Modelo de simulação aponta impacto da Covid-19 em infraestrutura hospitalar

Com o intuito de fornecer estimativas sobre a utilização dos serviços de saúde em hospitais de Campo Grande em razão da Covid-19, professores e estudantes da Faculdade de Engenharias, Arquitetura e Urbanismo e Geografia (Faeng) irão desenvolver modelos de simulação/previsão sobre o impacto da doença na infraestrutura hospitalar do município.

Por meio do edital de projetos, ações e ideias “UFMS contra o Coronavírus”, a proposta, coordenada pelo professor João Batista Sarmento dos Santos Neto (Faeng), pretende estimar a demanda de utilização de leitos hospitalares, Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) e respiradores mecânicos, a partir de dados da infraestrutura atual existente na Capital.

A equipe de realização do projeto também é formada por pesquisadores do laboratório em Sistemas de Informação e Métodos de Apoio a Decisão (Simad): professora Carolina Lino, a mestranda Naylil Lacerda e os graduandos Gabriel Ensinas e Renan Della Senta.

“Assim, esta pesquisa busca utilizar modelos de simulação, uma vez que, imediatamente após a ocorrência de situações atípicas, a complexidade da unidade de emergência aumenta exponencialmente, daí a necessidade de um modelo de simulação para prever os recursos de infraestrutura necessários”, explica o coordenador do projeto.

O modelo será baseado em simulações utilizando Teoria da Filas, por meio do software Arena®, que envolve o estudo da espera em diferentes tipos de situações. “A equipe do projeto está contando com o importante apoio dos parceiros Paragon Decision Science e Rockwell Automation para viabilização da modelagem via software Arena”.

Os modelos de fila representam os tipos variados de sistemas de fila que surgem na prática. “As fórmulas para cada modelo indicam como o sistema de fila correspondente deve ser realizado, incluindo a quantidade média de espera que ocorrerá, de acordo com circunstâncias variadas. Os modelos de filas são muito úteis para determinar como operar um sistema de fila da maneira mais eficaz e permitem encontrar um equilíbrio adequado entre os recursos disponíveis e a quantidade de espera”, explica o professor.

Assim, serão necessários os dados de entrada relacionados à infraestrutura atual existente no que diz respeito aos leitos hospitalares, UTIs e respiradores na cidade objeto de estudo.

“Vale ressaltar, ainda, que o modelo será atualizado constantemente, em função do rápido crescimento do número de casos de coronavírus existentes, buscando tornar o modelo mais próximo da realidade possível”, completa João Batista.

A expectativa é de que o modelo de simulação computacional possa criar e realizar testes de cenários e estratégias propostas para dimensionamento dos leitos, UTIs e respiradores mecânicos no combate à pandemia do coronavírus em Campo Grande.

“O modelo também poderá fornecer uma base para definir planos de ação que afetarão a alocação de recursos e, consequentemente, o desempenho das organizações de saúde nesse momento. Espera-se, ainda, fornecer à sociedade notas técnicas, artigos acadêmicos e trabalhos de orientação científica sobre a demanda de infraestrutura de saúde”, afirma o professor.

Texto: Paula Pimenta