Iniciativas da UFMS são premiadas em evento nacional pelo segundo ano consecutivo

Duas iniciativas de tecnologia da informação e comunicação (TIC) da Universidade estão entre os melhores trabalhos premiados no Workshop de Tecnologia da Informação das Instituições Federais de Ensino Superior (WTICIFES 2025), realizado em Santarém (PA). As ações foram apresentadas pela Pró-Reitoria de Planejamento e Desenvolvimento Institucional (Proplan) e pela Agência de Tecnologia da Informação e Comunicação (Agetic).

O WTICIFES 2025 é considerado o maior evento de tecnologia voltado às instituições federais de ensino superior (Ifes) do Brasil. Neste ano, o tema Inteligência Artificial (IA) nas Ifes: desafios, oportunidades e o papel estratégico da TIC explorou o impacto da IA na educação superior, com a participação de especialistas, gestores e empresas.

Os trabalhos Critério para Obsolescência de Computadores: Gestão na Distribuição e Otimização de Aquisições e Participação Social e Transformação Digital na Elaboração do PDI 2025–2030 da UFMS foram reconhecidos com o segundo e terceiro lugar, respectivamente, na categoria Qualidade da Escrita. Em 2024, a Universidade já havia sido premiada com cinco projetos.

Para o atual diretor da Agetic, Anderson Viçoso, a premiação reforça o papel estratégico das duas iniciativas implementadas na Universidade, que possibilitaram uma melhor tomada de decisões e maior participação da comunidade universitária. “É muito gratificante chegar em um setor dentro de uma instituição pública e saber que os servidores que ali estão têm toda essa capacidade técnica. Sabemos dos enormes desafios que enfrentamos diariamente e com uma equipe capacitada é muito mais fácil encontrar caminhos melhores para as soluções”, celebrou. “Iremos continuar evoluindo, inovando, buscando parcerias, transformando digitalmente a UFMS e trabalhar para mostrar todo esse trabalho em eventos como esses”, garante.

Para o diretor de Planejamento da Proplan, Danilo Cézar, o reconhecimento valida a dedicação e o esforço de ambas as equipes em uma jornada de modernização e inovação. “Não se trata apenas de utilizar novas tecnologias, mas de repensar e otimizar processos de gestão, garantindo que a UFMS continue a ser uma Instituição eficiente e transparente”, ressalta. “O fato da premiação ter sido na categoria de Qualidade da escrita é particularmente relevante. Isso demonstra que, além da inovação e da relevância dos temas abordados, nossos trabalhos possuem o rigor científico e a clareza textual necessários para comunicar ideias complexas de forma eficaz. Essa qualidade é fundamental para que nossas práticas se tornem referências e possam ser replicadas por outras instituições”, pontua.

O diretor da Agetic entre 2016 e 2024, Luciano Gonda, acrescenta que a premiação reflete a qualidade do processo de transformação digital vivenciado na UFMS. “A Universidade promoveu avanços significativos na melhoria dos serviços digitais, ampliando a eficiência administrativa e a experiência da comunidade acadêmica. O esforço consolidou a Instituição como referência em governança, gestão e no fornecimento de soluções digitais entre as universidades brasileiras”, esclarece.

Obsolescência de computadores

O artigo sobre o critério para obsolescência de computadores foi desenvolvido pelo diretor de Planejamento da Proplan, Danilo Cézar; diretor de Infraestrutura Tecnológica da Agetic, Egon Dadalt; diretor da Agetic entre 2016 e 2024, Luciano Gonda; e pelos técnicos Estevão Broering e Gregório Higashikawa. O trabalho apresenta o processo de definição de critérios claros e objetivos para a gestão do parque computacional da UFMS. Com um sistema de pontuação técnica, durante a avaliação de computadores, cada máquina recebe uma nota, que define seu destino: substituição, remanejamento ou atualização.

“O principal resultado foi a capacidade de realizar uma tomada de decisão consciente e baseada em dados concretos. Isso não só apoia diretamente o ciclo de renovação tecnológica da Universidade, mas também contribui para uma gestão orçamentária mais eficaz e responsável”, explica Cézar. “Para o planejamento estratégico da UFMS, este trabalho representa um avanço significativo na governança de TIC. Ele assegura que a infraestrutura tecnológica da Instituição esteja atualizada e seja utilizada de forma eficiente, impactando diretamente a qualidade das entregas da UFMS para sociedade, além de otimizar o uso dos recursos públicos”, acrescenta.

“Com a adoção de normativas institucionais específicas, foi possível organizar de forma mais eficiente o parque computacional, racionalizar os processos de aquisição e ampliar a vida útil dos equipamentos utilizados por servidores e estudantes. Na prática, isso significa que recursos públicos passaram a ser utilizados de maneira mais inteligente, evitando desperdícios e garantindo maior aproveitamento das máquinas já existentes”, complementa Gonda.

Dadalt também ressalta que o resultado manifesta o esforço e o cuidado tido com a governança digital da Universidade. “Acho importante destacar que essa experiência da UFMS pode servir de exemplo para outras instituições públicas. Mostrar que é possível fazer uma gestão tecnológica eficiente mesmo com recursos limitados, por meio de critérios claros e do uso de ferramentas que ajudam no acompanhamento dos equipamentos. Também vale lembrar que essa gestão não é só sobre tecnologia, mas sobre prestar um serviço melhor para todos”, afirma.

Broering reforça ainda quatro pontos principais de contribuição gerados pela adoção do critério de obsolescência: decisões baseadas em dados, otimização financeira e sustentabilidade, eficiência operacional e fortalecimento da governança digital. “O modelo aplicado descrito no trabalho é altamente replicável. Qualquer instituição pública, seja uma universidade, prefeitura ou órgão estadual, pode adaptar e implementar essa metodologia. O uso de uma ferramenta de código aberto, como o OCS Inventory, torna a solução acessível e de baixo custo. O mais importante é a mudança de cultura: sair da lógica de ‘comprar por comprar’ e adotar uma visão de ciclo de vida do ativo tecnológico. Isso significa planejar, usar, otimizar, reaproveitar e, só então, descartar de forma correta. É uma abordagem que gera economia, eficiência e está totalmente alinhada às demandas por um serviço público mais moderno e sustentável”, enfatiza.

UFMS Participativa

O segundo artigo teve a participação do diretor de Planejamento da Proplan, Danilo Cézar; do diretor de Engenharia de Software da Agetic, Maurílio Mussi; do diretor da Agetic entre 2016 e 2024, Luciano Gonda; e dos técnicos Juvenal Muniz e Anderson Dias. O trabalho detalha a experiência inovadora da UFMS na implementação de um modelo de planejamento participativo utilizado na elaboração do Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) 2025-2030, integrado ao Projeto Pedagógico Institucional (PPI).

Para o diretor da Proplan, a experiência comprova o potencial transformador das tecnologias digitais para qualificar a participação social. “Guiados pelas diretrizes do Sistema de Governança e do Modelo de Planejamento Estratégico Institucional, que promovem uma gestão democrática, transparente e alinhada aos princípios ESG (Ambiental, Social e Governança), estruturamos um processo de escuta qualificada da sociedade. Isso foi viabilizado por meio de uma plataforma digital eficiente e intuitiva. O sucesso do processo é evidenciado pelos números: realizamos 11 audiências públicas (presenciais e on-line) nos câmpus da UFMS, resultando em 135 propostas submetidas e mais de 8 mil apoios registrados, demonstrando um alto engajamento da comunidade acadêmica e da sociedade civil”, finaliza.

Texto: Thalia Zortéa

Fotos: Andifes