No mês de outubro, o Câmpus da UFMS de Ponta Porã (CPPP) celebrou a cultura indígena com o projeto Ancestral, uma exposição interativa sobre a etnia Guarani-Kaiowá. A mostra apresentou filmes, músicas e comidas tradicionais, além de instrumentos e artefatos cedidos por estudantes e lideranças indígenas locais. A exposição ficou aberta durante todo o mês para o público interno e externo e, no dia 24, recebeu a visita de 120 alunos do ensino fundamental da Escola Municipal Lydio Lima.
A ação foi idealizada pela assistente social do CPPP e cineasta Juliana Machado, em parceria com a produtora cultural Impávida, da qual faz parte. A parceria viabilizou a realização da exposição e representa uma iniciativa alinhada ao Selo ODS, por promover a colaboração entre a Universidade e instituições externas.
De acordo com o diretor do CPPP, Leonardo Silva, ações como essa fortalecem o vínculo da Universidade com as comunidades indígenas e com a própria cidade. “Iniciativas como o projeto Ancestral são muito importantes para nós, primeiro porque nos conectam com as comunidades indígenas que são tão importantes para nossa região e tão presentes em nossa Universidade. E também por ver um projeto nascer pela iniciativa do corpo de servidores técnicos da nossa Universidade. Por fim, foi muito bom ver estudantes de escolas de Ponta Porã em nossas instalações, visitando a exposição”, disse.
Ele destaca ainda que a diversidade cultural é uma característica marcante do CPPP. “O multiculturalismo é uma realidade no Câmpus de Ponta Porã. Dessa forma, não é raro que projetos envolvendo a temática dos povos indígenas e outras áreas de pesquisa nasçam a partir de disciplinas e iniciativas dos nossos docentes vinculados a programas de pós-graduação da UFMS”, explicou. “Ações como este projeto são de grande importância e impacto não só na formação de nossos estudantes, mas também de nossos servidores, terceirizados e da sociedade que teve oportunidade de visitar e conhecer o acervo montado. E assim, reforçamos a nossa identidade e a diversidade cultural do nosso Estado”, complementou.
Segundo Juliana, o projeto cumpre três funções principais: divulgar a cultura para além dos muros da Universidade, aproximar a população dos espaços acadêmicos e fortalecer os grupos indígenas como parte da identidade cultural estadual e nacional. A iniciativa surgiu dentro do processo de pesquisa e pré-produção de um curta-metragem sobre os Kaiowá, que vem sendo desenvolvido pela produtora há cerca de um ano. A exposição foi uma das ações que nasceram dessa investigação e da vontade de ampliar o diálogo entre a Universidade e a comunidade local. Atualmente, o curta está em produção com financiamento do Governo do Estado e previsão de finalização e exibição no primeiro semestre de 2026. A equipe espera poder apresentá-lo ao maior número possível de crianças, além da comunidade universitária.
Durante a visita à exposição, os alunos conheceram o ambiente universitário e participaram de momentos de troca com os estudantes indígenas que atuaram como mediadores. Essa interação foi fundamental para enriquecer o projeto, permitindo que as crianças conhecessem mais de perto a cultura Guarani-Kaiowá e que os próprios alunos indígenas compartilhassem seus saberes e experiências.
Texto: Lucas Artur, estagiário da Agência de Comunicação Social e Científica
Fotos: arquivo da coordenadora





