Entre 22 e 24 de setembro, a Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Alimentos e Nutrição (Facfan) realiza a 7ª edição da Semana de Engenharia de Alimentos (Sealim) e o 5º Simpósio de Frutos Nativos e Exóticos (Sinatex). Estudantes, professores, profissionais e empreendedores também podem participar de forma gratuita. As inscrições podem ser feitas aqui para a Sealim e neste link para o Sinatex.
De acordo com a coordenadora do curso de Engenharia de Alimentos da Facfan, Camila Kato, a programação fortalece a formação dos estudantes. “[A semana] amplia horizontes e promove a aproximação entre Universidade, setor produtivo e sociedade. É importante ressaltar que se trata de uma iniciativa organizada pelos próprios alunos do curso. Convidamos toda a comunidade acadêmica a participar, valorizando esse momento de aprendizado e integração”, enfatiza.
“Levamos em consideração temas atuais da indústria que enriquecem o conhecimento dos alunos, bem como assuntos que dialogam com outras áreas e cursos. Nosso objetivo é que estes dias de evento proporcionem experiências que despertem o interesse dos participantes, promovendo um rico enriquecimento acadêmico e pessoal. Desejamos, ainda, que tudo transcorra da melhor forma possível e que as atividades agradem a todos, contribuindo para momentos de aprendizado, troca de conhecimentos e crescimento mútuo”, afirma a estudante e presidente da comissão organizadora, Agata Beatriz.
Para Agata, os dois eventos são uma ótima oportunidade para reunir estudantes, profissionais, professores e pesquisadores para promover a troca de conhecimento e debater as atualidades e os desafios da indústria de alimentos e da bioeconomia. “Serão momentos únicos para se atualizar sobre as últimas tendências, ampliar a rede de contatos e aprofundar conhecimentos com especialistas nas áreas de frutos nativos, exóticos e tecnologias de alimentos”, afirma.
“Um dos principais desafios na organização de um evento é conseguir articular e coordenar todas as comissões envolvidas. Esse processo exige comunicação constante, alinhamento de tarefas e muita colaboração entre os membros. Além disso, é fundamental manter contato com diferentes pessoas para garantir a presença de palestrantes, o que envolve disponibilidade, negociação de horários e alinhamento com a proposta do evento. Tudo isso precisa ser conciliado com a nossa rotina de aulas, o que torna a organização ainda mais desafiadora. Não é a primeira vez que participo da organização de eventos. A maioria das pessoas que estão nas comissões já participaram das edições anteriores do evento, porém é a primeira vez que estou no cargo de presidente”, ressalta.
Entre os temas das palestras e mesas-redondas da Sealim estão: alimentos transgênicos; inovações biotecnológicas e impactos na segurança alimentar e sustentabilidade; certificação orgânica e vegana; o papel do engenheiro de alimentos na valorização territorial; inovação e desafios na cadeia produtiva do leite; qualidade; carreira e desafios e oportunidades nas redes sociais.
Haverá ainda apresentação de trabalhos e a realização do campeonato de ideias. A atividade busca que os participantes pensem em soluções criativas para o reaproveitamento de resíduos da indústria de alimentos. Segundo os organizadores, a proposta é transformar uma ideia, seja um produto, processo ou aplicação, em um pitch: uma apresentação rápida e convincente diante de um júri. Os critérios de avaliação incluem: inovação, viabilidade, impacto sustentável, clareza, estrutura, engajamento e persuasão.
Trabalhos
De acordo com presidente do comitê científico, Gabriela Correa, 21 trabalhos serão apresentados nas modalidades resultados de pesquisa e relatos de experiência. As áreas temáticas são: ciência e tecnologia de alimentos, engenharia e processos na indústria de alimentos, microbiologia e toxicologia de alimentos, nutrição e alimentos funcionais e sustentabilidade e economia circular na cadeia de alimentos, além de áreas afins e multidisciplinares.
“A qualidade dos trabalhos submetidos está excelente. Todos os resumos atendem aos critérios acadêmicos exigidos, apresentando clareza, relevância temática e consistência metodológica. Nenhum trabalho foi reprovado, o que reforça o alto nível das submissões recebidas”, destaca.
“As avaliações foram realizadas de forma duplo-cega, ou seja, os avaliadores não tiveram acesso à identidade dos autores e nem os autores aos suas respectivos avaliadores. Cada trabalho foi analisado por três avaliadores, totalizando a participação de nove professores e um pesquisador de pós-doutorado da Facfan e da Universidade de São Paulo. Os três trabalhos com as melhores avaliações em cada categoria (ensino, pesquisa e extensão) foram selecionados para apresentação na modalidade oral curta”, explica Gabriela.
“Os seis melhores trabalhos, considerando a avaliação geral, foram encaminhados à Comissão de Premiação, composta exclusivamente por pesquisadores e professores da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul, Universidade Federal da Grande Dourados e Universidade Federal de Lavras. Essa comissão irá definir os resumos premiados com o primeiro, segundo e terceiro lugares”, complementa.
Simpósio de Frutos Nativos e Exóticos
Já o Sinatex prevê a realização de visitas técnicas, oficinas e minicursos na manhã do dia 24. As visitas estão programadas para o Bioparque Pantanal e Cerrado em Pé, enquanto as oficinas e minicursos são sobre identificação de espécies e frutos nativos, biscoito amanteigado com fruto nativo (pequi), óleos essenciais e sanduíche 100% vegetal. No período da tarde, as atividades contemplam uma mesa-redonda sobre o tema A bioeconomia que queremos, com a participação da pesquisadora sênior da UFMS Ieda Maria Bortolotto; da representante do Divino Sabor Santa Lúcia Eliana Gomes Pedrosa; da coordenadora do projeto Jatobá, Izabel Castanha Gil; e do professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas Valdely Kinupp.
“A nossa intenção, com o Sinatex, é valorizar a sociobiodiversidade, o conhecimento tradicional, a produção em agroflorestal. Esperamos também que as espécies dos nossos biomas do Mato Grosso do Sul sejam mais valorizadas e, claro, as pessoas, todos que estão envolvidos nisso”, pontua a professora da Facfan e coordenadora da programação, Raquel Campos.
“O intercâmbio de conhecimentos e experiências, com visitas técnicas, oficinas práticas, palestras, é valioso para o enriquecimento dos nossos acadêmicos e todos envolvidos, culminando com a Feira de Produtos da Sociobiodiversidade para valorização dos produtos locais sustentáveis”, acrescenta. Após a mesa, serão premiados os melhores trabalhos apresentados na Sealim e realizada feira. À noite, há o jantar de confraternização Sabores do Cerrado, por adesão, no Recanto das Ervas.
Além da programação científica, os eventos contarão com apresentações culturais nos intervalos das atividades, como parte da programação do Festival Mais Cultura.
Texto: Vanessa Amin
