Entre os dias 6 e 8 de novembro será realizado na Cidade Universitária a sexta edição do Congresso do Centro-Oeste sobre Doenças Infecciosas Emergentes, Reemergentes e Negligenciadas (DIERN). O evento é realizado pelo Programa de Pós-Graduação em Doenças Infecciosas e Parasitárias (PPGDIP) da Faculdade de Medicina (Famed) da UFMS, em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde, o Ministério da Saúde e a Fiocruz.
Considerado um dos maiores eventos nacionais da área, o DIERN tem como objetivo divulgar pesquisas sobre zika, febre amarela, HIV/aids, leishmaniose visceral, fungos e bactérias multirresistentes, cujos resultados tecnológicos, sociais e científicos trazem soluções reais para graves problemas. O tema escolhido para discussão neste ano é “Informação, Mídia e Saúde Pública” e tem como objetivo debater sobre o impacto da desinformação em ciência e seus riscos para a população. “É uma oportunidade ímpar para todos os interessados no tema, já que participam convidados de renome nacional e internacional. O evento oportuniza aos profissionais, pesquisadores e acadêmicos das áreas de saúde uma atualização em temas importantes da saúde pública”, destaca a presidente do evento, professora da PPGDIP Alessandra Gutierrez de Oliveira.
Na abertura, no dia 6, está programada conferência sobre “Informação, mídias digitais e saúde: desafios contemporâneos”, pelo pesquisador da Fiocruz (RJ) André de Faria Pereira Neto. Com doutorado em Saúde Coletiva pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro e pós-doutorado em Sociologia da Saúde pela Universidade da Califórnia, San Francisco, André foi pesquisador da Casa de Oswaldo Cruz, unidade da Fiocruz, durante 20 anos. Atualmente, atua na Escola Nacional de Saúde Pública onde coordena o “Laboratório Internet, Saúde e Sociedade” (LAISS) vinculado ao Centro de Saúde Escola Germano Sinval de Faria (CSEGSF). A conferência acontece às 8h40 no auditório do prédio de Bioclínica Química (antigo LAC).
Outro destaque da programação é a participação do médico infectologista Rico Vasconcelos, do Hospital das Clínicas de São Paulo. Ele vai falar sobre a utilização das profilaxias pré-exposição (PrEP) e pós exposição (PEP) ao vírus HIV. Rico é coordenador do estudo sobre PrEP no Brasil e possui um blog no portal VivaBem do UOL. Ele participa da mesa redonda sobre “Epidemiologia e Prevenção de Infecções Sexualmente Transmissíveis/HIV no Brasil”, que acontece das 14h às 15h30, no auditório do prédio de Bioclínica Química (antigo LAC).
No dia 7, a pesquisadora Patrícia Brasil, da Fiocruz/RJ, vai abordar o tema “Zika Vírus em Gestantes no Rio de Janeiro”. Ela chefia o Laboratório de Doenças Febris Agudas do Instituto Nacional de Infectologia (INI/Fiocruz) e no ano passado foi a primeira cientista brasileira a receber o Prêmio Científico Christophe Mérieux, oferecido pela Fondation Christophe et Rodolphe Mérieux e pelo Institut de France. O prêmio reconheceu sua trajetória acadêmica e a relevância de seu projeto sobre a história natural da infecção por zika durante a gestação. Patrícia participa da mesa redonda sobre arboviroses às 14h. Na ocasião, o pesquisador da UFMS Everton Falcão também abordará o tema do zika vírus em Mato Grosso do Sul.
Já no dia 8, na mesa sobre parasitoses negligenciadas, que acontece às 9h40, o pesquisador da Universidade Federal de Sergipe, Roque Pacheco de Almeida, fala sobre uma doença similar a leishmaniose visceral. A doença tem sintomas parecidos com a leishmaniose, mas é resistente aos tratamentos, por ser causada por um parasita até então desconhecido. Em Aracaju, é responsável por causar duas mortes e provocar infecções graves em 150 pessoas.
No encerramento, Julio Croda, diretor do Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, fala sobre “Movimento antivacina: ressurgimento de doenças preveníveis”, às 16h. O ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta deve participar também do encerramento. Ele foi convidado para falar sobre as ações do Ministério no combate às fake News.
As inscrições estão abertas e podem ser feitas aqui. Além de conferências, estão programadas mesas redondas, apresentação de trabalhos e minicursos. Os minicursos serão realizados entre os dias 4 e 5 de novembro, das 8h às 12h e das 14h às 18h, e tem como temas atualização no diagnóstico de hanseníase e tuberculose, metodologias ativas para o ensino da saúde, diagnóstico de doenças infecciosas, revisão sistemática, espacialização de dados e aplicação na saúde, gestão de qualidade em laboratórios, importância da REDcap, vacinas, internet e saúde. A programação completa Congresso, bem como outras informações estão disponíveis no site do DIERN.
Texto: Vanessa Amin
