Estudos dirigidos criam oportunidades nas práticas pedagógicas

A revolução tecnológica transformou o quadrilátero da sala de aula em uma infinidade de variáveis capazes de possibilitar aos docentes transpor fronteiras antes restritas ao ambiente presencial.

Diante da decisão de a UFMS substituir as aulas e as atividades presenciais por Estudos Dirigidos com uso de ferramentas de Educação a Distância (EaD) e Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), no período de 17 de março a 17 de abril de 2020, as equipes da Secretaria Especial de Educação a Distância (Sead) e as Pró-reitorias de Graduação (Prograd) e Pesquisa e Pós-Graduação (Propp) prepararam tutoriais e cursos para auxiliar os professores na condução das disciplinas.

“Estamos vivendo um momento crucial para compreensão de que a aprendizagem não se dá apenas no espaço físico da sala de aula. A aprendizagem é muito mais ampla do que o contexto restrito em que o professor se encontra presencialmente com o estudante e que na maioria das vezes participa apenas de forma passiva. Entramos num período em que da noite para o dia, literalmente, nos vimos diante da necessidade de repensar a aula, a sala de aula, a comunicação, a mediação, a entrega de conteúdos, utilizando tecnologias e recursos digitais diversos”, afirma a chefe de Divisão de Educação a Distância da Sead, Daiani Damm Tonetto Riedner.

Habituada a lecionar no ambiente virtual, a professora Daiani, afirma que para a maioria dos professores está sendo difícil, mas que é preciso encarar tudo isso com tranquilidade e perceber o lado bom: “estamos nos colocando na condição de aprendizes novamente, buscando estratégias, buscando ajuda, buscando tecnologias, recursos e estratégias para manter o engajamento e a participação dos alunos nesse período em que temos que prevenir o contágio”.

Tudo isso, num momento de tensão e preocupação, completa. “Mas também é um momento de trabalho colaborativo online, de conhecer o verdadeiro sentido da colaboração. Ao final desse período, tenho certeza de que teremos mudanças significativas nas práticas pedagógicas dos professores, que se viram diante da necessidade de aprender, reaprender, experimentar coisas novas”.

Na UFMS, a Sead está apoiando os professores, por telefone, e-mail (sead@ufms.br e suporte.sead@ufms.br). “E temos um curso com certificação que foi aberto para dar aos professores o apoio necessário para implementação das tecnologias nas estratégias de estudo dirigido e organização do trabalho pedagógico nos ambientes virtuais de aprendizagem”, diz.

Para fazer os cursos disponíveis basta acessar ava.ufms.br, depois logar com o passaporte da UFMS e buscar a categoria de cursos abertos, acessando o curso por meio da chave CFTIC 2020.

Conheça aqui algumas das principais ferramentas para o ensino on-line:

Moodle é o Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) oficial da UFMS, sendo uma das principais ferramentas para organizar as salas de aula virtuais. Na Universidade, a integração com o Siscad permite a automatização na criação da sala virtual e na inscrição de docentes e estudantes matriculados. Pode ser usado em tempo real ou não.

“Usando esse ambiente é possível fazer a personalização do ensino, que são estratégias de acompanhamento individualizado dos alunos, o que não se consegue fazer em uma sala de aula muito numerosa, de forma presencial. No ambiente virtual, é possível dar um feedback personalizado para este aluno e também melhor entender o percurso de aprendizagem. O aluno fica com o retorno das atividades registrado no ambiente e percebemos que se sentem mais à vontade trabalhando online, principalmente para questionarem, porque alguns temem errar ao fazerem perguntas na sala de aula”, diz Daiani.

O curso de Moodle é o primeiro módulo disponível para capacitação no ava.ufms.br

Aqui é possível acessar um guia rápido: Guia Rápido – https://sead.ufms.br/files/2019/12/Moodle-Guia-rápido.pdf

G-Suite – Google for Education UFMS fornece versões personalizáveis ​​de forma independente de vários produtos do Google, usando um nome de domínio fornecido pelo cliente. No caso do uso G-Suite, é necessário estar logado com o email institucional (@ufms.br). Entre os recursos disponíveis estão: Google Classroom, Google Drive, Gmail, Youtube, Google Hangouts, Google Meet, entre outros.

Google Classroom, também uma ferramenta para criar uma sala de aula virtual, permite criar atividades para serem entregues com prazos estabelecidos, criar testes (questionários), além de permitir a avaliação dos estudantes e compartilhar diversos tipos de arquivos, links, etc.

Google Drive é um serviço de armazenamento e sincronização de arquivos nas nuvens, onde podem ser criadas diversas pastas compartilhadas, como documentos, formulários e imagens, o que possibilita ao docente compartilhar quantos arquivos quiser com seus estudantes.

