Sexta na Concha teve música, arte e integração para comemorar os 46 anos

Na noite desta sexta-feira, 4, Concha Acústica foi palco da edição comemorativa da Sexta na Concha, como parte das celebrações dos 46 anos de Federal. O evento reuniu estudantes, professores, artistas e a comunidade externa, com apresentações dos egressos da Faculdade de Artes, Letras e Comunicação: o multiartista Ossuna Braza; compositor e intérprete Heider Oliveira; e da cantora e compositora Luciana Fisher, juntamente com o Jota Trio, grupo composto por Juninho MPB (contrabaixo), Júnior Juba (piano) e Mateus Yule (bateria).

O público pôde apreciar um repertório variado, com músicas que iam do jazz ao rock, passando pela bossa nova e pela MPB. A edição especial contou ainda com a distribuição gratuita de cupcakes produzidos pela Unidade de Tecnologia de Alimentos da Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Alimentos e Nutrição.

A pró-reitora de Extensão, Cultura e Esporte (Proece), Lia Brambilla, relembrou que essa foi a segunda edição da Sexta na Concha. “Nessa última edição, no caso, os alunos logo mais estarão de férias e a nossa Universidade completou 46 anos, a gente fez uma Sexta na Concha edição especial, com cupcakes e três atrações, para que as pessoas pudessem comemorar o aniversário da Universidade, ainda mais em um local simbólico e que faz parte da história da UFMS. A gente fez essa escolha de valorizar a nossa cultura regional e os nossos cantores regionais para que os nossos jovens entrem em contato, conheçam e curtam o que a gente tem de melhor: a cultura sul-mato-grossense”, afirmou.

Para a diretora de Cultura, Arte e Popularização da Ciência da Proece, Rozana Valentim, as expectativas com relação à Sexta na Concha são sempre as melhores possíveis. “A Concha é um espaço de socialização, um espaço já conhecido e que tem muitas memórias afetivas. Nossa expectativa foi receber um público caloroso, que curte música brasileira e que gosta de interação. Sempre temos as melhores expectativas e, por isso, organizamos as apresentações com muito cuidado, para oferecer uma experiência gostosa ao público, para que vivam a Universidade de todas as maneiras. E a Concha é o lugar da troca, da interação, de ter contato próximo com nossos músicos e seus repertórios”, frisou.

Abrindo a noite com harpa e voz, Ossuna comentou como se apresentar na Concha Acústica trouxe para ele um clima de nostalgia. “A UFMS é minha casa, pois sou egresso do curso de Artes Visuais. Já toquei várias vezes [na Concha] com outros grupos e instrumentos, e essa foi a primeira vez tocando harpa e cantando, ainda mais encantador pelo aniversário de 46 anos da UFMS. Foi um privilégio e um prazer poder contribuir com minha presença e minhas músicas para esse momento especial. Foi muito bom estar de volta”, disse o multiartista. Seu repertório contou com músicas autorais, além de canções brasileiras e regionais, entre as quais algumas compostas por Milton Nascimento, Helena Meirelles e Almir Sater.

O grunge dos anos 1990 interpretado em voz e violão por Heider Oliveira trouxe para a Sexta na Concha músicas autorais e canções de Pearl Jam. “[Eventos como esse] são muito importantes, porque Mato Grosso do Sul tem muita gente boa fazendo música, principalmente pelo fato de que muitas pessoas querem isso, com certeza a comunidade acadêmica anseia por isso. Então, dar esse espaço tanto para os artistas quanto para a comunidade é muito importante. Estou muito feliz, a galera recebeu a gente superbem, pessoal da Proece é sempre muito carinhoso. Foi uma noite muito especial”, relatou o músico.

Finalizando a Sexta na Concha, a cantora Luciana Fischer celebrou a iniciativa com jazz, MPB e bossa nova em conjunto com Jota Trio. “A arte é uma coisa muito importante. Eu estou adorando [participar], voltei no tempo, na época em que eu estudava aqui e que também tinham vários movimentos [culturais]. É muito agradável esse ambiente universitário, onde a gente conhece muita gente, faz amizades que leva para a vida toda e aprende uma profissão e a cuidar do outro, a se relacionar. Eu acho muito importante esse movimento [da Sexta na Concha], principalmente porque faz esse intercâmbio com o pessoal da comunidade [como um todo], não é só para quem está aqui dentro [da Universidade], pois traz os artistas de fora, dá essa oportunidade de mostrar o trabalho e está fomentando arte mesmo. Eu comentei com o pessoal do Jota Trio que é muito agradável esse ambiente, muito gostoso, as pessoas vêm aqui para ouvir música, conversar, encontrar os amigos”, citou a artista.

Para o estudante do curso de Psicologia da Faculdade de Ciências Humanas Carlos Alberto Medina, encontros do tipo fortalecem o sentimento de pertencimento. “[A Sexta na Concha] sobretudo trouxe música e arte. [Foi uma oportunidade de convidar] não só pessoas locais para virem tocar, mas também promover uma cultura que é tão presente na vida do sul-mato-grossense, mas, ao mesmo tempo, também ausente, pela falta de acessibilidade. Então, apresentações como essa, eventos como esse, favorecem a participação da comunidade dentro do cenário artístico e podem incentivar outras pessoas a também virem a realizar esse tipo de serviço, de trazer o acesso à cultura, que é um direito a qualquer cidadão”, acredita.

Texto: Raul Delvizio e Lúcia Santos

Fotos: Raul Delvizio