhecer professores e profissionais que são referências na área em que atuo e pesquiso foi, sem dúvida, o aspecto que mais me encantou. Além disso, poder trocar ideias, compartilhar experiências e estabelecer conversas produtivas com outros participantes foi muito inspirador. O contato com estudantes de diferentes regiões do país, abordando temas diversos, também contribuiu significativamente para minha vivência acadêmica, ampliando minha perspectiva e agregando valor à minha trajetória”, complementa a estudante.

Pós-graduação

Alex, por sua vez, apresentou o trabalho Ações de atividade física de lazer voltadas a acadêmicos na Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD). “O trabalho proposto para o evento foi um recorte da dissertação de mestrado que desenvolvo e está em fase final junto ao Programa de Pós-Graduação em Saúde e Desenvolvimento na Região Centro-Oeste. No mestrado, desenvolvemos uma pesquisa sobre as atividades físicas de lazer e promoção da saúde em todas as universidades federais do Centro-Oeste. Desde o meu início com a prática científica desenvolvida na Rede Cedes sob orientação do professor Junior, me chamavam à atenção as questões relacionadas às políticas públicas voltadas às atividades físicas de lazer aos estudantes universitários”, conta o mestrando.

De acordo com Alex, o objetivo geral do trabalho é investigar as Ações de Atividade Física de Lazer (AFL) para universitários na UFGD. Já os objetivos específicos são: identificar a existência de ações voltadas à AFL na UFGD, analisar a área à qual essas ações estão vinculadas e identificar os objetivos dessas ações, identificar o tipo e a fonte de fomento das ações e avaliar se a promoção da saúde está presente nas ações e em qual perspectiva.

“Os resultados do estudo revelaram que: o esporte foi o unitermo com maior frequência nas ações de AFL, seguido pelo lazer; as ações de AFL estão predominantemente presentes na seção de Políticas de Atendimento aos discentes, estruturadas por meio de programas de auxílio financeiro, apoio pedagógico e psicossocial”, explica. “Foram identificadas quatro ações específicas para estudantes: duas relacionadas a jogos universitários, uma à seleção universitária e outra ao esporte e lazer. As ações de AFL podem contribuir para a promoção de um ambiente mais saudável, favorecendo a prática de atividades físicas entre estudantes e servidores”, avalia.

O estudante de mestrado ainda agradece todos do Laboratório Rede Cedes e ao Grupo de Estudos em Pedagogia e Educação. “Eu tenho muito que agradecer ao Laboratório Rede Cedes e ao Grupo de Estudos em Pedagogia e Educação, integrantes do PET Educação Física, alunos de iniciação científica e de mestrado pela partilha diária. O laboratório é um importante espaço físico, que dispõe de infraestrutura que viabiliza os estudos e a elaboração de trabalhos como esse, premiado na Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP”, avalia.

“Inicialmente não estava dando a devida atenção para o prêmio, pois era a minha segunda participação no Congresso e o mesmo contava com a participação de vários pesquisadores com mais experiências. Foquei apenas em fazer uma excelente participação no evento. Após a minha fala, recebi vários elogios e acendeu uma luz no painel de que talvez poderia conseguir. Mas posso dizer que me preparei muito bem para participação no evento e, durante três semanas antes do evento, realizamos encontros na Rede Cedes para apresentação do trabalho aos integrantes do Grupo de Estudos em Pedagogia e Educação, do PET Educação Física e orientador, os quais nos forneceu importantes contribuições nos ajustes dos slides e apresentação. Eu creio que se não fosse a contribuição deles e as devidas correções que ocorreram nesse processo, o prêmio não teria se materializado”, enfatiza.

“Quero fazer um destaque à UFMS pelo fomento dos auxílios para participação em eventos e um destaque especial a todos integrantes do grupo Grupo de Estudos em Pedagogia e Educação e PET Educação Física pela parceria e colaboração. Essa premiação tem um pouco de cada pessoa que está naquele laboratório todos os dias buscando desenvolver um bom trabalho. Oportuno também ressaltar o importante papel que o professor Junior, orientador, tem nesse resultado, com contínuo acompanhamento e aconselhamentos”, contou Alex.

Sobre o Laboratório

A Rede Cedes recebe estudantes do Programa de Educação Tutorial, extensão, iniciação científica, mestrado e doutorado. “Ao todo, temos um uso semanal de 20 estudantes sob minha orientação, que usam o espaço para estudo, reuniões e produções científicas”, explica Junior.

De acordo com o professor, atualmente são desenvolvidos três estudos na unidade: Policy de dupla carreira em Universidades Federais no Brasil, ⁠Atividade física de lazer como promoção da saúde em Instituições Federais de Ensino Superior no Brasil e Esporte universitário e associações atléticas em Instituições de Ensino Superior no Mato Grosso do Sul.

“Na minha agenda de pesquisa nos últimos cinco anos, tenho contemplado estudos relacionados às políticas de atividades físicas de lazer e de dupla carreira. A adoção desses temas como objeto de investigação decorre da compreensão da relevância da Universidade dispor de programas que fortalecem o envelhecimento dos estudantes com essas experiências, de modo que o estudante tenha maior pertencimento institucional”, finaliza Vagner.

Texto: Vanessa Amin

Fotos: Acervo Laboratório Redes Cedes