Inaugurado Museu de Arqueologia do Pantanal, em Corumbá

Mais de oito mil anos de história e uma pesquisa de mais de duas décadas sobre uma das mais interessantes regiões do mundo, o Pantanal, deram origem ao Museu de Arqueologia do Pantanal, inaugurado em Corumbá, esta semana, no campus do Pantanal.

“Este foi um trabalho interdisciplinar que envolveu uma equipe com vários parceiros. Alunos do PIBIC dos cursos de História, Biologia e Geografia. Professoras da Universidade que fizeram a tradução da comunicação do Museu, que é toda em três línguas: português, inglês e espanhol. E também o estudo etnológico da região, que revelou uma intensa movimentação muito antes de 1778, quando se diz ter sido fundada a cidade de Corumbá. Membros do Laboratório de Evolução da Universidade de São Paulo e da Universidade Federal de Goiás, que fizeram os estudos dos esqueletos, das doenças e dentição da população que ocupou a planície pantaneira há milhares de anos. Do Instituto Acaia Pantanal, organização não governamental que contribuiu com recursos para a montagem dos expositores e impressão dos banners. Além disso, recebemos o apoio do CNPq, da Capes, Fundect e da própria UFMS”, explica o coordenador do museu, professor José Luis dos Santos Peixoto.

Cada uma das 190 peças expostas, algumas inteiras, mas a maioria em fragmentos, vindas das escavações em centenas de sítios arqueológicos espalhados pelo Pantanal, possui conteúdo explicativo e têm a função de estabelecer conexões entre o passado e o presente da região pantaneira, além de gerar conhecimento para a população. Segundo professor Peixoto, o Museu vai ajudar a reconhecer os indígenas como os descendentes mais longínquos da população local e não apenas os europeus, vindos de Portugal e Espanha. “Estes indígenas foram os primeiros habitantes da planície pantaneira. Foram os mesmos que habitaram o restante das Américas e aqui chegaram há pelo menos 5.500 anos. É muito importante resgatar grande parte de uma história desconhecida para o público”.

Dentre alguns dos destaques do Museu, professor Peixoto chamou a atenção para “a canoa de um pau só”, “artefato fundamental para a presença do homem na planície pantaneira”. Criada para atender as necessidades dos povos originários, com o tempo passou a simbolizar os guatós, chamados de índios canoeiros.

O Museu de Arqueologia do Pantanal deseja se configurar como agente de comunicação na formação dos estudantes do ensino fundamental, médio e superior e no turismo de Corumbá e Ladário, no Brasil, e Puerto Quijarro e Puerto Suarez, na Bolívia.

As visitas ao Museu podem ser realizadas de terça-feira a sábado, das 8h às 17h, com entrada gratuita para todos os públicos, na Unidade 3 do campus do Pantanal.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Texto: Luis Felipe Neves de Oliveira (estagiário de Jornalismo) e Ana Carolina Monteiro