A noite do quinto dia do Festival Mais Cultura UFMS 2025 começou na Concha Acústica da Cidade Universitária, com rock’n’roll autoral das bandas Os Alquimistas e CG Hell. Já no Teatro Glauce Rocha, a comunidade pode acompanhar a apresentação do espetáculo Vozes da Ópera, mostrando a diversidade da programação para todos os gostos, públicos e idades.
A diretora de Cultura, Arte e Popularização da Ciência da Pró-Reitoria de Extensão, Cultura e Esporte, Rozana Valentim, destacou o sucesso do evento na Cidade Universitária e nos câmpus. “A ideia era justamente essa: mostrar que a Cidade Universitária tem arte, tem cultura, e os câmpus da UFMS também são espaços ricos em arte e cultura. Foram várias ações e os participantes puderam contribuir muito com a nossa Universidade, sempre em parceria com servidores e com a comunidade. O objetivo foi cumprido e estamos muito felizes com o resultado. Conseguimos trazer parceiros e professores de outras partes do Brasil para estarem conosco”, celebrou.
O baixista da CG Hell, Ícaro Maranhão, agradeceu pelo espaço para as bandas autorais de Campo Grande e outros expositores. “Estamos muito felizes com o convite da UFMS. Não só as bandas, mas também os expositores que estão participando, pois isso abre um espaço incrível para o movimento underground da cidade se integrar ao Festival e à cultura universitária”, afirmou.
De acordo com o músico, a banda é uma fusão de diversas influências artísticas. “Temos várias referências, não só do blues, mas também do grunge. Além disso, somos influenciados por bandas locais, como Bêbados Habilidosos, e internacionais, como Alice in Chains e Nirvana. Isso acaba resultando em um som único, que mistura toda essa energia”, explicou. Ele aproveitou a oportunidade para apresentar o single Corum Hell e novas produções, disponível nas plataformas digitais. “Vamos lançar uma nova música no mês que vem, chamada CG Blues. Fiquem ligados”, anunciou.
Em outro local, o espetáculo Vozes da Ópera promoveu uma imersão na música erudita, com a participação da professora de canto e bacharel em música Edneide Dias de Oliveira. Ela é fundadora do coro lírico Cantarte, de Campo Grande, e também regente de coros no Conservatório Lourenço Fernandes e no Conservatório Brasileiro de Música, ambos localizados no Rio de Janeiro. “Para nós, é um prazer muito grande [nos apresentar], porque nós podemos mostrar ao público universitário e à toda a comunidade campo-grandense os talentos que nós temos dentro desse segmento da música erudita. Então, ter essa oportunidade de apresentar para nós é um privilégio”, disse.
O Cantarte é um coro dedicado a divulgar a música erudita, com a ópera sendo uma das suas principais vertentes. “O coro lírico Cantarte é um coro que procura divulgar a música erudita. A ópera faz parte desse segmento de música erudita. Óperas, mitos, concertos, tudo faz parte desse segmento”, comentou a artista. O público pôde assistir ao primeiro ato da ópera La Bohème, além de apresentações de solos que fazem parte das cortinas líricas, com músicas de compositores renomados como Donizetti.
A estudante Izabel Souza ficou encantada com o espetáculo. “Sempre foi meu sonho assistir a ópera e músicas clássicas. Eu não participei de todos os eventos, essa é a segunda apresentação que estou assistindo e está sendo uma realização. Por mais que eu esteja aqui na Universidade, mesmo antes de entrar, eu nunca tinha assistido e, até esses dois anos, nunca tinha conseguido entrar aqui e assistir. Para mim, está sendo a realização de um sonho. Está sendo tudo lindo, ainda mais ao ver as pessoas se esforçando e perceber que essa parte da cultura está sendo transmitida, principalmente para os alunos, de uma maneira gratuita, dando oportunidade para a gente assistir”, destacou.
