A Pró-Reitoria de Graduação (PROGRAD) e a Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (PROAES) promoveram dois encontros nos últimos dias com discentes e docentes para debater as demandas do Curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). As reuniões foram motivadas por críticas recentes de acadêmicos que levaram reclamações às redes sociais sobre a relação com o corpo docente.
A primeira reunião aconteceu no dia 11/7 e contou com a participação de representantes da PROAES. Na ocasião, o Centro Acadêmico de Arquitetura e Urbanismo (CAAU) entregou um ofício com as demandas do curso. Foram debatidas pelos participantes a solicitação de novos professores, a realização de seminários e discussões sobre os procedimentos pedagógicos do curso e a possibilidade de acompanhamento psicológico dos alunos.
O segundo encontro, na última sexta-feira, 21/7, contou com a mediação da Coordenadoria de Administração Acadêmica da PROGRAD. A reunião contou com a presença da Coordenação de Curso e de alunos, representados pelos integrantes do Centro Acadêmico. Foram discutidas ações conjuntas entre a PROGRAD, o corpo docente e a direção da Faculdade de Engenharias, Arquitetura e Urbanismo e Geografia (FAENG), visando o enfrentamento das dificuldades para a melhoria da relação entre alunos e professores.
De acordo com o Pró-Reitor de Graduação, professor Ruy Caetano Correa Filho, é necessário que exista na Universidade uma análise mais criteriosa sobre a relação entre os planos de ensino e a carga-horária das disciplinas. Para o Pró-Reitor, embora o ato de estudar deva por natureza tirar o alunos da zona de conforto, o processo de ensino-aprendizagem precisa ocorrer com alegria por todas as partes envolvidas. “Estudante estudar muito é redundante. Todo curso exige muito, mas isso deve ser prazeroso. Deve-se exigir trabalho, mas não pode ser algo que vá exaurir o acadêmico”, pontuou.
Sobre o acompanhamento psicológico, a Pró-Reitora de Assuntos Estudantis, professora Ana Rita Barbieri, declarou que a organização de um serviço de atendimento à saúde dos alunos voltado à prevenção está em andamento como forma de atender todos os acadêmicos que precisarem. “Para o segundo semestre serão realizados cursos de prevenção para a sensibilização de alunos e professores na percepção de casos extremos, como tentativas de suicídio”, explicou. Ainda de acordo com Ana Rita, a PROAES tem estimulado os estudantes a se organizarem e exporem os seus problemas às áreas competentes. “Queremos a participação dos alunos para construirmos uma PROAES consultiva”, acrescentou.
Na segunda reunião com estudantes e professores de Arquitetura e Urbanismo, conduzida pelo professor Amaury Antônio de Castro Junior, Coordenador de Administração Acadêmica da PROGRAD, elaborou-se um documento com base na carta de demandas apresentada pelo Centro Acadêmico, bem como uma relação de ações conjuntas para atenuar as dificuldades no âmbito do Curso. Foram decididos a elaboração de um plano de estudos de todos os discentes do curso; a análise dos programas e dos planos de ensino das disciplinas para verificação de possíveis excessos de trabalho e de avaliações para os estudantes; a realização de reunião com os estudantes para verificar as demandas relacionadas ao excesso de atividades externas e a exigência de trabalhos extenuantes; a realização de reuniões mensais com os docentes do curso para analisar e buscar ações que possam promover a sintonia entre as disciplinas ofertadas; e a cobrança ao Núcleo Docente Estruturante (NDE) do curso para uma análise e revisão do projeto pedagógico, entre outras ações. De acordo com o Coordenador da PROGRAD, todas as ações devem começar imediatamente e, em quatro meses, a Direção da unidade deverá encaminhar um relatório das ações realizadas, bem como uma análise de seus impactos.
Durante a reunião, o acadêmico Ygor Cabreira, do 9º semestre, sugeriu a interdisciplinaridade na realização dos trabalhos assim como o aumento na frequência dos diálogos. O Coordenador do Curso, professor Gutemberg dos Santos Weingartner, concordou com o aprofundamento dos diálogos. “Precisamos ouvir as demandas, mas os alunos também precisam confiar no que o professor está propondo em termos pedagógicos”, declarou.
O professor Gilfranco Medeiros Alves pontuou que os cursos de Arquitetura, de uma maneira geral, demandam trabalhos extensos e que existe um compromisso de qualidade na realização dos projetos. “Não podemos ter um decréscimo de produção nos projetos arquitetônicos, sob o risco de baixar a qualidade do curso oferecido pela UFMS”, avaliou.
O representante da PROGRAD reconheceu a necessidade de um esforço extra em 2017, pois os prazos de realização e entrega das avaliações estão mais apertados por conta dos ajustes no calendário acadêmico. “Acreditamos que no próximo ano, com o calendário normalizado, os prazos fiquem mais confortáveis para alunos e professores”, Amaury.
