Pesquisa estuda perfil nutricional de acadêmicos da UFMS

O perfil nutricional de estudantes da UFMS está sendo desvendado em pesquisa realizada no curso de Nutrição, com a coordenação da professora Priscila Milene Angelo Sanches. A pesquisa faz parte de um projeto de ensino iniciado em 2013 para a prestação de assistência nutricional aos alunos de graduação e pós-graduação.

O Atendimento Nutricional Ambulatorial (ANA) é feito todas as quintas-feiras, das 13h às 17h, na Clínica Escola Integrada, por alunos dos 3º e 4º semestres de Nutrição. No primeiro ano de atendimento os alunos passavam por pesagem, medições, análise de gordura e análise qualitativa das refeições. Nos últimos dois anos, passaram a ser realizados também dados mais específicos. “Agora também estão sendo levantadas informações sobre o consumo dos nutrientes, calorias, carboidratos, proteínas e lipídeos para uma avaliação mais completa”, explica a professora. Em média, segundo a coordenadora do projeto, são atendidos cerca de 100 alunos por ano. “Na primeira consulta é feita a avaliação antropométrica e do consumo alimentar. Depois são marcados retornos quinzenais ou mensais”, diz.

Exemplo de sucesso é o acadêmico Pedro Alberto Pereira Zandoni, que frequenta o projeto desde 2013. Nesse período ele não só eliminou 30 quilos, como também teve ganhos na qualidade de vida e redução da pressão arterial. “Com o projeto eu aprendi a comer nos horários certos e a respeitar as porções adequadas para cada refeição. Eu já fazia atividades físicas e a alimentação regulada melhorou meu desempenho”, afirma o acadêmico de Engenharia Ambiental.

DSC_8361Iniciando no projeto, o acadêmico de Educação Física Lynyker Moura aprovou a possibilidade de ter um acompanhamento nutricional gratuitamente. Com o objetivo de perder gordura, ele não acha difícil cumprir os horários e as orientações de alimentação com as atividades acadêmicas. “Difícil é fazer a família acompanhar em casa”, afirma.

 Primeiro levantamento

Um primeiro Trabalho de Conclusão de Curso, realizado em 2013, mostrou que de 46 alunos atendidos regularmente, 45,65% estavam em estado de eutrofia, ou seja, em estado nutricional adequado; 23,91% com sobrepeso (Índice de Massa Corporal – IMC entre 25 a 30 kg/m2), 8,69% em obesidade grau 1 (IMC entre 30 a 35 kg/m2) e 2,17% em obesidade grau 2 (IMC entre 35 a 40 kg/m2). Apesar de quase metade fazer parte do grupo de IMC considerado normal, somente 21,7% estavam com gordura corporal adequada (máximo de 23% de gordura para mulheres e de 15% para homens). Nesse grupo, 34,8% estavam acima da média (com percentuais entre 24 a 31%) e mais 39,1% em situação de risco de doenças associadas à obesidade. Ou seja, 73,9% estavam acima da normalidade, prevalência considerada alta.

O primeiro estudo também demonstrou que 50% dos alunos acompanhados faziam a refeição completa no almoço (carne, salada, arroz e feijão), mas no jantar os quatro itens só eram consumidos por 10%. Ainda, o almoço é a única refeição feita por todos, sendo que a maioria almoçava no Restaurante Universitário. No grupo, 67,4% realizavam café da manhã, 54,30% lanche da manhã, 84,8% lanche da tarde, 80,40% jantar e 34,8% a ceia. De acordo com a coordenadora, o plano alimentar repassado aos alunos é feito conforme seus horários e possibilidades de armazenagem e custo.