Quem também acompanhou a apresentação foi a estudante Nathalie Zambon da Silva. Diferente de Izabel, ela participou do Festival Mais Cultura todos os dias e falou sobre as contribuições do evento para sua formação cultural e artística. “Foi muito bom para a gente, artista, porque abrangemos um público que não é muito visto na faculdade. […] Participar desses eventos, ter amigos que foram lá, que estiveram presentes, compraram com a gente e apoiaram nosso trabalho, foi tudo muito bom. O evento de cosplay foi a coisa mais linda que eu já vi. Eu nunca tinha conseguido prestigiar um evento de cosplay e a UFMS nos proporcionou isso, então fiquei muito feliz mesmo”, comentou.
Programação
Pela manhã, o Coletivo Breu ministrou a oficina de Monotipia, uma técnica de impressão artística que permite o uso da criatividade para experimentação, composição de diferentes texturas no papel e produção únicas de imagens, como explica a egressa Beatriz Matos, do curso de Artes Visuais da Faculdade de Artes, Letras e Comunicação (Faalc). “Tem essa base de vidro, pode ser vidro ou mármore também, passa a tinta tipográfica, uma tinta de impressão, que a gente usa na aula de gravura daqui do curso. A gente tem que esticar essa tinta na superfície de vidro e colocar a folha de leve por cima, e então, pode ser um lápis, pode ser caneta, pode ser carimbo, tem várias formas de experimentar a impressão. Trouxemos o tom de azul e o tom de preto, mas pode fazer com vários tipos de cor também. É super divertido”, explicou.
As atividades também incluíram as oficinas Imprevisto, com Elias de Aquino, de Artes Visuais, com Lucas Finonho, Exposição para estudantes de Artes, com a professora da Faalc Ana Carolina Sandim, e Leitura e produção textual com base na obra do artista Ney Matogrosso em suas múltiplas linguagens: letra, música e performance, com Ariel Barufi Alves Rocha, Ariel de Almeida Melo Fagundes, Ayllan Daniel Gamarra Vieira, Crislayne Ribeiro Alves, Guilherme da Silva Palacio Batista, Laís Caroline da Silva de Souza, Nicolas dos Santos Sá, Rubia de Arruda Pessoa e Sara da Silva Sommer. O público também pôde prestigiar ao longo do dia o Circuito Musical, com Moisés Lulu, Jardim e Matheus, Iago e Pedro, além das exposições Matéria Pictórica, Fragmentos de vida e obra da artista sul-mato-grossense Lúcia Martins, Socioartista – “Alterações Climáticas, a Paz e os Seres Vivos” e de poesia do projeto de extensão Oficinas Letrarte: prática pedagógica com a língua portuguesa e as artes visuais.
Na Cidade Universitária, também foram realizadas aulas abertas de ballet infantil e adulto, jazz e dança do ventre; Feira Capivara, voltada para divulgação das produções dos estudantes da Faalc; a apresentação do Siriri do Pantanal, no Restaurante Universitário; a palestra Discussão sobre metodologias de ensino das danças de salão, com Neil de Almeida; e o ensaio aberto da Camerata Madeiras Dedilhadas.
Nos câmpus, a programação ficou por conta da Banda Elo, na Unidade 2 do Câmpus da UFMS do Pantanal; do Xirê dos Orixás, na área de convivência do Câmpus da UFMS de Coxim (CPCX); e do show A forma do Som, acompanhado de um happy hour, no hall de entrada do bloco 8 do Câmpus da UFMS de Três Lagoas (CPTL).
O Festival Mais Cultura encerra amanhã, 27, com edição especial do Sábado no Parque da Ciência; trilha de observação de pássaros; espetáculo de comédia grega Lisístrata: uma luta feminina pela paz, apresentado pelo projeto de extensão Cia teatral Ato Histórico: cultura e educação em movimento; oficinas de Produção de Peças em Argila, Produção de Fantoches com sucatas e Técnica Vocal para atores e atrizes, no CPTL; e visita ao Templo dos Pilares, em Alcinópolis, pela comunidade universitária no CPCX. A programação completa está disponível em maiscultura.ufms.br.
Texto: Lúcia Santos, Thalia Zortéa e Rúbia Pedra
Fotos: Rúbia Pedra e Raul Delvizio



































