A UFMS sediou na manhã desta sexta-feira, 24, a cerimônia na qual as ministras da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), Esther Dweck, e do Planejamento e Orçamento (MPO), Simone Tebet, entregaram 20 imóveis da União em Mato Grosso do Sul, acompanhadas do governador Eduardo Riedel. O evento foi transmitido ao vivo pelo canal da TV UFMS.
A reitora Camila Ítavo está na China a convite do governo do país e da Universidade de Beihang para firmar parcerias, mas fez questão de gravar um vídeo para agradecer a iniciativa. “Este é um momento muito esperado na UFMS, que é receber esses dois imóveis que farão essa grande diferença no dia a dia para que possamos atender cada vez melhor as pessoas da nossa comunidade e toda a sociedade. Com destaque para o imóvel que recebemos na UFMS de Naviraí, fortalecendo a unidade, e o imóvel que recebemos em Campo Grande, nosso Hub de Inovação e Acolhimento em um projeto inovador, feito a muitas mãos, em que a gente vai entregar ciência, tecnologia e condições para que todas as pessoas possam sonhar em transformar as suas vidas. Agradeço imensamente”, falou.
O reitor em exercício Cristiano Vieira assinou a doação de dois imóveis para a Universidade: um em Campo Grande, com área de 527,20m², para o Hub de Acolhimento e Inovação – a futura Casa de Hóspedes, e outro para o Câmpus da UFMS de Naviraí, destinado à instalação do Hub de Inovação. Os espaços serão voltado à inovação, colaboração científica e tecnológica, atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação, integração entre estudantes, pesquisadores e parceiros externos.
“Esses prédios, que a gente está recebendo hoje vão servir como um Hub de Inovação e de Acolhimento aos nossos estudantes, aos nossos pesquisadores. Então, isso vai ampliar o acesso dos nossos estudantes aos cursos de graduação, pós-graduação e promover essa articulação tanto com os pesquisadores nacionais, quanto internacionais. É um momento bastante importante para a gente. Muito obrigado pela doação, a gente está muito contente por ela”, agradeceu.
A ministra do MGI, Esther Dweck, destacou que a lógica do Governo Federal ao fazer políticas públicas é ter uma participação ativa e efetiva da população associada à gestão, inovação e por meio de parcerias. “É a parceria que faz a gente avançar em nome da população. Nosso objetivo é estar do lado do povo brasileiro. E este programa Imóvel da Gente preza justamente pela cooperação federativa, tem essa lógica, a parceria com os governos estaduais e municípios para avançar e chegar à população. E é também justamente uma das linhas da nossa lógica da transformação do estado brasileiro”, explicou. “Gostaria de reforçar que todas essas ações e parcerias mostram o compromisso do governo Lula com a utilização do Estado brasileiro em favor da nossa população. Tornar o Estado cada vez mais parte da solução dos nossos problemas, um Estado que seja inovador, inclusivo, participativo e que, de fato, preza pela vida das pessoas, para reduzir cada vez mais as desigualdades e ter uma sociedade cada vez mais justa e integrada”, discursou.
A ministra do MPO, Simone Tebet, cumprimentou a todos os contemplados e as autoridades, falou sobre questões orçamentárias e de planejamento, além de destacar as ações realizadas para o enfrentamento às desigualdades no país, desde benefícios e subsídios até o incentivo ao desenvolvimento do Brasil, por meio de políticas públicas, como o aumento do salário mínimo acima da inflação, a valorização da agricultura familiar e a isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil. “Me sinto duplamente em casa, porque estou no meu estado e porque foi aqui que iniciei minha vida política, pisei pela primeira vez em uma sala de aula como professora na UFMS neste câmpus. É uma honra muito grande estar aqui”, rememorou.
O governador Eduardo Riedel celebrou a destinação de bens públicos ociosos para fortalecer políticas públicas e assinou a adesão do estado ao Programa Nacional de Gestão e Inovação, bem como a implementação da Política de Cotas para Mulheres em Situação de Violência Doméstica nas Contratações Públicas. “[Os patrimônios] vão ser utilizados para diferentes ações extremamente necessárias para a política pública. Cem hectares para o Cinturão Verde em Japorã pode parecer pouco, mas é fundamental para um grupo de, pelo menos, 30 famílias que lá serão assentadas. […] O Estado recebe aqui prédios para a Universidade, Corumbá o Centro de Convenções, Japorã a área, cada um com patrimônio, mas o principal é a quem vai se destinar esse patrimônio”, ressaltou. “Em parceria, podemos construir muitas coisas”, disse.
