Unidade Experimental de Pesquisa da UFMS é inaugurada em Porto Murtinho

A Unidade Experimental de Pesquisa da Rota Bioceânica, em Porto Murtinho, coordenada pela UFMS, foi inaugurada neste sábado, 17, com participação da reitora Camila Ítavo; do pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, Fabrício Frazílio; do diretor de Inovação, Saulo Moreira; professores, estudantes e autoridades. O Dia de Campo incluiu apresentação das diferentes espécies de plantas testadas no campo e suas adaptações ao clima e solo, palestra técnica e visita às obras da Ponte Bioceânica.

A articulação para criação da unidade surgiu em 2022, quando o deputado estadual Paulo Corrêa organizou uma reunião junto à Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc); a Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso do Sul (Fundect); Sebrae/MS; a Prefeitura de Porto Murtinho; Sindicato Rural de Porto Murtinho e a gestão da UFMS para organizar a realização de estudos sobre a região de Porto Murtinho, que está inserida na Rota Bioceânica. Veja mais informações aqui.

A reitora da UFMS falou sobre a felicidade de estar presente em um momento importante como a inauguração desse espaço. “É uma honra estar hoje aqui, no dia da inauguração da nossa Unidade Experimental da Rota Bioceânica, fruto de uma parceria muito forte entre a Universidade Federal, o poder público representado pela Prefeitura de Porto Murtinho, pelo governo do Estado de Mato Grosso do Sul e também com os produtores rurais. Isso é ciência à serviço do desenvolvimento da sociedade, um desenvolvimento sustentável e inclusivo, que vai gerar produção, mas também inclusão social e é a vocação do nosso Estado”, destacou.

O coordenador da Unidade Experimental de Pesquisa e professor do Câmpus da UFMS de Chapadão do Sul (CPCS), Ricardo Gava, vem desenvolvendo estudos sobre as diferentes espécies de plantas e suas adaptações climáticas, pensando no potencial de crescimento do local respeitando o meio ambiente e a preservação do Pantanal. “Nós estamos recebendo um evento que faz parte de um projeto do governo estadual, com apoio da Assembleia Legislativa, que visa trazer um estudo sobre a possibilidade de implantar os sistemas de ILPF, Integração Lavoura-Pecuária-Floresta, aqui na região de Porto Murtinho. Hoje nós estamos recebendo um dia de campo para apresentar para as pessoas as culturas que melhores se adaptaram ao clima, ao tipo de solo”, explicou.

“Os plantios que estamos trabalhando aqui na região para tentar fomentar e desenvolver a agricultura é o algodoeiro. […] É extremamente promissor o desenvolvimento dessa cultura aqui na região e a gente já está, com algum tempo, fazendo pesquisas e desenvolvendo tecnologias para conseguir cultivá-la aqui em Porto Murtinho”, acrescentou o professor do CPCS Cid Campos.

O secretário executivo de Desenvolvimento Econômico Sustentável da Semadesc, Rogério Beretta, aproveitou a ocasião para reforçar o potencial estratégico da ciência para a construção de políticas públicas, a partir de demandas da própria população. “O que leva a desenvolvimento das regiões primeiro é o pioneirismo do empreendedor ou empreendedor pioneiro. A gente tem muito desenvolvimento pelo pioneirismo. Depois o que leva a desenvolvimento é a estrada, a gente está aqui justamente discutindo o Corredor Bioceânico, a Rota Bioceânica, mas o que garante sustentabilidade, lucratividade, eficiência é a pesquisa”, enfatizou.

O deputado estadual Paulo Corrêa também esteve presente na inauguração. Estou aqui com Nelson Cintra, prefeito de Porto Murtinho, que deu muita força para acontecer esse polo de tecnologia da Rota Bioceânica aqui em Porto Murtinho. […] O governador Eduardo Riedel era secretário do governador Reinaldo, deu a força para a gente fazer a primeira etapa, e nós estamos hoje aqui, lançando a segunda etapa, com um orçamento de aproximadamente R$ 800 mil junto com Fundação de Apoio à Pesquisa, ao Ensino e à Cultura, a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul”, discursou.

“Eu não acreditava. Depois pensando na Rota Bioceânica, que nós sonhamos há 30 anos, falei ‘por que não acreditar na agricultura aqui em Porto Murtinho?'”, confessou o prefeito de Porto Murtinho, Nelson Cintra. “Eu digo para você, eu não tinha vindo aqui, que coisa linda”, celebrou.

Durante a inauguração, Romeu Barbosa, proprietário da fazenda Yndiana, onde está localizada a Unidade Experimental de Pesquisa, relembrou o começo da parceria. “Esse projeto nasceu em 2021, eu estava no frente do Sindicato Rural de Porto Murtinho. A gente viu que o Chaco, com advento do asfalto da Rota Bioceânica, começou a ter muita área agrícola, plantando algodão, soja, sorgo, milho, milheto. Começamos a fomentar junto com as autoridades, com o governo estadual, para gente fazer uma pesquisa aqui em Porto Murtinho, que é um município predominantemente pecuário, e a gente provar que cultura daria certo”, contou. Desde o início de 2024, foram plantadas novas culturas, como o algodão, além de novas variedades de pastagens para intensificar o setor, com práticas sustentáveis e modernas.

O evento também contou com a presença do presidente do Sindicato Rural de Porto Murtinho, João Lúcio, e de autoridades municipais, como a vice-prefeita Andreara Castro; a presidente da Câmara Municipal, Sirley Pacheco; os vereadores Elbio Balta e Elizângela Corrêa; a secretária de Governo, Regina Heyn; e o secretário municipal de Turismo, Paulo Carvalho.

Texto: Thalia Zortéa, com informações da Prefeitura Municipal de Porto Murtinho

Fotos: Ricardo Gava e Prefeitura Municipal de Porto Murtinho