Em uma ação inédita, a UFMS fará a tradução e ilustração do documento Povos Indígenas. Quais são meus direitos?, um guia de Direitos e Acolhimento, elaborado pela Secretaria de Estado de Assistência Social e dos Direitos Humanos, para as línguas indígenas Guarani, Terena e Kadiwéu. Estudantes e servidores da Universidade poderão atuar no desenvolvimento da iniciativa. Para participar, é necessário realizar a inscrição no Sistema de Informação e Gestão de Projetos até 14 de setembro.
O Guia de Direitos e Acolhimento reúne informações essenciais sobre direitos, serviços de acolhimento e canais de apoio a pessoas em situação de vulnerabilidade. “A proposta de traduzi-lo para línguas indígenas surge do compromisso institucional de promover inclusão, equidade e respeito à diversidade, garantindo que povos originários tenham acesso às informações em sua própria língua materna”, explica a pró-reitora de Cidadania e Sustentabilidade, Vivina Sol.
Ainda de acordo com a pró-reitora, a tradução é um instrumento de valorização cultural e de promoção de direitos. “No contexto de Mato Grosso do Sul, onde vive a terceira maior população indígena do Brasil, disponibilizar informações em Guarani, Terena e Kadiwéu significa não apenas garantir acessibilidade linguística, mas também reafirmar a dignidade, a identidade e a autonomia desses povos. Trata-se de uma ação concreta de reconhecimento da diversidade cultural e de combate às barreiras de comunicação que, muitas vezes, limitam o acesso a serviços e direitos básicos”, acrescenta.
A UFMS será responsável por coordenar o processo seletivo de estudantes e servidores que atuarão como tradutores e ilustradores indígenas, além de acompanhar a produção e validação das versões finais do material. “Ao unir tradução e ilustração em línguas indígenas, estamos fortalecendo a presença da diversidade dentro da Universidade e na sociedade, além de abrir espaço para que estudantes e servidores indígenas participem ativamente da construção de materiais que dialogam com suas comunidades. É uma ação que une ciência, cultura e cidadania”, complementa Vivina.
Ao todo, são ofertadas uma vaga para tradutor do português para Terena; uma para tradutor do português para Guarani; uma para tradutor do português para Kadiwéu; uma para ilustrador; e uma para coordenação do projeto. Nas vagas para tradução, podem se inscrever estudantes e servidores indígenas da UFMS, pertencentes às etnias listadas e, preferencialmente, que sejam reconhecidos por sua comunidade como detentores de saberes linguísticos e culturais. Para a função de ilustrador, será considerado diferencial ser indígena e/ou ter experiência comprovada com produção visual em contextos interculturais. Essa mesma experiência, aliada à habilidade de articulação institucional, será o diferencial para a função de coordenador.
O processo seletivo será composto por duas etapas: análise documental e curricular, o que inclui o comprovante de pertencimento étnico, o currículo resumido e comprovantes de experiência em tradução ou mediação linguística e/ou ilustrações, que devem ser anexados no momento da inscrição; e uma entrevista com atividade prática de tradução escrita.
Os participantes receberão um certificado emitido pela Universidade; terão os nomes inseridos nos créditos do material final e na divulgação institucional nos canais oficiais da UFMS e do Governo do Estado; e integrarão uma rede colaborativa de tradutores, ilustradores e lideranças indígenas, promovendo articulação e fortalecimento comunitário.
Mais informações podem ser conferidas no edital abaixo:
EDITAL (PROCIDS_RTR) n 40, de 29-08-2025.
Texto: Thalia Zortéa
