Estudantes da UFMS em mobilidade internacional retornam ao país

Estudantes da Universidade que estavam na Colômbia e no México para atividades de mobilidade estão de volta às suas cidades de origem em Mato Grosso do Sul. O retorno por conta da pandemia causada pela Covid-19 contou com articulação institucional e seguiu as orientações dos órgãos de saúde.

Desde o início da pandemia nos países estrangeiros a UFMS estruturou um trabalho de acompanhamento dos estudantes em mobilidade internacional e de conexão com as instituições internacionais parceiras. Com o fechamento de aeroportos e restrições de vôos internacionais, a atuação da Universidade se intensificou, demandando esforço de coordenação e articulação com o Instituto Tecnológico de Sonora, no México; Universidad Santo Tomás de Tunja e Universidad Libre na Colômbia; Ministério das Relações Exteriores Itamaraty e Embaixadas do Brasil na Colômbia e no México.

A assistência aos alunos em mobilidade também integrou diversas áreas da UFMS, Reitoria e Pró-reitorias de Graduação, de Gestão de Pessoas e de Assuntos Estudantis, sob a coordenação central da Agência de Desenvolvimento, Inovação e Relações Internacionais (Aginova), e com o apoio da Fundação de Apoio à Pesquisa, ao Ensino e à Cultura (Fapec). “O trabalho integrado entre os envolvidos de todas as instituições foi essencial para o retorno em segurança dos estudantes nessa situação excepcional de pandemia”, destacou a diretora da Aginova, Nilza Yamasaki.

O contato direto com os estudantes em mobilidade internacional é conduzido pela equipe da Divisão de Relações Internacionais (Dirin) da Aginova. Jéssica da Silva Militão e Vanessa Corrêa Gama trabalham na unidade e durante os últimos meses atuaram diretamente nesta ação. “Juntamente com as demais áreas trabalhamos no apoio técnico, em contato com as embaixadas locais, verificando informações sobre voos humanitários junto ao Itamaraty, e em contato constante com as universidades anfitriãs, entre outras ações”, informou Jéssica. “Além disso, em todo esse período foi prestado apoio emocional, logístico e técnico aos estudantes, através de contato mais pessoal via Meet, buscando auxiliá-los de forma plena naquele momento delicado”, complementou Vanessa. A chefe da Dirin, Carolina Nantes, informou ainda que foram iniciados trâmites internos na UFMS e a verificação de apoio das outras instituições para a possível prorrogação das bolsas, caso fosse necessário.

Experiência

A estudante Fernanda Oliveira de Goes Borges do curso de Letras com habilitação em Português e Espanhol, Campus de Aquidauana, estava em Bogotá na Colômbia desde janeiro. O intercâmbio na Universidad Libre terminaria em julho, quando também chegaria ao fim a bolsa para a atividade.

“Acompanhava as notícias e de repente suspenderam nossas aulas e decretaram quarentena. Decidi voltar agora, pois não havia mais previsão de vôos próximos e a Colômbia só iria abrir o aeroporto para voo internacional em setembro. Voltei em um voo realizado especificamente para trazer brasileiros de volta”, disse. Fernanda contou também que a viagem foi longa e cansativa. “Sempre tomando as devidas precauções e seguindo as recomendações sanitárias, porém ainda com muito medo de pegar o vírus. A UFMS nos ajudou durante todo o processo de retorno e com a passagem rodoviária de São Paulo para Campo Grande. Estou grata por estar em casa com a minha família”.

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Michel Carvalho da Silva, que cursa Arquitetura e Urbanismo na Faculdade de Engenharias, Arquitetura e Urbanismo e Geografia, também estava na Colômbia. Em março recebeu a notícia de que todas as aulas passariam a ser a distância e, posteriormente, diante dos decretos do governo anunciando o período de emergência sanitária até o fim de agosto de 2020, resolveu se unir aos outros estudantes brasileiros na Colômbia para solicitar à embaixada local a repatriação. “No dia 29 de maio obtivemos resposta informando do voo no dia quatro de junho. Receber essa notícia foi um alívio diante das incertezas que nos rodeavam. Fiquei feliz em poder retornar ao meu país e passar essa situação em casa”, informou.

