Estudantes de graduação e pós-graduação da UFMS foram destaque em premiações do 25º Congresso de Ciências da Comunicação da Região Centro-Oeste, promovido pela Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (Intercom). O evento foi realizado entre os dias 20 e 22 de maio, na Cidade Universitária, e teve a participação de estudantes e pesquisadores de instituições públicas e privadas dos estados de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás e também do Distrito Federal.
A edição regional foi organizada pelo curso de Jornalismo da Faculdade de Artes, Letras e Comunicação e, segundo a coordenadora Laura Seligman, foi um trabalho em equipe. “Nossa participação neste ano foi excelente de uma forma geral. Muitos alunos de graduação e pós-graduação envolvidos na organização e apresentando trabalhos nos grupos de pesquisa e também concorrendo ao prêmio da Exposição de Pesquisa Experimental em Comunicação (Expocom). Ficamos muito orgulhosos de bater um recorde nesses 25 congressos regionais da Intercom Centro-Oeste, com mais de 500 inscritos, mais de 130 trabalhos acadêmicos sendo expostos nos grupos e mais de 250 concorrendo ao prêmio Expocom. Mesmo estando longe de centros maiores, como Goiânia e Brasília, tivemos a alegria de receber tanta gente com trabalhos excelentes. O saldo foi mais do que positivo”, avaliou.
O curso de Jornalismo da UFMS recebeu 28 indicações em categorias do Expocom, que destaca os melhores trabalhos experimentais produzidos por estudantes e recém-graduados em Comunicação. A estudante Fernanda Sá foi premiada na categoria Jornal Laboratório com o Projétil, produzido pelos estudantes do curso. As edições reconhecidas envolveram reportagens sobre direitos, ressocialização e a greve dos servidores técnicos-administrativos em Educação de todo o país, além de um caderno especial sobre a memória dos 60 anos da ditadura militar em Mato Grosso do Sul. “Foi um trabalho coletivo, intenso e que resultou em um produto muito completo, tanto no impresso quanto nas redes sociais e na versão on-line”, contou. “É um incentivo para continuar acreditando na importância do jornalismo feito na Universidade, como espaço de experimentação, formação crítica, técnica e humana”, comentou.
Já o estudante Pedro Vieira garantiu o primeiro lugar na categoria Produção audiovisual para mídias digitais com vídeos produzidos para o perfil do Observatório da Cidadania de Mato Grosso do Sul (OCMS) no Instagram. Ele desenvolveu os vídeos durante a disciplina Laboratório de Jornalismo Audiovisual 1, com orientação da professora Taís Fenelon. “Ganhar esse prêmio significou muito para mim, ainda mais pela minha participação no desenvolvimento de toda a identidade visual do evento regional e pelos vídeos terem sido feitos para publicação no Instagram do OCMS, um projeto que admiro muito por ter agregado tanto na minha formação e ter me permitido não só aprender, mas explorar outras áreas com o jornalismo”, afirmou.
Pós-graduação
O estudante do Programa de Pós-Graduação em Comunicação (PPGCom) Lucas Silva foi contemplado com o Prêmio Intercom de Comunicação para Transformação Social, na categoria Doutorando, que premia os melhores trabalhos apresentados nos congressos regionais.
Para o coordenador do PPGCom, Marcos Paulo da Silva, a premiação valoriza todo o programa de pós-graduação e o coloca em lugar de destaque em relação às produções científicas do país. “Acredito que a premiação tem uma importância para o curso de doutorado da UFMS, que é recém-criado, em diferentes níveis. Em um nível mais institucional, porque mostra que as nossas produções de pesquisa estão sintonizadas com a qualidade que outros programas de pós-graduação no Brasil mais tradicionais possuem. […] Ele também remete a uma importância e uma sintonia com as pesquisas que o PPGCom da UFMS tem desenvolvido em relação a demandas latentes da sociedade, no caso da pesquisa do Lucas, por tratar de discurso de ódio contra populações minorizadas na internet, mas também no caso de tantas outras pesquisas que têm se debruçado sobre temas bastante necessários de discussão nesses tempos contemporâneos”, destacou.
A pesquisa teve início ainda na graduação na UFMS, com o trabalho de conclusão de curso do estudante, e foi ampliada durante o mestrado. O artigo vencedor é fruto da dissertação desenvolvida e analisa o discurso de ódio homofóbico em comentários de veículos de notícia de Campo Grande no Facebook. “Esse meu artigo que foi premiado foi uma síntese do que foi a minha dissertação. É um grande reconhecimento da academia em relação ao discurso de ódio, a importância de debater esse assunto em um momento no país que é extrema direita, que cresce progressivamente. É importante a gente falar sobre o discurso de ódio, quanto ele afeta os grupos minoritários, em especial, no meu caso, em relação à população LGBTQIA+, que constantemente sofre com preconceito e discriminação no país”, explicou.
“Ganhar prêmios assim motiva a continuar e a não desistir jamais. Mostra que aquilo que você faz tem valor, é importante e pode mudar a vida de muitas pessoas. É isso que a ciência faz, é isso que o conhecimento busca fazer”, pontuou o estudante de doutorado.
A UFMS levou prêmios no Expocom nas categorias Vinheta, com Paulo Henrique Ribeiro; Podcast/Videocast com Maria Caroline Leite; Produção audiovisual para mídias digitais, com Pedro Vieira; Jornal Laboratório, com Fernanda Sá; Produção laboratorial em Jornalismo Multiplataformas, com Maurício Aguiar; Produção jornalística para mídias sociais, de Noysle de Carvalho Santos; Revista customizada, com Brunna Machado Brondani; e Games, de Miguel Sobreira de Albuquerque. Os trabalhos premiados agora concorrem com os vencedores das demais premiações regionais na edição nacional do congresso, em Vitória (ES), dos dias 1º a 5 de setembro.
Texto: Rúbia Pedra
Fotos: Arquivo dos premiados
