Cidade Universitária sedia Plenária das Juventudes no Bioma Pantanal

A Cidade Universitária sedia nesta quinta-feira, 7, o primeiro dia da Plenária das Juventudes no Bioma Pantanal. O evento é parte das atividades preparatórias para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), que será realizada em novembro, em Belém, no Pará.

A iniciativa é promovida pela Secretaria-Geral da Presidência da República, por meio da Secretaria Nacional de Juventude (SNJ) e pelo Conselho Nacional de Juventude (Conjuve), em parceria com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e a Champion de Juventude da COP 30. No Estado, a ação é realizada pela Secretaria de Estado da Cidadania, por meio da Subsecretaria de Políticas Públicas para Juventude e Conselho Estadual da Juventude (Conjuv). 

Cerca de 200 jovens de 21 municípios do Estado e também de Mato Grosso participam entre hoje e amanhã, 8, das discussões sobre os desafios climáticos no bioma, a fim de construir propostas a serem levadas à Conferência. Além de painéis, debates em grupos e apresentação das discussões em plenária, há atividades programadas para amanhã no Bioparque Pantanal. Após o evento, dois jovens serão escolhidos para representarem o Pantanal e integrarem a delegação da juventude brasileira na COP 30, que terá também os representantes de outros biomas que já foram ou ainda serão selecionados em outras plenárias realizadas no país. 

Na abertura da programação, no auditório 1 do Complexo Multiuso, a reitora Camila Ítavo expressou a alegria em receber o evento na UFMS e lembrou a importância da ciência na construção das políticas públicas. “Penso que não existe lugar melhor para fazermos essas discussões, para pensarmos nas políticas públicas e na representatividade do que na nossa Universidade. Parabenizo a articulação em todo o país para colocar a juventude no protagonismo dessa construção. Digo como professora e como reitora que tenho muita esperança em vocês, porque brevemente vocês estarão aqui e serão os líderes da nossa sociedade. Os acordos que serão tratados na COP 30 vão gerar políticas públicas que serão efetuadas pelos países, e políticas públicas nascem no lugar de fala das pessoas, mas sempre baseadas na ciência, porque a ciência nos direciona. Precisamos de indicadores e evidências para termos um plano acertado de atuação, para entendermos a realidade de quem mora no bioma e para que todos tenhamos uma vida digna, com toda preservação e conservação. Obrigada pela confiança e em todos os projetos de mobilização, contem com a UFMS”, falou.

O diretor de Articulação e Fomento de Programas e Projetos de Juventude da SNJ, Guilherme Barbosa, contou que esta é a quinta plenária realizada no país de seis programadas e que o objetivo é promover o desafio de pensar coletivamente a partir das diversas realidades. “Estamos nessa tarefa de organizar todo esse momento de preparação da juventude brasileira, do mundo todo, para a COP 30. Um evento fundamental que nos dá a oportunidade de trazer à luz um conjunto de reivindicações e de lutas políticas históricas dos povos, das comunidades, das juventudes, para o centro do debate do mundo todo. É um princípio do nosso governo construir qualquer tipo de iniciativa, de política pública, de ação do Estado brasileiro, com o povo brasileiro dialogando, com a participação social, porque ela é um princípio fundamental para que as políticas públicas não só sejam bem formuladas, mas para que deem certo, que funcionem, para que realmente a gente consiga atingir o que a gente quer para o Brasil, para o nosso projeto de desenvolvimento, para o nosso projeto nacional de garantia de direitos”, comentou. 

“Fico muito feliz de participar dessa grande realização, desse evento proposto pelo Governo Federal que é tão importante para todos nós. Fico feliz também de estar no ambiente da Universidade, junto à juventude. O Governo do Estado está à disposição sempre para o diálogo, a nossa secretaria está aberta, é um espaço nosso e estamos abertos à proposições. Temos de aprender a ocupar os espaços públicos, não podemos ver o Estado como algo distante, temos de estar presentes, trazer proposições, queremos sempre contribuir para melhorar a vida das pessoas, é esse nosso objetivo”, desejou o secretário-adjunto da Cidadania, José Sarmento. 

O subsecretário de Políticas Públicas para Juventude, Jessé da Cruz, agradeceu a todos os parceiros na realização da plenária e a participação da juventude, de representantes dos 21 municípios inscritos e de Mato Grosso. “Essa representação é de suma importância. Acredito demais que nascemos para viver, mas essencialmente nascemos para conviver, e pensar o clima, natureza, o meio ambiente é uma reflexão também do micro para o macro. É um convite a pensarmos em como nos relacionamos uns com os outros, porque esses relacionamentos culminam no relacionamento com o meio ambiente, em como eu penso políticas públicas. Estamos nos mobilizando e fico feliz que a juventude está presente. […] Este é um processo formativo, de escuta, de mobilização com a culminância da escolha dos dois representantes para compor a COP 30. E tudo isso foi feito com várias pessoas, várias ideias”, disse. 

O vereador e presidente da Comissão do Meio Ambiente e do Clima da Câmara Municipal de Campo Grande, Jean Ferreira, destacou a importância da busca pela justiça climática. “Em Campo Grande, estamos nesta luta para que a questão da justiça climática seja de fato considerada em todos os âmbitos, na saúde, na educação, na cultura, no esporte, e para isso precisamos fazer o que estamos fazendo aqui, que é debater e principalmente trazer as pessoas que vivem na ponta para falar e também quem está caminhando com a ciência, para que a gente sempre esteja na linha, na fronteira do conhecimento, da ciência e da tecnologia, para que as políticas públicas sejam construídas da melhor maneira”, ressaltou.

“Estou muito honrada e feliz de participar desse momento aqui, para que a gente consiga fazer as discussões sobre a agenda que a gente quer de sustentabilidade e desenvolvimento. E ter a COP 30 no Brasil representa esse momento significativo. É a partir da participação social, envolvendo as atrizes e atores da sociedade que vamos conseguir pensar da melhor forma as melhores propostas que acreditamos para nossos biomas, quem vive suas realidades consegue expressar da melhor maneira quais são os desafios que são pertinentes. E destacaria que precisamos aproveitar esse momento que o Brasil sedia a COP 30 para fazer algumas reflexões importantes sobre nossos biomas”, lembrou a presidente do Conjuve, Bruna Brelaz. 

“Estamos muito felizes por essa oportunidade de levar dois representantes do bioma Pantanal à COP 30, sabemos as problemáticas e que se não mudarmos drasticamente a forma como temos tratado o Pantanal, ele tem data para acabar, isso já foi dito pela nossa ministra do Meio Ambiente. Então saímos daqui enquanto juventude com uma tarefa muito importante com o presente, mas também com o futuro. Então que saiamos com a responsabilidade de representar o bioma, mas também com o coração e mente abertos para os diálogos que serão feitos”, manifestou a presidente do Conjuv, Isabela Nantes. 

 

Texto: Ariane Comineti

Fotos: Rúbia Pedra