Na manhã da próxima quinta-feira, 22, às 9h, será realizada a terceira roda de conversa com o tema saúde da campanha Eu Respeito de abril – “Aquele adeus, não pude dar”: lidando com lutos e perdas na pandemia -, com o objetivo de promover o debate e a reflexão acerca dos diferentes tipos de luto vivenciados pela comunidade acadêmica durante a pandemia de Covid-19.
Os ministrantes serão o professor Alberto Mesaque e o estudante Luis Nolasco, ambos do curso de Psicologia da Cidade Universitária. Serão abordadas temáticas relacionadas às experiências de perda de entes queridos, mas também sobre as mudanças bruscas na rotina, nos hábitos e nas interações sociais. As discussões serão realizadas à luz da Psicologia, para trazer informações que deem suporte à comunidade acadêmica no enfrentamento destes lutos e perdas durante o distanciamento social.
“Nós escolhemos esse tema tanto em função da pandemia de Covid-19 trazer para muitas mortes e muita das vezes dentro dessas perdas nós temos pessoas que são significativas, como pais, filhos, irmãos, amigos… e a morte ela deixa marcas em nós, essa tristeza, a dor dessa despedida, da saudade, né? Ainda mais quando a gente considera essa morte injusta, evitável. (…) Falar sobre esse tema é muito importante no sentido de abrir um espaço para que a gente possa refletir sobre essas mortes, mas, contudo, também a gente sabe que nesse processo de pandemia, e quando a gente se depara com a morte do outro, isso também reverbera em nós, para que nós pensemos na nossa própria morte, ou seja, no nosso próprio morrer, a gente de alguma forma se recorda da nossa mortalidade, da nossa finitude, da nossa impermanência, então é por isso que a gente abriu um espaço para falar sobre isso”, explica o professor Alberto.
Segundo ele, também é relevante falar sobre as perdas mais mundanas, como a rotina que as pessoas possuíam antes e hoje não podem mais manter, pois isso também impacta a saúde da população. “A gente pretende trabalhar outros lutos que a gente também vivencia durante a pandemia de Covid-19, as perdas. Nossa rotina mudou de forma abrupta, inesperada. Nossa rotina também morreu, aquele mundo que a gente conhecia, de repente, ele se esfarela, ele acaba e ainda a gente tem um agravante – um mundo onde a gente não pode falar disso, um mundo que tem que ser sempre positivo, onde não pode parar, tem que continuar a todo custo, onde não tem espaço para morrer e nem para chorar, nem para a dor, afinal de contas a gente a sociedade mais medicalizada, né?”, aponta.
“Essa roda, ela tem um papel de ser também agregadora de conhecimento, mas de ser um espaço de reflexão sobre o morrer e a finitude, é nesse sentido que a gente construiu esse espaço”, finaliza o professor.
O evento é aberto a todos os estudantes, mas para participar é necessário se inscrever no formulário disponível em link.ufms.br/rodaufms. A transmissão será pelo Google Meet e o link de acesso será enviado para os e-mails cadastrados. O evento será moderado pelos psicólogos da Secretaria de Atenção à Saúde do Estudante, vinculada à Proaes.
A próxima roda de conversa será realizada na quarta-feira, 28 de abril, e irá debater como a neurociência unida à aprendizagem pode contribuir durante os estudos remotos. Acompanhe o Portal UFMS e as redes sociais institucionais para mais informações.
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Texto: Leticia Bueno
