Seminários na Cidade Universitária integram ações do Mês da Consciência Negra

De 17 a 20 de novembro, serão realizados o 8º Seminário Regional: Diálogos Interculturais, Currículo e Educação de Fronteira Étnico-Racial, a 6ª Semana da Consciência Negra e o 1º Seminário Internacional sobre Políticas Afirmativas na Pós-Graduação. A programação será híbrida, com atividades on-line e também presenciais na Cidade Universitária e em outros locais da cidade. A participação é aberta a todos os interessados e as inscrições gratuitas podem ser realizadas aqui. 

“O objetivo geral é, no Mês da Consciência Negra, propor reflexões sobre as contribuições afro-brasileira, as desigualdades e o racismo estrutural. Convocar a sociedade para combater o racismo e contribuir para uma sociedade antirracista”, explica a professora da Faculdade de Educação (Faed) Eugenia Portela.

Atual coordenadora do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (Neab) da UFMS e líder do Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Educação, Relações Étnico-Raciais e Formação de Professores (Geprafe) Petronilha Beatriz Gonçalves e Silva, a professora Eugenia Portela coordena o projeto de pesquisa que originou o 1º Seminário Internacional sobre Políticas Afirmativas na Pós-Graduação. O estudo Políticas afirmativas e o acesso de negros/as e indígenas à Pós-Graduação na Região Centro-Oeste, Brasil é desenvolvido junto à Universidade de La Guajira (Uniguajira), da Colômbia, com apoio do Programa de Desenvolvimento Acadêmico Abdias Nascimento, da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). 

Programação

As atividades programadas para o evento e para o Mês da Consciência Negra serão realizadas pelo Neab de forma integrada ao Sindicato campo-grandense dos Profissionais da Educação Pública (ACPMS), à Secretaria Municipal de Educação (Semed) e ao Instituto Sankofa. 

Entre as ações está o lançamento do Observatório de Políticas Afirmativas para Negros e Indígenas na Pós-Graduação da Região Centro-Oeste, no dia 18, às 10h, no auditório Marçal de Souza Tupã-Y, localizado no Corredor Central. “O Observatório também faz parte das ações aprovadas junto ao programa Abdias Nascimento e trará de forma inédita dados da política afirmativa que estamos levantando junto aos cursos de mestrado e doutorado em Educação, Antropologia, História e Direito, que foi o que a gente propôs no projeto. Os dados ficarão disponíveis on-line e são importantes para termos o panorama das universidades e o acompanhamento por parte também da sociedade. O acesso de pretos, pardos e indígenas à graduação tem se efetivado por meio da Lei 12.711/2012, mas pouco se tem sobre a pós-graduação, por isso acredito que o Observatório será muito importante”, explica Eugenia. 

A professora informa ainda que a UFMS, por meio do Neab, e a Semed também irão realizar um curso de extensão com o objetivo de formar professores e coordenadores pedagógicos de escolas públicas municipais, para efetivar a educação das relações étnico-raciais na Educação Básica e contribuir para a consolidação da educação antirracista nas práticas pedagógicas.

As ações iniciaram no dia 3 e vão até 30 de novembro. Entre as atividades programadas estão conferências, palestras, apresentações de trabalhos, lançamentos de livros, visitas à comunidade Furnas do Dionísio e a escolas públicas, exposição de bonecas negras, apresentações culturais, um curso de letramento racial e oficina de heteroidentificação.  

Haverá também o lançamento do 1° Prêmio Educar para as Relações Étnico-Raciais: Práticas Pedagógicas Antirracistas no Ambiente Escolar, promovido pela ACPMS, com o intuito de sensibilizar, incentivar e subsidiar professores e gestores para a inclusão da temática racial étnica nos projetos pedagógicos da escola.

A exposição de bonecas negras da coleção da professora Eugenia Portela será no Instituto Sankofa e estará aberta para o agendamento das escolas durante todo o mês. A programação de 17 a 20 de novembro pode ser acessada na página do evento

Outras mobilizações

Além do Festival Africanidades na UFMS, a celebração ao Mês da Consciência Negra também inclui outros eventos. No dia 4 de novembro, o Café Literário: Mês da Consciência Negra foi organizado pelos professores da Faed Eugenia Portela e Lourival dos Santos.

Nesta sexta-feira, 7, será promovida a palestra Consciência negra: memória, luta e resistência no Brasil contemporâneo: entre o passado escravocrata e o futuro da igualdade racial. No dia 25, está prevista a Marcha das Mulheres Negras em Brasília, mobilização que busca fortalecer as pautas contra o racismo, a violência e por políticas públicas voltadas para as mulheres negras, além de reivindicar a reparação histórica e a promoção de uma nação baseada no conceito de “bem viver”. 

E no dia 28 de novembro, no Plenarinho da Câmara Municipal de Campo Grande, das 8h às 18h, será realizado um curso de formação para atuação em bancas de heteroidentificação, coordenado por Kelly Cristina da Costa Leal com as palestrantes pesquisadoras do Geprafe Aline Anjos da Rosa, da Universidade Federal da Grande Dourados, e Eugenia Portela, da UFMS. 

Texto: Ariane Comineti