Arte, literatura e música marcam a abertura do Festival Mais Cultura UFMS 2025

A 11ª edição do Festival Mais Cultura UFMS 2025 começou nesta segunda-feira, 22, levando música, teatro, dança, cinema, literatura e artes visuais a todos os câmpus da Universidade. A programação é gratuita e segue até o dia 27, com atrações para toda a comunidade.

A reitora Camila Ítavo participou da cerimônia de abertura do festival, onde destacou a importância da arte como elemento humanizador e agradeceu a todos que fazem parte da construção cultural da UFMS. “A arte nos humaniza, a arte nos une, e juntos enfrentamos esse grande desafio. Quero aqui agradecer, em nome da professora Rozana, em nome da professora Lia, que são verdadeiros ‘tratores’, não só aquele trator lá fora, o Trator Cultural, mas tratores no sentido do amor e da força que colocam em tudo isso. Meu agradecimento a toda a equipe que torna isso possível.  Que a cultura seja algo realmente importante para todos nós. Obrigada por esse amor que se reverbera e contagia a todos nós. Que tenhamos muita cultura! Sejam todos muito bem-vindos e bem-vindas ao Festival Mais Cultura UFMS 2025″, discursou.

“Nós temos o Mais Cultura o ano todo, mas essa semana é especial porque ela concentra as mais de 40 atrações, com os 10 câmpus participando e muita coisa acontecendo com a maior variedade cultural. Tem pra todos os gostos. Tem música, cinema, artes visuais, e temos a inovação do nosso trator cultural”, ressaltou a pró-reitora de Extensão, Cultura e Esporte (Proece), Lia Brambilla.

A diretoria de Cultura, Arte e Popularização da Ciência da Proece, Rozana Valentim, reforçou o compromisso da Instituição em fortalecer a presença da cultura e da arte. “Preparamos, junto com muitos parceiros e artistas, uma programação intensa que acontece todas as semanas, em todos os câmpus da UFMS. Este ano, temos uma grande novidade: o nosso Trator Cultural. Ele vai divulgar as programações e ações, mostrando o que é cultura e arte nas ruas da nossa Universidade. Quando falamos de cultura e arte, não basta só acreditar. É fundamental que os estudantes conheçam tudo o que oferecemos para que juntos possamos fazer as transformações que tanto desejamos”, pontuou.

A assessora do senador Nelson Trad Filho, Edna Antonelli, o representou na cerimônia de abertura. “Parabéns para toda a equipe, por estar com esse evento tão maravilhoso, para proteger a cultura do nosso Estado. E um parabéns muito grande à Camila por criar a Bolsa [Artista], que apoia os estudantes a conhecer melhor, por estar investindo nos estudantes, é o futuro do nosso Estado”, falou.

Após a abertura, a Orquestra Indígena, regida pelo maestro Eduardo Martinelli, apresentou um trecho do concerto realizado em sua turnê inédita pela Europa. O grupo é formado por adolescentes da Aldeia Urbana Darcy de Souza, localizada em Campo Grande, que integram o projeto criado em 2015 pela Fundação Ueze Zahran.

“Essa orquestra que vocês vão ouvir agora, o trabalho que eles já estão fazendo está tendo uma repercussão muito grande. Eu tenho certeza que nos próximos anos vai ganhar o mundo, sem exagero nenhum. E vocês vão ver o porquê, porque é tão lindo, é tão sincero, é tão delicado. Os depoimentos que a gente tem das pessoas que viram esse trabalho no mundo afora é incrível”, afirmou o maestro.

A violinista Karine Luiz Francisco, indígena da etnia Terena, também comentou sobre a apresentação. “Lá na Europa, nós apresentamos, nós ficamos muito felizes, foi a nossa primeira vez, e assim, foi muito legal, foi muito diferente, e eu espero que vocês possam entender e gostar da nossa apresentação”, disse.

Programação

O primeiro dia do festival começou com uma imersão em arte e sensibilidade. Na Galeria de Artes Visuais, a exposição Matéria Pictórica reuniu obras de Antonio Junior, Isaac Camargo, Priscila Pessoa e Rafael Maldonado, que exploram diferentes visões da arte contemporânea.

Já a exposição Fragmentos de vida e obra da artista sul-mato-grossense Lúcia Martins foi aberta nesta segunda-feira na Casa da Ciência e Cultura. A mostra é resultado de uma atividade do curso de Artes Visuais, da Faculdade de Artes, Letras e Comunicação (Faalc), promovida pela professora Ana Sandin. “Ela levou os alunos dela no meu ateliê e nós fizemos uma vivência, uma experiência. […] Depois eu fui à sala, onde reuni alunos de duas turmas e veio esse convite para eu fazer exposição”, contou Lúcia. “Eu acho que é um sentimento muito gostoso para o artista, não só falar com outros artistas, mas falar com futuros artistas. É uma emoção muito grande”, complementou.

Durante a tarde, Márcia Longo ministrou a oficina Livros artesanais: memória, afeto e criação. “A gente pensou em várias formas de como as pessoas podem se manifestar através da arte plástica, produzindo seus próprios livros, porque muitas vezes elas escrevem e tem vergonha de procurar editores. Então, elas podem elas mesmas publicarem os próprios livros e cada livro é único, não vai ter outro exemplar igual”, explicou.

Para Marli Martins, egressa da UFMS e participante da Universidade Aberta à Pessoa Idosa, a oficina foi uma das atividades que tem participado com intuito de ampliar sua visão de mundo e experimentar coisas novas. “Eu vim, mas eu sou não sou muito habilidosa com artesanato, mas só o fato de estar fazendo aqui, eu estou achando o meu trabalho a coisa mais linda”, revelou.

A estudante do curso de Letras – Português e Espanhol da Faalc Giovanna Vilela participa pela primeira vez do Festival Mais Cultura. “Geralmente, eu venho para a faculdade só para vir para as aulas, para assistir aula e vou embora, e não aproveito o que a faculdade tem para oferecer. Essa semana é bem interessante para poder aproveitar o que a faculdade tem. O tema deste ano é justamente a gente aproveitar os instrumentos culturais, então tem toda essa conexão”, afirmou.

Além dessas atividades, foram realizadas ainda aulas abertas da Escola de Dança; a abertura da exposição Socioartista – Alterações Climáticas, a Paz e os Seres Vivos; a palestra Axé em Mato Grosso do Sul: experiências de autoras que declaram sua fé por meio da escrita literária, com participação de Adrianna Alberti e Sarah Muricy; o workshop A Educação Musical Inclusiva no Canto Coral, ministrado por Sandra Helena Lombardi de Mello e Etna Gutierres; e a Feira Capivara, destinada para a divulgação de trabalhos dos estudantes de Artes Visuais da Faalc. A comunidade pôde visitar também o Memorial Glauce Rocha.

Texto: Thalia Zortéa, Lúcia Santos e Raul Delvizio

Fotos: Heloísa Garcia e Raul Delvizio