Programa do Laboratório de Anatomia Humana recebe primeira doação de corpo

O Programa de Doação de Corpos da UFMS, lançado oficialmente em agosto deste ano, recebeu o primeiro corpo doado por familiar no momento do óbito.

Na última terça-feira (19), foi feita a comunicação da intenção da doação, seguido da tramitação pioneira dos procedimentos necessários para que o corpo pudesse ser liberado, deslocado e recebido.

Segundo a professora Jussara Peixoto Ennes, coordenadora do Programa e responsável pelo setor de Anatomia Humana do Instituto de Biociências (Inbio) da UFMS, o marido, responsável pela doação do corpo da esposa, teve conhecimento sobre a possibilidade de doação por meio de divulgação na imprensa.

A UFMS não recebe corpos para ensino e pesquisa há 12 anos. Esses eram, anteriormente, provenientes de cadáveres não reclamados, seguindo a determinação da Lei 8.501, de novembro de 1992. “Foram dez anos de negociações para implantação do Programa e agora estamos colhendo esse primeiro fruto. O marido, que fez a doação, já manifestou o desejo que o mesmo seja feito com seu corpo quando do seu falecimento”, afirma.

A liberação do corpo passa por uma tramitação diferente, com registro de óbito específico. Com a doação, o corpo passa a ter assentamento no Laboratório de Anatomia Humana da UFMS.

“Há que se destacar o empenho dos funcionários do cartório do  2º Ofício Donini, que se desdobraram para atender à solicitação legal na lavratura da Certidão de Óbito; da Equipe da PAX – MS, acima de qualquer elogio no que se relaciona à gentiliza, dedicação e eficiência; dos colegas da Faculdade de Medicina, que nos atenderam prontamente com as demandas documentais e dos colegas da equipe da Anatomia Humana, que, sensibilizados com esse gesto de profunda compreensão e generosidade dessa família, trabalharam até as 22h para prepara o corpo recebido”, expõe a professora Jussara.

O Programa irá contribuir para a qualificação dos profissionais de saúde formados na Instituição, com melhoria do ensino de Anatomia Humana. A doação de corpos também permitirá retomar a prática de dissecação, possibilitando o melhor estudo tridimensional do corpo humano. O corpo permanecerá três meses em formol para que possa, então, ser trabalhado. “Poderemos também voltar a produzir novas peças para o Museu de Anatomia da UFMS”, completa.

Três pessoas já oficializaram por meio de documentação o interesse em doar seus corpos no momento do falecimento. Depois de efetivada a entrega dos documentos, o Laboratório de Anatomia Humana envia uma carteirinha de doador, com os telefones de contato da equipe do projeto.

Veja aqui o passo a passo de como se tornar um doador.

Texto: Paula Pimenta