O estudante é de São Paulo, mas estuda em Campo Grande e tem a capital de MS como lar. “Adoro essa cidade e estar aqui é a certeza de que estou amparado, estou bem e sei a quem recorrer, caso passe por alguma dificuldade. Nosso retorno foi graças à unidade e articulação dos estudantes na Colômbia, às instituições de ensino, que nos apoiaram com ofício, ajuda financeira e psicológica e o apoio também dos canais de comunicação, que divulgaram a situação”, pontuou.

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Gustavo Ildefonso de Oliveira estuda Engenharia de Produção no Campus de Nova Andradina e estava na Ciudad de Obregón, estado de Sonora, no México. Seu intercâmbio no Instituto Tecnológico de Sonora estava previsto para até o final de maio e o voo de retorno para o dia 25 daquele mês. Acompanhando a situação de pandemia, Gustavo entrou em contato com a companhia aérea duas semanas antes do voo para confirmar a volta e foi informado da remarcação involuntária para dois de junho. Como o Instituto Tecnológico de Sonora já havia estendido a bolsa para até 31 de maio, a remarcação não era problema.

A cinco dias da viagem remarcada, a companhia aérea mais uma vez adiou o voo, agora para primeiro de setembro. “Fiquei extremamente preocupado, pois teria de morar mais três meses no país com recursos escassos. O Instituto novamente ampliou o prazo do auxílio e com isso pude encontrar com mais tranquilidade o próximo voo humanitário junto à Embaixada Brasileira no México, agendado para seis de junho. Para o retorno contei com o Instituto Tecnológico de Sonora, apoiado pela UFMS, aos quais agradeço muito. A sensação ao chegar em minha casa foi de felicidade e ao mesmo tempo tristeza. Felicidade por finalmente estar de novo em segurança na minha casa, depois de uma longa viagem de três dias, e de tristeza por ter deixado o país que me encantou por sua cultura e receptividade de seu povo, como também momentos que passei com os amigos de intercâmbio”, afirmou.

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De acordo com a chefe da Dirin, Carolina Nantes, dos programas de intercâmbio acompanhados pela Aginova, ainda há uma estudante da UFMS que, por opção, permanece no México até 29 de junho; e outros dois estudantes da UFMS em Portugal, que também realizam a mobilidade regularmente. Outros três estudantes, que se encontravam no mesmo país, preferiram retornar antes por opção. Dos dois estudantes que a UFMS recebeu da Colômbia para fazer intercâmbio no Brasil, um já retornou à sua cidade de origem e a outra permanece em Campo Grande por opção.

Além de fomentar e promover o intercâmbio, a Aginova trabalha em outras frentes como a prospecção de novas parcerias entre UFMS e outras instituições; o assessoramento das unidades da Universidade para a internacionalização; a orientação e apoio a professores, estudantes e técnicos administrativos nas atividades para aprimoramento profissional fora do Brasil; e o acompanhamento e monitoramento do desenvolvimento da política de internacionalização da UFMS, de forma integrada com as unidades técnicas.

“A Aginova tem papel executivo no Projeto UFMS Internacional, que neste ano vem implementando estratégias de internacionalização e de reforço do protagonismo da Universidade além-fronteiras, buscando levar mais longe a ciência, a inovação e a qualidade do ensino superior aqui produzidos. Estão em pleno desenvolvimento ações de tradução para a internacionalização e outras ações de gestão e de prospecção de novas oportunidades”, finalizou a diretora da Aginova, Nilza Yamasaki.

 

Texto: Ariane Comineti – Fotos: Arquivo pessoal – cedidas pelos estudantes Fernanda Oliveira de Goes Borges, Michel Carvalho da Silva e Gustavo Ildefonso de Oliveira