A equipe de processo civil do Curso de Direito do Câmpus de Três Lagoas (CPTL) ficou em 11º lugar entre as melhores do país na 7ª edição da Competição Brasileira de Processo, realizada em Brasília. O time da UFMS é o único representante de Mato Grosso do Sul no evento, organizado pelo Instituto Brasileiro de Direito Processual Civil, e conquistou o segundo e o terceiro lugar entre os melhores oradores na categoria recorrente.
A competição incentiva o desenvolvimento e aperfeiçoamento do estudo e prática do processo civil no Brasil e contribui para a preparação dos estudantes para os desafios da futura carreira jurídica. Em 2024, reuniu 28 universidades do país e, durante a disputa, as equipes trabalharam a partir de um caso em duas fases: uma escrita, com manifestações sobre o caso em peças, e a sustentação oral, realizada presencialmente em Brasília, em etapas classificatórias e eliminatórias, onde cada universidade se dividiu em duplas para representação dos recorrentes e dos recorridos.
O projeto foi coordenado pelos professores do CPTL Aldo Aranha de Castro, Michel Ernesto Flumian e Luiz Renato Telles Otaviano, e contou com o apoio da coordenação do curso de Direito, na pessoa da coordenadora, professora Heloísa Helena de Almeida Portugal.
O professor do Câmpus de Coxim Tiago Andreotti conta que foi convidado pelos estudantes do CPTL para auxiliar na preparação. “Eles atuaram de forma bastante independente e me procuravam quando tinham dúvidas mais específicas sobre determinados temas jurídicos. Fizemos várias reuniões para montar a estratégia de argumentação e tivemos também uma reunião de preparação para a fase oral da competição”, explica. “Posso dizer que a dedicação e proatividade dos estudantes foram dois pontos que contribuíram muito com o seu sucesso. Eles sempre estiveram muito empenhados nas atividades para a competição. Fiquei muito satisfeito com o resultado, pois não é fácil estar competindo contra equipes do Brasil inteiro. Quando estudante, também tive uma experiência de participação em competição desse tipo, que foi muito boa para minha formação, e fico muito contente em ver nossos estudantes aproveitando essa oportunidade”, acrescenta.
O bacharel em Direito e integrante da equipe Wederson Ronald de Oliveira explica que o time da UFMS participou pela primeira vez da competição em 2023, na cidade de São Paulo. “Em 2024, fomos à Brasília na 7ª edição, que foi realizada na Escola Nacional da Magistratura e no Superior Tribunal de Justiça (STJ). A equipe se propôs a estar mais preparada e, além dos professores do CPTL, contou com o apoio do professor Tiago Andreotti (câmpus de Coxim) e dos procuradores do Estado Julizar Trindade e Fabio Capucho. É uma conquista para o direito sul-mato-grossense, tendo sido colocado em evidência dentro do cenário nacional, trazendo reconhecimento para a UFMS e o CPTL, pois os estudantes foram avaliados pelos nomes mais renomados do país, como ministro do STJ, desembargadores, juízes, juristas e advogados”.
Para a estudante Ana Julia Borges, que ficou em segundo lugar como oradora, o prêmio foi uma surpresa. “Ouvir eles chamarem meu nome na hora da premiação foi uma emoção que eu nunca vou saber descrever. Nós fomos bem avaliadas, muitos avaliadores nos parabenizaram, outras equipes que viram nossos painéis também, mas ainda foi um choque”, conta. “Dentro da competição, a gente estava disputando com colegas que já estavam nisso há algum tempo, pessoas com muito mais experiência. Eu e a Isadora, que foi minha dupla na sustentação, sabíamos que a nossa preparação tinha que ser muito rígida para poder atingir o nível da competição. A gente se preparou sábado, domingo, feriado, abriu mão de muita coisa, fizemos chamadas de vídeo, encontros presenciais, foram horas ensaiando e repetindo o mesmo texto, estudando as perguntas, procurando falha no discurso da outra, ajustando uma coisa aqui e ali para chegar no mais próximo de perfeito que iríamos conseguir. Ver que as duas estavam levando a preparação a sério nos motivou para continuar treinando com muita frequência”, reforça.
“Queríamos levar o nome da UFMS a um outro nível. Foi só o segundo ano de participação da Universidade. O prêmio de melhor orador não era nem um objetivo. A gente só queria mostrar que a gente conseguia atingir o nível, mesmo com pouca experiência. Foi um dos momentos mais bonitos que eu já vivi! Ter levado o nome da UFMS para a categoria de prêmios, no meu primeiro ano de competição e no segundo ano da Universidade como participante, não tem preço. A ficha ainda demorou um pouco para cair, mas quando caiu foi só emoção e muita gratidão pela equipe, por tudo o que passamos e por ter percebido que tinha valido a pena cada sacrifício”, pontua Ana Julia.
Já a estudante Isadora Braz, que garantiu o terceiro lugar como oradora, relembra a emoção de ouvir seu nome sendo chamado. “Foi uma sensação de alívio e de reconhecimento. Quando começaram as premiações, eu não imaginava que pudéssemos ganhar, muito embora a gente tenha recebido notas altas e muitos elogios dos avaliadores durante os painéis”, afirmou. “Eu só conseguia ficar feliz por nós duas termos conseguido receber um prêmio tão importante depois de termos nos dedicamos muito, o sentimento de dever cumprido, de que quando a gente coloca nosso melhor em algo, somos reconhecidos e que certos esforços valem a pena. Entre 56 alunos que competiram como oradores da empresa recorrente, eu e a Ana Júlia conquistamos o pódio, que foi feminino e deu muito mais impacto, já que no Direito a visibilidade sempre está nos homens”.
Além de Ana Julia, Isadora e Wederson, integraram a equipe de competição a bacharel em Direito Sayane Matheus e as estudantes Geovanna Alexandra Coene Cândido e Lais Esparapani.
Texto: Rúbia Pedra
Fotos: Arquivo pessoal dos participantes