Espiritualidade e religiosidade podem diminuir os riscos de ansiedade e depressão, aponta estudo

Pesquisadores da UFMS e da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) avaliaram como a espiritualidade e a religiosidade influenciam na qualidade de vida e na saúde mental de moradores da região do Passo do Lontra, no Pantanal corumbaense. A pesquisa foi publicada no Journal of Religion and Health em julho deste ano.

A pesquisa foi realizada na Base de Estudos do Pantanal, unidade da UFMS focada no desenvolvimento de pesquisas em diversas áreas, e em fazendas da região. Ao todo, foram realizadas análises com 129 pessoas.

Os resultados da pesquisa apontaram que quanto maior os níveis de espiritualidade, os riscos de depressão e ansiedade diminuem. O mesmo ocorre quando considerado os vínculos com religiões. Porém, não seguir algum tipo de espiritualidade ou não praticar uma religião não demonstrou ligação direta com os níveis de qualidade de vida.

De acordo com a professora Ana Paula de Assis Sales, uma das desenvolvedoras da pesquisa, esses dados são importantes para que os diagnósticos levem em consideração as individualidades de cada pessoa.

“O projeto trouxe a certeza de que fé, espiritualidade e religião são atributos do ser humano e que os profissionais de saúde devem explorar essa informação de seus pacientes. Falar sobre isso é uma forma de promover a saúde e o bem-estar nas pessoas, e o respeito à fé e a suas manifestações deve ser um caminho terapêutico que faça parte da atenção à saúde”, declara.

As análises utilizaram quatro escalas como base: a Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão (HADS) para avaliar transtornos de humor como ansiedade e depressão; a SF-12, escala desenvolvida pela Organização Mundial de Saúde sobre qualidade de vida; a Duke Religious Index (DUREL) para avaliar aspectos da religiosidade e a Spirituality Self Rating Scale (SSRS) para avaliar aspectos da espiritualidade.

O estudo foi idealizado em 2014, pela médica Lídia Maria Gonçalves, aluna egressa da UFMS, sob orientação do professor Giancarlo Lucchetti, da UFJF, e contou com a contribuição das pesquisadoras Mayumi Letícia Tissiani Tsuge, Viviane Silva Borghi, Flávia Palla Miranda, Alessandra Lamas Granero Lucchetti, Giancarlo Lucchetti e Ana Paula de Assis Sales.

Texto: Leticia Bueno