Delegação de 41 pessoas representou a UFMS na 77ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), realizada na Universidade Federal Rural do Pernambuco (UFRPE), entre 13 e 19 de julho. O estande da Instituição apresentou os projetos e programas da Universidade, como o Parque da Ciência e o Museu de Ciência e Tecnologia da UFMS; o Museu de Arqueologia (Muarq); o Programa Vem pra UFMS; o Programa Trilha Rupestre; a Feira de Tecnologias, Engenharias e Ciências de Mato Grosso do Sul (Fetec MS); o Grupo Arandú da Tecnologias e Ensino de Ciências; e o grupo do Programa de Educação Tutorial (PET) Química.
Para a secretária de Popularização da Ciência da Pró-Reitoria de Extensão, Cultura e Esporte (Proece), Naiade de Alcântara, a participação da UFMS é importante, considerando que a Instituição é uma assídua incentivadora do ensino, pesquisa e extensão. “Tornar a Instituição visível e conhecida nacionalmente, poder compartilhar saberes, proporcionar aos estudantes uma conexão com diversos pesquisadores, culturas e realidades, torna a missão da Universidade cada vez mais próxima de ser alcançada”, falou.
Além dela, foram para Recife o professor do Instituto de Química (Inqui) Ivo Leite Filho, o técnico da Proece Cris Almeida de Oruê e o técnico da Coleção Zoológica do Instituto de Biociências Marcelo Bruno Pessoa, além de 37 estudantes. “Foi a maior delegação de uma Instituição presente na reunião”, comemorou Naiade.
“A reunião anual da SBPC é a maior reunião científica da América do Sul e uma das três maiores reuniões científicas do mundo. Mas, não é essa grande importância dela. O mais importante é que a reunião permite ter uma diversidade de cientistas, de tal forma que você consegue conviver, conversar e participar de ações desenvolvidas na reunião que você não conseguiria fazer em outro lugar”, destacou o professor do Inqui Ivo Leite Filho.
Ainda sobre a reunião, o professor Ivo relembrou que o evento já foi realizado na UFMS em 2019. “[A reunião] desenha a oportunidade de exposições de diversas unidades de pesquisas do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação, traz para o local diversas agências financiadoras de pesquisa e de promoção de atividades de intercâmbios e de bolsas, e faz com que, na verdade, os graduandos e também os alunos da Educação Básica tenham um contato direto com pesquisadores, com pessoas que desenvolvem produtos de ciência do seu lado. Acho que isso é fantástico dentro da reunião anual da SBPC”, ressaltou.
“Estamos na 77ª edição. A última vez que aconteceu a reunião aqui foi em 2013. Pernambuco é um estado que, por si só, já traz na sua história diversos movimentos culturais. Recife tem um papel importante na construção da identidade social-cultural do Brasil e, claro, do Nordeste, ela nos empolga bastante. Então, toda essa novidade, essa história, esse dinamismo que há aqui, isso nos motiva muito. Os alunos que estão participando dessa delegação viveram juntos essas atividades com a cidade. Então a reunião trouxe muita vida para a cidade”, acrescentou Ivo.
Naiade explicou que o espaço da UFMS para interação com o público estava localizado na tenda da SBPC Jovem. “Exibimos o vídeo institucional da UFMS, os vídeos explicativos do Parque da Ciência e do Muarq e o vídeo da evolução da obra até a entrega de dois módulos do Museu de Ciência e Tecnologia. Trouxemos material expositivo como artefatos pré-históricos, quebra-cabeça, realização de bingo com jogo de perguntas sobre o estado de Mato Grosso do Sul, miniatura do monumento Parabólicas de Som, do Parque da Ciência para demonstração prática do funcionamento do monumento, bem como bottons, folders, adesivos e cartão postal para envio de mensagens de pesquisadores para alunos do ensino médio sobre a importância da ciência”, elencou a secretária.
Além do estande, a Universidade teve um espaço para apresentação dos projetos do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Cientifica Júnior. “Participamos de palestras e minicursos ofertados durante a SBPC para ampliar o conhecimento, divulgar os projetos realizados pela Instituição, visitar os demais estandes presentes no evento, bem como fazer networking com outros pesquisadores e órgãos de incentivo à pesquisa para futuras parcerias. Adoramos o evento. Foram apresentações muito ricas que só contribuíram para o aprendizado e para o incentivo a novas ideias e melhorias para nossos trabalhos”, avaliou Naiade.
A viagem e destaques
“A viagem para Recife foi bem longa, saímos de Campo Grande em uma quinta-feira e chegamos em Recife no domingo. Realizamos algumas paradas na estrada e fomos muito bem recebidos em Barreiras, na Bahia, no Centro Técnico Bacia do Rio Grande e também no Instinto Federal de Sergipe, no Câmpus São Cristóvão na Zona Rural de Aracaju, Sergipe”, lembrou Naiade.
Ela fez dois destaques em relação às participações e oportunidades que a reunião ofereceu. “Quero destacar a importância da participação de gestores, ministros e pessoas públicas que estão à frente dos órgãos e instituições e ensino, pesquisa e extensão. Essa participação permite uma proximidade com todo o público da SBPC, tanto expositores como visitantes. Nossos estudantes sempre se apresentam e conversam com eles sobre os projetos desenvolvidos e perspectivas do futuro. Outro destaque importante foi a oportunidade dos alunos, tanto os da graduação quanto os do ensino médio, participarem de um evento como a SBPC, pois além do conhecimento, da pesquisa propriamente dita, eles são estimulados à extensão, praticando e popularizando a ciência, assumindo responsabilidades como conviver em grupo e adaptar suas apresentações de acordo com os visitantes para melhor compreensão, bem como organizar sua agenda de palestras, minicursos com a escala de trabalho no estante. Essas ocasiões, com certeza, contribuem muito para formação profissional e cidadã dos jovens”, reforçou.
