As atividades dos dois projetos da UFMS aprovados no Programa Nacional de Apoio à Permanência, Diversidade e Visibilidade para Discentes na Área da Saúde (AfirmaSUS), do Ministério da Saúde, tiveram início nesta quarta-feira, 10. Em um evento on-line reuniram-se integrantes da Pró-Reitoria de Cidadania e Sustentabilidade (Procids) e das duas iniciativas: Cuidado integral à saúde indígena: uma perspectiva multidisciplinar e comunitária, da UFMS de Campo Grande, e Pontes para a equidade: educação, diversidade e acesso em saúde, da UFMS de Três Lagoas (CPTL).
O AfirmaSUS tem como objetivo apoiar a permanência estudantil de grupos historicamente vulnerabilizados, por isso é voltado a estudantes que ingressaram no ensino superior por meio de ações afirmativas, com foco na área da saúde. Por meio do programa, são desenvolvidas ações de ensino, pesquisa, extensão e cultura que integram ensino, serviço e comunidade.
“Estou muito feliz com nossos grupos em Três Lagoas e Campo Grande, trabalhando a equidade, o cuidado e o fortalecimento da dignidade de todas as pessoas. Parabéns, sucesso!”, desejou a reitora Camila Ítavo, por meio de um vídeo enviado de Brasília, onde cumpre compromissos relacionados à vice-presidência da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes).
A pró-reitora da Procids, Vivina Sol, destacou a importância do projeto em um país diverso. “Somos produto dos indígenas, dos negros africanos, dos europeus brancos, e estamos aqui com mais um desafio que é o AfirmaSUS. Esse projeto é de suma importância para a nossa Universidade e estado, porque vai exatamente ao encontro de uma das nossas políticas que é a de ações afirmativas na UFMS. […] Acredito que esse programa será um diferencial na formação dos nossos estudantes”, afirmou.
A diretora de Cidadania da Procids, Luciana Contrera, agradeceu a presença dos tutores e estudantes. “Para nós, é muito importante esse momento, essa conversa para entendermos o papel da Universidade dentro do AfirmaSUS e tirarmos possíveis dúvidas. […] Já percebemos o envolvimento que os tutores têm com o tema e isso nos deixa muito feliz. A Procids foi criada para pensar essas questões e temos trabalhado diretamente com propostas, assumimos recentemente vários planos, dentre eles o UFMS Indígena e o UFMS Diversa, que acabam contemplando essas ações do AfirmaSUS. Então, sem dúvida, essa iniciativa veio em um momento oportuno”, anunciou.
“Eu também estou muito feliz de podermos desenvolver esse programa dentro na Universidade. Ele é de extrema importância para a formação dos estudantes e, com certeza, teremos muitos resultados”, observou a responsável pelo setor de Políticas Afirmativas e Inclusão da Procids, Ingrid de Souza.
Para a tutora do projeto da UFMS de Campo Grande, a professora do Instituto Integrado de Saúde Gislaine de Abreu, a saúde de qualidade que todos buscam começa na formação. “O AfirmaSUS vem coroar o trabalho que temos realizado por meio da Liga de Saúde Indígena, nossa proposta foi no sentido de ampliar as ações, o alcance aos alunos indígenas para além do meu curso [Enfermagem]. Hoje na Liga já temos Nutrição e Odontologia, mas a ideia é sair da área da saúde, porque sabemos que a saúde, por exemplo, começa com um direito legal, que é um curso da área de Humanas. O intuito é que o projeto traga não só mais visibilidade para a questão indígena, mas também para movimentos que favoreçam a permanência e dignidade de povos tão importantes para nós”, disse.
A cotutora em Campo Grande, Suzi Barbosa, contou sobre propostas já desenvolvidas junto a algumas aldeias no Estado e falou sobre o interesse das pessoas na qualidade de vida e saúde. “Tenho certeza de que o AfirmaSUS será um programa maravilhoso, a formação é o primeiro passo para que realmente as profissões consigam atingir o objetivo”, afirmou.
“A riqueza do AfirmaSUS é o olhar para a equidade, que muitas vezes é muito discutida nos cursos da saúde, mas de uma forma um pouco superficializada. […] Vejo a proposta do programa como um elemento extremamente significativo, não só para fortalecer a formação dos estudantes que dele participarem, mas também olhando para esses estudantes inseridos na rede de atenção à saúde. Além de uma formação substancial, nesse sentido da equidade e interseccionalidade, terão a oportunidade também de fazer um movimento de mudança nos serviços, porque muitos dos trabalhadores que hoje estão na saúde não tiveram essa oportunidade que eles estão tendo agora”, ressaltou o tutor do projeto no CPTL, professor Edirlei dos Santos.
O evento on-line teve uma apresentação sobre o AfirmaSUS, feita pela professora Luciana Contrera, e a apresentação dos tutores, cotutores e dos integrantes dos dois projetos selecionados.
Texto: Ariane Comineti
Fotos: Ingrid de Souza
