Na Cidade Universitária, por exemplo, está sendo implantada uma rota acessível. Reformas e adequações também estão sendo feitas nos câmpus do interior.

Instituição investe na adaptação de espaços físicos

Atualmente, no planejamento e concepção de uma obra ou reforma, seja ela de pequeno ou grande porte, não é possível deixar de se pensar em acessibilidade. Trata-se de um conceito que ganhou força no Brasil a partir de 2004 com a publicação do Decreto nº 5.296, de 2 de dezembro de 2004, da Presidência da República, que estabelece prioridades de atendimento e outra série de normas para promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida.

Em função disso, não são poucas as intervenções necessárias nas construções e adequações de calçadas, praças, prédios públicos, empresas, instituições de ensino, unidades de saúde, enfim, todo e qualquer espaço precisa ter condições de ser utilizado com segurança e autonomia por qualquer pessoa.

Com boa parte de sua estrutura construída entre as décadas de 60 e 80, a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) tem passado, nos últimos anos, por diversas intervenções que visam a tornar prédios, calçadas, espaços de convivência, estacionamentos, banheiros, entre outros, acessíveis. É sempre mais difícil efetuar as reformas nas estruturas mais antigas e que não previam o que a legislação exige atualmente. Já os prédios novos são contemplados pelas normas de acessibilidade durante a elaboração do projeto, explica o Pró-Reitor de Infraestrutura, professor Julio Cesar Gonçalves.

Um balanço realizado pela Divisão de Revitalizações e Adequações de Espaços Físicos (DIRE) indicam mais de 40 adaptações feitas nos últimos 3 anos na Cidade Universitária e nos câmpus do interior. São construções e adequações de rampas, calçamento, colocação de piso tátil, adequação de pisos e colocação de corrimãos, reformas, adequação e construção de passagens elevadas (traffic calming), guarda corpo e a principal delas: a implantação da Rota Acessível no câmpus de Campo Grande (foto). 

A Rota integra uma das propostas resultantes de uma ação de extensão realizada em 2012, envolvendo os cursos de graduação em Arquitetura e Urbanismo e Psicologia e o Laboratório de Educação Especial, ligado a Divisão de Acessibilidade e Ações Afirmativas (DIAF), da Pró-Reitoria de Extensão, Cultura e Assuntos Estudantis (Preae), com o objetivo de fazer um diagnóstico sobre acessibilidade e inclusão na Cidade Universitária e que vem subsidiando as melhorias implementadas desde então pela administração superior da UFMS.

Trata-se de um projeto de readequação da rota mais utilizada pelos estudantes dentro da universidade, incluindo colocação de piso tátil, rampas e calçadas e que está sendo implementado desde o início deste ano. Antes de partirmos para a parte interna da Cidade Universitária, ou seja, pelos corredores que interligam os centros, institutos e faculdades, optamos por construir a rota acessível em seu entorno, explica o chefe da DIRE, Raony Grau e Silva. De acordo com ele, quando for finalizada a parte externa da Rota, a equipe técnica deve se debruçar na elaboração de um padrão modelo para implantação nos corredores. A ideia é chegarmos em um modelo que alie custo e durabilidade, comenta.

A comunidade acadêmica precisa se conscientizar sobre a importância das ações de promoção da acessibilidade, que inclusive são consideradas nas avaliações de curso e institucionais, comenta o professor Julio César. Para ele, os investimentos nesta área devem ser contínuos e o trabalho conjunto das duas divisões DIRE e DIAF tem contribuído para direcionar melhor os investimentos. Para facilitar nosso trabalho, também é interessante que os diretores de centros, faculdades, de câmpus, avaliem quais são as necessidades e insiram as propostas no seu planejamento para que possamos executá-las, avalia.