A UFMS integra o grupo de instituições parceiras para realização do projeto de pesquisa Governança integrada e compartilhada do patrimônio arqueológico no contexto de mudanças climáticas. O objetivo é criar e desenvolver tecnologias com foco na preservação do patrimônio arqueológico frente aos eventos climáticos extremos que têm ocorrido.
O projeto foi elaborado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), por meio do Centro Nacional de Arqueologia (CNA), junto à Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). A proposta foi desenvolvida no contexto do Programa de Pesquisa em Políticas Públicas da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e, além da UFMS, terá a parceria do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS).
A iniciativa irá envolver gestores públicos, especialistas em gestão do patrimônio, pesquisadores e comunidades locais e foi baseada nas ações e resultados alcançados com o Ciclo de Diálogos sobre Patrimônio Cultural e Ações Climáticas, promovido pelo Iphan e liderado pelas pesquisadoras arqueólogas Aline Carvalho, da Unicamp, e professora Luana Campos da UFMS do Pantanal (CPan). Inicialmente serão trabalhados três biomas: Mata Atlântica, Cerrado e Pantanal.
“Nós estamos pensando em ações que primeiro estabeleçam quais são os principais valores desse patrimônio arqueológico para, assim, identificar quais são os riscos relacionados especificamente às mudanças climáticas e daí desenvolver tecnologias que possam colaborar para a preservação dos sítios que são conhecidos e acautelados pelo Iphan”, explica a professora da UFMS. Segundo a arqueóloga, é preciso primeiro identificar os valores, pois eles podem mudar ao longo do tempo. “Temos primeiro de estabelecer com a comunidade arqueológica quais são esses valores, porque acreditamos que mudaram desde que foram estabelecidos pela Lei N°3.924, de junho de 1961, e pelo Decreto-Lei N°25, de novembro de 1937”, informa.
Ainda conforme a professora, a partir da assinatura da cooperação técnica para execução do projeto, realizada em outubro, serão disponibilizados os recursos via Fapesp. “As atividades devem iniciar em 2026, com o primeiro encontro das regiões piloto. Pensamos em dividir esse projeto não por estados, nem por instituições, mas sim focando nas diversidades de cada bioma”, aponta
No projeto, a UFMS irá atuar no suporte tecnológico, com o envolvimento dos estudantes de Sistemas da Informação e de História do CPan, e no aporte técnico, com o conhecimento e experiência da professora e pesquisadora Luana Campos no que diz respeito à atuação no campo da relação entre o patrimônio cultural e as mudanças climáticas.
A parceria tem o apoio ainda da Sociedade de Arqueologia Brasileira, do Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (Icomos) Brasil e internacional e da entidade Climate Heritage Network.
Texto: Ariane Comineti, com informações do Iphan
Foto: Mariana Alves/Iphan