GMail é um serviço de correio eletrônico (e-mail) que pode funcionar como um canal de comunicação assíncrono, ou seja, não precisa funcionar em tempo real. Pode ser acessado por meio do @ufms.br, sendo porta de entrada para todos os serviços e recursos do Google For Education.

A professora Daiani lembra que se o docente ainda não ativou sua conta institucional no GSuite for Education, é preciso seguir dois passos simples: mudar a senha do seu passaporte institucional (pode ser a mesma) e acessar o Gmail utilizando o @ufms.br.

Youtube, serviço de streaming de vídeo na nuvem, permite o compartilhamento de vídeos na web. Assim, o docente pode inserir novos vídeos ou selecionar vídeos já existentes. Pode até mesmo criar seu próprio canal de videoaulas.

Os professores podem criar seu canal usando o e-mail institucional @ufms.br, gravar suas aulas e disponibilizar para os estudantes por meio de um link não listado, caso não queiram deixar com visualização pública (aberta a todos).

Google Hangouts é uma ferramenta de comunicação síncrona, ou seja, em tempo real, que inclui mensagens instantâneas, chat de vídeos, SMS e VOIP. Pode ser utilizada para que os docentes enviem mensagens instantâneas aos seus alunos (e vice-versa).

Google Meet é uma ferramenta onde se pode criar uma sala de webconferência para que o professor possa dar aulas ao vivo. É possível apresentar o conteúdo de uma apresentação (Google Presenter, PowerPoint, ou qualquer programa que esteja na sua área de trabalho) ou até mesmo, compartilhar sua tela (área de trabalho). Para criar a sala de webconferência basta ir em meet.google.com, logar com o email institucional e criar a sala. Depois de criada a sala basta enviar o link de compartilhamento para todos os alunos.

Os estudantes que não têm acesso a um computador podem baixar o aplicativo Hangouts Meet.  O docente deve ativar a opção para gravar a transmissão, que ficará armazenada em seu Drive e poderá ser compartilhada com seus estudantes.

Telegram é um serviço de mensagens instantâneas baseado na nuvem. Disponível para smartphones ou tablets, computadores e também como aplicação web, o Telegram permite aos usuários enviar mensagens e trocar fotos, vídeos, stickers e arquivos de qualquer tipo.

É possível criar Canais de transmissão de conteúdos, grupos de interação, chats privados com autodestruição de mensagens programado. Para a educação, existem muitos canais do Telegram que são bem interessantes para os estudantes aprofundarem seus conhecimentos e ficarem por dentro das atualidades.

A professora Daiani adotou o aplicativo Telegram para trabalhar com seus alunos na disciplina Educação, Mídias e Tecnologias, no Curso de Pedagogia da FAED. Pelo App, além de manter contato e interação com os alunos fora do período de aula presencial, ela desenvolve atividades e discussões que estão integradas ao que é realizado no Moodle e também em sala de aula.

“No grupo do Telegram dou o start da disciplina, o start do conteúdo, conversamos, fazemos um brainstorming do conteúdo e já falo sobre as atividades a serem desenvolvidas. Em cada aula uso recursos diferentes, para que tenham experiências de uso de tecnologias atreladas ao contexto de aprendizagem e também para que sejam autores e protagonistas nesse processo. Eles aprendem muito mais porque não estão só recebendo informações, precisam pensar, pesquisar, ler, produzir e apresentar suas produções utilizando diversas mídias. Nesse momento que estão produzindo, aprendem muito mais do que se apenas me escutassem falando ”.

Facebook também permite criar grupos relacionados às disciplinas. No grupo, é possível enviar informações e arquivos. Nas configurações, é possível permitir que os estudantes possam ter voz criando um fórum de dúvidas. “Como o facebook é muito utilizado, é mais simples para que todos tenham acesso no grupo”, completa Daiani.

Skype permite comunicação pela internet através de conexões de voz e vídeo (webconferência). No ambiente de transmissão também é possível o compartilhamento de tela e de arquivos. O Skype necessita de um cadastro prévio (conta de usuário) na plataforma Microsoft Account.  Para maiores informações, acesse

https://support.skype.com/pt-br/faq/FA11098/como-comecar-a-usar-o-skype.

WhatsApp é considerado  um aplicativo multiplataforma de mensagens instantâneas e chamadas de voz para smartphones, podendo ser acessado na web também. Além de mensagens de texto, os usuários podem enviar imagens, vídeos e documentos em PDF. Essa é outra forma de agilizar o compartilhamento de informações entre docentes e estudantes, principalmente nos momentos de maior velocidade na comunicação.

Texto: Paula Pimenta (com informações da Sead/UFMS)