Com intuito de integrar ensino, pesquisa e serviço em saúde pública de Mato Grosso do Sul, a 9ª edição do Congresso do Centro-Oeste sobre Doenças Infecciosas Emergentes, Reemergentes e Negligenciadas (Diern) será realizada nos dias 28 e 29 de agosto, nos auditórios 1 e 2 do Complexo Multiuso 1 da Cidade Universitária. A programação busca apresentar e discutir respostas atualizadas e inovadoras para desafios contemporâneos em saúde, qualidade de vida e desenvolvimento científico. Estudantes, pesquisadores, profissionais e gestores de saúde podem realizar a inscrição aqui.
As doenças infecciosas emergentes são aquelas que surgiram recentemente ou cuja incidência tem aumentado, como a Covid-19. As reemergentes são doenças conhecidas que voltam a apresentar surtos, como hepatites, raiva, arboviroses, sarampo e tuberculose. Já as doenças negligenciadas afetam principalmente populações em situação de vulnerabilidade e recebem menos atenção em pesquisa e investimentos. Entre elas estão as infecções fúngicas, leishmaniose, Doença de Chagas, hanseníase e o HTLV.
A professora da Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Alimentos e Nutrição e coordenadora do evento, Ana Rita de Castro, explica que o congresso é promovido a cada dois anos pelo Programa de Pós-Graduação em Doenças Infecciosas e Parasitárias da Faculdade de Medicina. “Consolidado como um dos mais relevantes eventos científicos nacionais na área, o Diern promove a divulgação de pesquisas de excelência sobre doenças infecciosas; a troca de conhecimentos; discussão de estratégias de vigilância, diagnóstico, prevenção e tratamento; além de estimular a formação de redes de colaboração científica e de políticas públicas mais efetivas”, destaca.
Para ela, o evento proporciona a troca de experiências e informações, a discussão científica e a ampliação da visão de saúde pública, além de fortalecer parcerias nacionais e internacionais. “Desde a sua primeira edição, realizada em 2009 logo após a criação do curso, o objetivo do Diern tem sido complementar a formação dos alunos, além de fortalecer a visibilidade da região Centro-Oeste no cenário nacional de pesquisa em doenças infecciosas e fomentar parcerias institucionais na região Centro-Oeste do Brasil. Ao longo do tempo, o evento cresceu e se consolidou, tornando-se nacionalmente reconhecido”, avalia Ana Rita. “Em todas as edições anteriores, o Diern se destacou não apenas pela divulgação de informações relevantes e debates essenciais sobre questões críticas de saúde e vigilância, mas também na formação de recursos humanos qualificados na dedicação dos palestrantes, pesquisadores, gestores, alunos, profissionais de saúde e comunidade civil”, completa.
A coordenadora do Programa de Pós-Graduação (PPG) em Doenças Infecciosas e Parasitárias, Anamaria Paniago, esclarece que o evento mobiliza e agrega os estudantes e os docentes em uma causa única: devolver para a comunidade o conhecimento gerado pelas pesquisas produzidas na Universidade. “Momentos como esse, que promovem o encontro de pesquisadores de diferentes instituições para apresentar, ouvir, discutir e gerar novas propostas são essenciais, tanto para dar visibilidade ao PPG quanto impulsionar a ciência produzida”, ressalta.
“O congresso Diern tem cumprido um papel importante de reunir não só pesquisadores, mas também gestores e profissionais de saúde que atuam no enfrentamento de doenças infecciosas, nos debates das mesas-redondas e nas apresentações dos trabalhos. Muitos problemas são levantados pela comunidade, evocando novas pesquisas, cujos resultados talvez venham a ser apresentados nos próximos congressos, em um círculo de interação serviço-pesquisa, que sempre caracterizou nosso programa”, acrescenta Anamaria.
De forma antecipada, os inscritos no evento poderão participar de minicursos presenciais e on-line entre os dias 25 e 27 de agosto. Entre os temas abordados estão a pesquisa científica com uso de inteligência artificial; abordagem ética em pesquisa clínica; diagnóstico clínico e laboratorial das micoses de interesse médico; aplicações avançadas em filogenia; revisão sistemática; e modelos de regressão aplicados à epidemiologia.
Já o congresso, nos dias 28 e 29 de agosto, terá a participação de especialistas nacionais e internacionais em palestras e mesas-redondas temáticas, relacionadas a vacinas, acessibilidade comunicacional em saúde, resistência antimicrobiana, estratégias educacionais em Parasitologia, infestação de vetores primários de Trypanossoma cruzi no Brasil, hanseníase, HTLV, estratégias para engajar a comunidade e a mídia na ciência, o valor das evidências científicas, micologia médica, panorama e desafios no controle da raiva humana, febre maculosa e a saúde única e diálogos interculturais em territórios indígenas. Haverá também apresentações de trabalhos científicos.
A programação completa está disponível na página do evento e no perfil do Instagram.
Texto: Thalia Zortéa