O secretário de Educação Superior do Ministério da Educação (MEC), Marcus David, aproveitou a oportunidade para destacar que as entregas são um exemplo de como se pode aliar eficiência de gestão com sensibilidade política para grandes desafios sociais. “Deixar patrimônio público de forma ociosa e improdutiva seria um grande erro de qualquer governo, e essas mulheres estão conduzindo um trabalho muito competente em que disponibilizam o patrimônio da União para que ele cumpra efetivamente a sua função social. Além do reconhecimento, trago também a palavra da gratidão. Dentro de todos os avanços que celebramos para MS, nossas instituições do MEC estão sendo muito beneficiadas. Tanto a UFMS, quanto o IFMS, estão recebendo importantes patrimônios que vão ajudar que as nossas instituições continuem sendo espaços de competência, de dedicação e de educação de qualidade e inclusiva”, reforçou.
“Hoje tenho muito orgulho em dizer, é a maior entrega da história do estado de Mato Grosso do Sul, são R$ 100 milhões que serão destinados para a agricultura familiar, para a educação, para as pessoas com deficiência, para os negros e negras, para as pessoas LGBTQIA+. […] Nós acreditamos que os acampados, os indígenas, os quilombolas, as comunidades LGBTQIA+, as minorias deste país não são problemas, nós somos a solução da democracia brasileira”, declarou o superintendente do Patrimônio da União de MS, Tiago Botelho.
O pacote de entregas contempla a cessão de terrenos e imóveis para a educação, para a agricultura familiar e para a garantia de direitos para crianças e adolescentes. Para a vice-prefeita de Campo Grande, Camilla Nascimento, os imóveis recebidos serão pontos estratégicos para a melhoria da qualidade de vida de todas as pessoas. “Isso para nós é mais que importante, enquanto gestores. Melhor ainda é dizer que esse diálogo se transforma em cooperação entre União, Estado e municípios. Quando trabalhamos todos dessa forma, não enxergamos rostos definidos, porque população não tem rosto, não tem cor, é uma obrigação de todos nós, juntos, construirmos o futuro. É uma honra Campo Grande fazer parte desse momento e se colocar à disposição sempre”, falou.
Além da UFMS, as entregas beneficiam o Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS) e a Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (Uems). As instituições foram representadas pelos reitores Elaine Cassiano e Laércio Carvalho, respectivamente. A cerimônia teve ainda a participação do reitor da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), Jones Dari Goettert. Também estiveram presentes os prefeitos de Corumbá, Gabriel Oliveira; de Porto Murtinho, Nelson Cintra; Paranhos, Hélio Acosta; e de Antônio João, Agnaldo Oliveira; bem como os vice-prefeitos de Japorã, Ana Cristina Teodoro; Tacuru, José Antônio de Souza; Ribas do Rio Pardo, Paulo Leocádio; e de Eldorado, Simoni Palonis.
Entre os destaques do pacote de entregas está a cessão gratuita de terreno ao município de Japorã, com área total de 3.150 m², para construção e funcionamento de duas unidades escolares de educação infantil, com capacidade total para atender até 308 crianças indígenas. A previsão é que as escolas funcionem tanto em turno integral quanto parcial, o que ajudará a reduzir significativamente o déficit de vagas na região. “Hoje estou aqui para falar de algo que pulsa em nossos corações e sustenta nosso futuro, a Educação Guarani Ñandeva em nosso Tekoha Porto Lindo Yvy Katu. Nossas escolas não são apenas prédios de tijolos, são espaços de luta, memória e resistência para o nosso povo que há séculos caminha nesta terra. […] A educação é a nossa arma para garantir que o Tekoha permaneça firme, temos motivo de orgulho, nossos professores estão cada vez mais buscando formação, chegando à Uems, a UFGD e UFMS, retornando para aplicar esse conhecimento em benefício de nossa aldeia. Isso mostra que a educação é a única solução para o desenvolvimento e a luta do nosso povo”, garantiu a integrante do Movimento de Mulheres Indígena, professora Tatiana Rocha.
A integrante do Fórum de Democratização dos Imóveis da União e coordenadora do Movimento Nacional de Luta pela Moradia, Edymar Fernandes Cintra, celebrou a importância do ato e da participação dos movimentos sociais e populares. “Estamos muito emocionados e felizes nesse momento de celebrar, de esperançar de ver um palco com tanta entrega, mas principalmente com os protagonistas da luta social e popular do nosso povo, as entidades aqui, prestigiando o que será desenvolvido no estado por meio do governo do presidente Lula”, afirmou. “[Quero] celebrar o Imóvel da Gente, a regularização fundiária, os contratos de concessão de uso, tudo que vem por meio desse programa que beneficia aqui na ponta o povo que precisa, que espera esse documento. A importância dessa regularização, dessa escritura que garante à família o registro do filho, para nós é muito simbólico, é muito forte isso”, acrescentou.
“Aqui no Estado, temos 21 movimentos sociais que lutam pela terra, a agricultura familiar faz parte de um setor muito importante nos municípios e no estado. […] Queremos que saia a reforma agrária aqui para mostrar que a agricultura familiar é quem de fato representa as comunidades, os povos indígenas, os quilombolas e o pessoal do campo”, complementou o diretor estadual do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, Douglas Cavalheiro.
Texto: Ariane Comineti e Thalia Zortéa
Fotos: Vanessa Amin e Heloísa Garcia
