Edital universal do CNPq contempla 27 pesquisadores da UFMS

O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) divulgou o resultado preliminar da chamada Universal de 2024. Ao todo, 27 projetos de diversas áreas de conhecimento, propostos por pesquisadores da UFMS, foram aprovados e devem receber mais de R$ 4,4 milhões em investimentos, o que representa um valor 31,5% maior em relação ao ano anterior. As iniciativas selecionadas correspondem a cerca de 70% das propostas aprovadas em todo o Estado.

Lançada pela primeira vez em 2001, a tradicional chamada do CNPq seleciona projetos com potencial de contribuir de forma significativa para o desenvolvimento científico e tecnológico e para a inovação do país. Nesta edição, serão investidos um total de R$ 450 milhões, o que corresponde ao dobro da chamada anterior, por meio de recursos próprios e do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, gerido pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. Os valores direcionados para os projetos podem ser aplicados em itens de custeio, capital e bolsas de pesquisa nas modalidades Iniciação Científica, Iniciação Tecnológica Industrial, Desenvolvimento Tecnológico Industrial e Apoio Técnico.

Para o pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, Fabrício Frazílio, as propostas aprovadas representam uma conquista significativa, demonstrando a qualidade e a competitividade da pesquisa desenvolvida na UFMS. “Esses resultados fortalecem a capacidade da UFMS de atrair recursos nacionais, apoiar pesquisadores de diferentes áreas do conhecimento e ampliar sua contribuição para o avanço científico e tecnológico”, ressalta. “O investimento em pesquisa é fundamental para gerar conhecimento, formar recursos humanos qualificados e desenvolver soluções para desafios locais, regionais e nacionais. A Chamada Universal do CNPq é uma das mais tradicionais e abrangentes do país, pois apoia projetos em todas as áreas do conhecimento. Ela possibilita que pesquisadores consolidem suas linhas de pesquisa, formem equipes e envolvam estudantes em atividades científicas, criando impactos que vão desde o desenvolvimento de tecnologias inovadoras até a melhoria de políticas públicas e da qualidade de vida da população”, complementa.

Dos 27 projetos aprovados pela Universidade, há pesquisas dos institutos Integrado de Saúde, de Biociências, de Química, de Física e de Matemática; da Escola de Administração e Negócios; das faculdades de Medicina (Famed), de Medicina Veterinária e Zootecnia, de Engenharias, Arquitetura e Urbanismo e Geografia, de Educação, de Ciências Farmacêuticas, Alimentos e Nutrição e de Computação; e dos Câmpus da UFMS de Chapadão do Sul, Nova Andradina e de Três Lagoas.

Destes, 13 correspondem à faixa A do edital, destinada a grupos emergentes, que devem contar com, no mínimo, três doutores, sendo um deles o coordenador do projeto, que não pode ser beneficiário de bolsas de Produtividade em Pesquisa ou de Desenvolvimento Tecnológico e Extensão Inovadora do CNPq. Os outros 14 selecionados fazem parte da faixa B, formada por grupos consolidados, compostos por pelo menos cinco doutores de, no mínimo, duas instituições nacionais diferentes.

“O CNPq informou que há saldo orçamentário disponível, o que possibilita que propostas recomendadas, mas não contempladas neste primeiro momento, possam ainda ser incorporadas ao resultado final, caso tenham seus recursos administrativos deferidos”, acrescentou o pró-reitor.

O projeto proposto pela professora da Famed Anamaria Paniago irá receber R$ 292.840,00, o maior valor destinado para pesquisadores da UFMS. “Nossa pesquisa vai investigar o papel de um fungo chamado Aspergillus, muito comum no ambiente, encontrado no solo, em vegetais em decomposição e até no ar que respiramos. Queremos entender se esse fungo está presente nos pulmões de pessoas com Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) e se pode estar causando doenças nesses pacientes”, explica. Segundo a professora, a doença afeta cerca de um em cada dez adultos no mundo e é causada principalmente pelo tabagismo. “Ela compromete bastante a função pulmonar e aumenta o risco de infecções, como pneumonias por vírus e bactérias. Nosso objetivo é descobrir se o Aspergillus também contribui para complicações em pessoas com DPOC, qual a sua frequência e se está associado a hospitalizações”, pontua.

Na prática, a pesquisa possibilitará a melhoria no diagnóstico da doença, bem como tratamentos mais adequados. “Isso significa menos crises, menos internações e mais qualidade de vida para quem convive com uma doença que já limita bastante a respiração e as atividades diárias. Além disso, compreender esse risco também pode orientar médicos e famílias sobre como cuidar melhor desses pacientes”, afirma Anamaria. “O investimento do CNPq será fundamental para viabilizar a execução do projeto. Esses recursos permitirão a realização dos experimentos necessários para garantir a qualidade científica do estudo”, complementa.

O resultado preliminar pode ser acessado aqui e o resultado final está previsto para ser divulgado no dia 28 de outubro.

Confira a lista com os pesquisadores da UFMS selecionados na Chamada Universal CNPq:

  • Adriano Alves Teixeira (Câmpus da UFMS de Três Lagoas)
  • Aguinaldo Silva (Faculdade de Engenharias, Arquitetura e Urbanismo e Geografia)
  • Anamaria Mello Miranda Paniago (Faculdade de Medicina)
  • Anderson Rodrigues Lima Caires (Instituto de Física)
  • Bárbara Amaral Martins (Câmpus da UFMS de Três Lagoas)
  • Bruna Moretti Luchesi Kwiatkoski (Instituto Integrado de Saúde)
  • Cauê Alves Martins (Instituto de Física)
  • Edgar Julian Paredes-Gamero (Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Alimentos e Nutrição)
  • Elen Ferraz Teston (Instituto Integrado de Saúde)
  • Eugênia Portela de Siqueira Marques (Faculdade de Educação)
  • Fernando Paiva (Instituto de Biociências)
  • Geraldino Carneiro de Araújo (Escola de Administração e Negócios)
  • Gustavo Guerino Macedo (Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia)
  • Karina Marcia Ribeiro de Souza Nascimento (Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia)
  • Luis Carlos Vinhas Ítavo (Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia)
  • Maria Lígia Rodrigues Macedo (Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Alimentos e Nutrição)
  • Mariana Caravanti de Souza (Faculdade de Computação)
  • Marilena Bittar (Instituto de Matemática)
  • Nádia Cristina Guimarães (Instituto de Física)
  • Patrícia Colombo Mescolotti (Faculdade de Engenharias, Arquitetura e Urbanismo e Geografia)
  • Paulo Eduardo Teodoro (Câmpus da UFMS de Chapadão do Sul)
  • Paulo Tarso Sanches de Oliveira (Faculdade de Engenharias, Arquitetura e Urbanismo e Geografia)
  • Rebeca Yndira Cabrera Padilla (Instituto de Química)
  • Rita de Cássia Avellaneda Guimarães (Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Alimentos e Nutrição)
  • Silvana Dalmutt Kruger (Câmpus da UFMS de Nova Andradina)
  • Thiago Araújo Santos (Câmpus da UFMS de Três Lagoas)
  • Vanessa Zirondi Longhini (Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia)

Texto: Thalia Zortéa e Ariane Comineti, com informações do CNPq