Anualmente, o Grupo Arandú de Tecnologias e Ensino de Ciências e o Grupo Minerva organizam expedições científicas ao Pantanal. A ação é uma premiação da Feira de Tecnologias, Engenharias e Ciências de Mato Grosso do Sul (Fetec MS) e tem como objetivo fazer com que os estudantes e professores que apresentaram os melhores trabalhos durante a Feira conheçam mais sobre o Pantanal.
A primeira edição da expedição foi realizada em 2017. Devido à pandemia da Covid-19, neste ano, os organizadores optaram por uma expedição de forma remota, com atividades transmitidas pelo Youtube e pela plataforma Google Meet. Esta foi a primeira versão virtual da expedição. Foram convidados os 38 finalistas premiados, entre eles 19 professores e 19 alunos da rede básica de ensino das escolas estaduais Sílvio Oliveira dos Santos e Waldemir Barros da Silva, do Sesi e da Novaescola, de Campo Grande; dos câmpus do Instituto Federal de Jardim, Dourados, Ponta Porã e Aquidauana e da Escola Estadual professora Nair Palácio de Souza, de Nova Andradina.
As atividades começaram em 12 de março e terminam nesta segunda-feira, 15. Na abertura, transmitida pelo Youtube, foi realizada palestra pelo biólogo e professor Diogo Careli. Diogo é licenciado em Ciências Biológicas pela UFMS e mestre em Biologia de Fungos pela Universidade Federal de Pernambuco e já participou de edições anteriores da Expedição. Já no dia 13, entre as atividades estava uma dinâmica envolvendo os organizadores, professores e alunos das escolas de ensino médio, com o objetivo principal de estimular os participantes a pensarem e aprenderem sobre a complexidade do ecossistema do Pantanal e uma palestra sobre os efeitos do fogo no Pantanal sul-mato-grossense ministrada pelo biólogo, mestre em Biologia Vegetal e doutorando em Ecologia e Conservação pela UFMS Bruno Henrique dos Santos Ferreira. A dinâmica foi encerrada no dia 14, com a apresentação dos professores e alunos. Ainda no dia 14, foi realizada uma palestra sobre o Museu de História do Pantanal, com exposição virtual sobre o homem pantaneiro. Nesta segunda-feira, 15, o tema apresentado é o estudo de unidades de conservação no Pantanal por meio de sensoriamento remoto pelo biólogo e mestre em Biologia Vegetal pela UFMS César Claudio Cáceres Encina. Ele atua no Laboratório de Geoprocessamento para Aplicações Ambientais da Universidade.
O grupo Minerva tem como foco atividades científicas dentro e fora da UFMS. Já o grupo Arandú de Tecnologia e Ensino de Ciências do Instituto de Química visa a desenvolver a atividade científica na educação básica e demais pilares, além de aproximar estudantes e professores da Universidade e foi fundado pelo professor do Instituto de Química (Inqui) e um dos organizadores da Fetec MS Ivo Leite. Ambos os grupos são vinculados ao Inqui.
A expedição também contou com a participação de acadêmicos da UFMS, entre eles Ohanna Gabriely Souza Leite, do curso de Ciências Biolólgicas e Raphael de Souza Flores, do curso de Física, responsáveis pela organização. “A proposta da expedição é levar uma delegação composta por alunos premiados e professores orientadores a cidades localizadas no Pantanal, propagando a ciência e coletando dados acerca da qualidade de vida dos moradores, conhecendo as belezas e características do bioma pantaneiro, bem como fauna e flora nativos existentes em áreas de conservação ambientais como o Parque Nacional da Serra da Bodoquena. No entanto, diante da situação global de pandemia, uma adaptação se fez necessária neste ano, transformando a semana de viagem presencial em uma semana recheada de interações e palestras na modalidade on-line e encaminhamento de kits com brindes exclusivos, garantindo a segurança de todos e mantendo a tradição desse movimento especial”, conta Ohanna. “Como ajudante na organização, espero que os participantes aproveitem e aprendam bastante, mas, também espero que eu aproveite e me divirta com todo o pessoal. Desejo que quem participar fique muito animado para quando pudermos ir novamente para expedição no Pantanal”, disse Raphael
“É uma experiência única que a Fetec pôde nos proporcionar mesmo diante das recomendações de saúde, escolhendo pelo melhor de todos. A ansiedade e as expectativas eram grandes. Foi muito interessante a experiência dessa nova versão. Parabenizo e tenho orgulho de toda a organização que deu o melhor para que isso acontecesse para nós finalistas”, disse Gabriela Mayumi Yamaguchi da Silva, de 17 anos, e aluna da escola Sílvio Oliveira dos Santos.
“Procuramos proporcionar a melhor experiência virtual que levantasse o conhecimento acerca do Pantanal e um pouco do clima das edições passadas, oferecendo aos finalistas um gostinho de quero mais enquanto aguardam a situação se estabilizar e, finalmente, desfrutarem da Expedição presencial. Houve receio em relação à versão virtual, sem a prática e visitas icônicas. Ao longo do evento, observamos que a maioria do público recorreu às gravações das atividades, provavelmente pelo choque de horários e indisponibilidade durante a programação, mas o objetivo de participação foi cumprido de alguma forma. Diante das limitações, devemos nos adaptar para continuar fazendo o papel de cientistas, divulgando o conteúdo e oferecendo não somente a própria comunidade científica, mas para a população como um todo conforme sua disponibilidade”, conclui Ohanna.
Texto: Vanessa Amin, com informações do grupo Minerva