Experiência e realização
O professor Ivo Leite Filho relembrou o ano de 1986, quando foi pela primeira vez em uma reunião da SBPC, em Curitiba. “Na época, eu recebi da minha querida professora Neli Kika Honda a indicação para afiliação e para ser sócio da SBPC. Hoje, isso não é mais necessário. Hoje, a UFMS é quem tem dado essas oportunidades para os jovens que estão atuando em projeto de pesquisa ou de extensão”, explicou. “Quando a gente observa em termos do que a reunião pode permitir de intercâmbio, eu sempre digo que a minha vida científica, os meus contatos, o meu mundo, enquanto pesquisador, nada teria sido, se não tivesse participado das reuniões anuais da SBPC. De aluno que fui em 1986, depois, em 1989, quando, enquanto professor da rede pública, pude começar a levar estudantes para participar da reunião. Desde 2008, como professor da UFMS, sempre nos propomos a levar estudantes de graduação, de pós-graduação e da Educação Básica para participar da reunião anual da SBPC nas suas diversas cidades”.
“Para mim, a participação nessa viagem é genuinamente a realização de um sonho, algo que eu sempre quis. Eu sempre tive o desejo de participar da ciência de forma ativa e essa viagem à SBPC é a materialização desse desejo. Principalmente porque sou a primeira pessoa da minha família a entrar em um curso superior. Nunca havia tido a oportunidade de ir em outras edições, infelizmente e, na SBPC que ocorreu em Campo Grande, em 2019, eu não participei. Só fui ser mais participativa nesses eventos, de fato, depois de entrar na faculdade”, contou a estudante do curso de Licenciatura em Matemática do Instituto de Matemática da UFMS, Deborah Pereira.
Ela foi para representar o Parque da Ciência no estande da Fetec MS e da UFMS. “Minhas expectativas eram altas. Tive o prazer de comparecer a diversas palestras interessantíssimas com professores renomados, cada uma melhor que a outra. Pra mim, as palestras com os professores foi uma das melhores partes até agora. A UFMS está marcando presença. Posso ver que a nossa delegação deixa uma forte impressão quando passa, seja pela identidade visual, pelo ânimo, mas, principalmente, nossos projetos, muita gente acompanhou a ida da nossa delegação. Muitos olhos atentos continuavam a nos observar, de uma forma positiva, claro”, disse Deborah.
“Fazer parte da organização dessa viagem e participar da Reunião da SBPC foi uma experiência muito importante, tanto pessoalmente quanto academicamente. Foi uma oportunidade de conhecer outras realidades, interagir com estudantes e pesquisadores de diferentes áreas e também de representar a UFMS em um evento de grande relevância nacional”, pontuou o estudante do curso de Química do Inqui, Victor dos Santos.
Ele já participou de edições anteriores da reunião, inclusive da que foi realizada na UFMS, em 2019. “Foi um momento marcante para mim. Naquela época, participei como aluno da Educação Básica e, foi ali, que me apaixonei pela ciência”, revelou. “Nesta viagem, estou organizando a delegação da UFMS, auxiliando o professor Ivo Leite Filho no cuidado com o grupo de estudantes e também na organização de toda a logística da viagem. Além disso, estou atuando no apoio ao estande, ajudando nas interações com o público e na divulgação das ações e projetos da nossa Universidade. Também apresento o projeto do PET Química Show da Química: PET Química em Ação durante o evento, enquanto participo ativamente da organização de todas as etapas junto com a comissão organizadora da delegação”, acrescentou o estudante.
“Até o momento, o que mais gostei foi poder ver os estudantes animados como eu estive em 2019. Acho que a participação da UFMS foi muito positiva, mostrando a força dos nossos projetos, a qualidade dos trabalhos apresentados e o compromisso da Universidade com a formação dos nossos estudantes”, concluiu.
Sobre o evento
As reuniões anuais da SBPC são realizadas ininterruptamente desde 1949, com a participação de representantes de sociedades científicas, autoridades e gestores do Sistema Nacional de Ciência e Tecnologia. O tema da 77ª Reunião Anual da SBPC foi Progresso é Ciência em todos os Territórios, com intuito de dar visibilidade e trazer à discussão todos esses territórios e a atuação da ciência nos mesmos, necessária para que se avance na construção de um país que seja socialmente justo e economicamente sustentável sob todos os aspectos, principalmente o ambiental. O progresso almejado não foi apenas no sentido desenvolvimentista, mas tratou também de avanços na compreensão e apropriação social e cultural do Brasil.
O evento contou com uma programação científica composta por conferências, mesas-redondas, painéis, sessões especiais, webminicursos, minicursos e a sessão de pôsteres, que incluiu a Jornada Nacional de Iniciação Científica. Também foram realizadas outras atividades, como a ExpoT&C, a SBPC Cultural, a SBPC Jovem e o Dia da Família na Ciência.
Texto: Vanessa Amin
Fotos: Arquivo dos participantes






















