Projeto desenvolve estudo com moedas antigas em cooperação com o Museu Histórico Nacional

O acordo firmado entre a Universidade e o Museu Histórico Nacional do Rio de Janeiro (MHN-RJ) possibilitará a realização de estudos e a alimentação de uma base de dados, a partir de uma das maiores coleções de moedas greco-romanas da América do Sul. As atividades serão realizadas a partir de um projeto de extensão e, em agosto, estudantes da Faculdade de Ciências Humanas (Fach) embarcarão em uma viagem para iniciar o processo de catalogação, tradução e fotografia do acervo. O projeto também permitirá a realização de atividades de Educação Patrimonial nas escolas de Mato Grosso do Sul e do Rio de Janeiro.

O acordo está vinculado ao projeto de extensão “Programa de Popularização da Ciência Arqueológica através de Base de Dados e Ações de Educação Patrimonial junto ao Museu Histórico Nacional do Rio de Janeiro”. O professor de História Antiga e Arqueologia, da Fach, e responsável pela execução do acordo, Carlos Eduardo da Costa Campos, explica que essas moedas têm mais de 2 mil anos de história.

Projeto fará estudo com moedas romanas e gregas. (Foto: Acervo Museu Histórico Nacional/Ibram)

“São moedas preciosíssimas, com valor histórico não somente para a nossa sociedade, mas também para o mundo. É um dos maiores acervos da América Latina e a UFMS está sendo uma das pioneiras em fechar esse acordo para alimentar a base de dados e difundir esse acervo da União nas escolas de MS”, avalia Campos.

De acordo com a museóloga do Núcleo de Acervo de Numismática do MHN, Paula Aranha, os estudantes farão o trabalho de catalogação das moedas da antiguidade, começando pelo primeiro imperador romano. “O que eles farão é classificar essas moedas, estudar a iconografia e as legendas, para entender por que utilizavam determinado elemento, por exemplo. Isso é muito interessante para mostrar que as moedas eram um dispositivo de entrega de mensagens, que o governo ou emissor escolhia para ser divulgada e compartilhada pela população”, detalha.

Com mais de 150 mil itens, o acervo de moedas do MHN está entre as maiores coleções de museus do Instituto Brasileiro de Museus e uma das mais importantes da América do Sul. O trabalho dos estudantes vai permitir, ainda, a realização de pesquisas variadas a partir dos dados colhidos. A museóloga ressalta que a moeda é um bem cultural, que apresenta marcas da história, do tempo e das mudanças.

Durante cinco dias, os estudantes farão o trabalho de fotografar e catalogar o acervo. Os estudantes de História (FACH) João Guilherme Poiati e Miguel Angelo Almeida Oliveira, foram selecionados para a viagem e que estão animados com a experiência. “Nós temos a expectativa de ampliar a nossa visão de mundo, criar novos contatos e experienciarmos um trabalho acadêmico inovador”, diz Poiati.

O professor afirma que o projeto vai impactar diretamente na formação dos graduandos, além de abrir um novo campo de aprendizado para a licenciatura e o bacharelado. Outra vantagem, segundo ele, é que as informações colhidas serão difundidas nas escolas.

A diretora de Popularização da Ciência da Pró-reitoria de Extensão, Cultura e Esporte, Lia Brambilla Gasques, reitera que a cooperação com o Museu consolida as metas institucionais da Universidade. “Por meio da educação patrimonial veremos o acervo do MHN-RJ ser refletido para o ensino de História, da Filosofia, da Economia, da História da Arte e da Arqueologia, uma discussão importante no cenário da Base Nacional Comum Curricular”.

Para a museóloga do MHN, a educação patrimonial é fundamental para que a comunidade tenha conhecimento do seu patrimônio, sua cultura e ajude a preservá-la. “[O projeto vai contribuir] para que todos tenham consciência do bem que é a moeda e para que esses dados sejam analisados e publicados da melhor forma, há uma série de possibilidades de utilização dos resultados”, conclui Aranha.

Acordo impactará a formação dos estudantes de História. (Foto: Arquivo Pessoal/Carlos Eduardo Campos)

O projeto tem a participação de oito professores, da Fach e do Câmpus de Três Lagoas; da Universidade de Vassouras; da Universidade do Estado do Rio de Janeiro; da Secretaria Municipal de Educação de Campo Grande; da Uniderp; e da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Há, ainda, seis servidores envolvidos, do Museu de Arqueologia e Museu de Ciência e Tecnologia da UFMS e do Museu Histórico Nacional do Rio de Janeiro. Também participam oito graduandos da Fach e um doutorando da Universidade de Coimbra (Portugal). O projeto tem o apoio do Sistema Estadual de Museus de MS, Cátedra UNESCO Archai: as origens do pensamento ocidental, da Associação Nacional dos Professores Universitários de História e da Sociedade Numismática Brasileira. As atividades serão alinhadas com as ações do Grupo de Pesquisa ATRIVM que também é coordenado pelo Prof. Dr. Carlos Eduardo da Costa Campos e a Profa. Dra. Cristina de Souza Agostini, na Fach.

Texto: Mylena Rocha

Foto de capa: Acervo Museu Histórico Nacional/Ibram