Segundo dia do Festival Mais Cultura tem cinema, música clássica, MPB, rock e dança

Com uma apresentação intimista no Teatro Glauce Rocha, o projeto Ju Souc Trio realizou sua estreia neste segundo dia do Festival Mais Cultura. O trio é formado pela cantora e compositora Juliana de Souza Conceição, conhecida como Ju, acompanhada do percussionista Márcio Alves e do baixista Willian Ferreira. A apresentação foi transmitida ao vivo no canal da TV UFMS.

O projeto nasceu neste ano, fruto do desejo de Ju de retomar sua trajetória artística junto daqueles que participaram de suas primeiras gravações. Contemplado com recursos da Política Nacional Aldir Blanc, do Ministério da Cultura (MinC), via Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, o trio propõe uma manifestação artística engajada na luta contra a misoginia e na valorização da mulher no cenário cultural. O grupo já prepara uma turnê por quatro cidades do Estado. Depois de Campo Grande, os músicos se apresentam em Naviraí, Ponta Porã e Aquidauana.

“Comecei um show do zero, mas junto com os dois amigos que acreditaram em mim desde o início. Quero também evidenciar a mulher como protagonista dos seus projetos. 2025 tem sido um ano difícil, marcado por violências, e acredito que a arte pode transformar, discutir e levar mensagens positivas para a sociedade sul-mato-grossense”, afirmou Ju. “Aqui também tem samba, baião, brasilidade e até música instrumental. Construir isso com esses músicos maravilhosos é um presente. Nosso legado é mostrar que a música do Mato Grosso do Sul vai muito além do óbvio”, acrescentou.

A estreia ganhou um simbolismo ainda maior ao encontrar tantas jovens na Universidade. “Lembro quando eu tinha a idade delas, cheias de sonhos e expectativas. A sociedade precisa garantir segurança e oportunidades para essas mulheres. Para mim, essa troca é fundamental: mostrar que elas podem ser o que quiserem, cantar, tocar qualquer instrumento, empreender… sempre acompanhadas de respeito. Esse é o verdadeiro sentido desse projeto”, completou.

Programação

Pela manhã, o Trio Opus Vivare, formado pelos músicos Evandro Dotto no violão, Bianca Danzi como soprano e Gabriel Almeida no violino, receberam mais de 80 alunos, entre 6 e 10 anos, das escolas municipais Professora Gonçalina Faustina de Oliveira e Professor Alcídio Pimentel, para a apresentação do projeto Música Erudita nas Escolas e Universidades. Idealizado por Dotto, a ação conta com apoio da Lei Paulo Gustavo, do MinC, e já percorreu cinco cidades, finalizando a temporada hoje no palco do Teatro Glauce Rocha.

Com o objetivo de democratizar o acesso à cultura, o projeto e o Festival Mais Cultura se conectam. “É interessante que esse Festival, que já acompanho acho que desde a primeira edição, tem evoluído a cada ano, ficando mais organizado e, principalmente, deixando a comunidade, tanto acadêmica como externa, mais próxima da Universidade. […] Você tem esses espaços culturais aqui que, às vezes, não são tão frequentados e esse é um Festival que ajuda a conhecer esses espaços e, ao mesmo tempo, trazer, quem sabe, um futuro acadêmico [para a Universidade]”, falou o responsável pela iniciativa.

Para o músico, o contato com as crianças os incentiva para que vejam novas possibilidades de futuro. “Quando você valoriza uma criança que acaba não tendo tanto acesso […] e quando eles são integrados em ambientes como esses, ou nós vamos até escola, eles se sentem valorizados. […] É uma semente que a gente coloca para ele buscar isso em outras fontes, seja frequentando um teatro ou buscando em outras plataformas. É bem interessante o que cada apresentação desperta”, destacou.

Além das atrações no teatro, o segundo dia do Festival Mais Cultura teve ainda a Oficina de Narrativas Curtas: Como se conta uma história, ministrada por Deonísio da Silva; o Circuito Audiovisual, com apresentação do curta de ficção Colar de pérolas (2024), dirigido por Ana Letícia Moura; visitas ao Memorial Glauce Rocha e à exposição Matéria Pictórica, com obras dos professores da Faculdade de Artes, Letras e Comunicação (Faalc) Isaac Camargo, Priscilla Pessoa e Rafael Maldonado, além do artista convidado Antônio Junior; atividades do Cineclube do curso de Audiovisual da Faalc; gravação das canções finalistas do Festival Universitário da Canção (FUC) UFMS; aulas abertas da Escola de Dança; e a Feira Capivara, destinada para a divulgação de trabalhos dos estudantes de Artes Visuais da Faalc.

O Festival teve ainda ações no câmpus. No Câmpus da UFMS de Coxim, o Programa Som apresentou Haroldo Voz e Violão. No Câmpus da UFMS de Nova Andradina, a banda de rock de estudantes do curso de História realizou um show no Corredor Central e, no Câmpus da UFMS de Paranaíba, as apresentações foram promovidas pelas turmas de violão infantil, canto e coral infantil e adulto do projeto A Arte Ressignificando a Vida, desenvolvido por meio das Secretarias Municipais de Assistência Social, Educação e Cultura. A comunidade também pode conferir uma mostra interativa de desenho e o grupo de dança Ritmo Livre.

O evento segue com atividades em todos os câmpus até sábado, 27. Confira a programação completa neste link.

Texto: Lúcia Santos, Rúbia Pedra e Thalia Zortéa
Fotos: Rúbia Pedra, Thalia Zortéa, Raul Delvizio e Heloísa Garcia