Aplicativo ObCoop Coleta fortalece cooperativismo e agricultura familiar em MS

Nesta sexta-feira, 25, a UFMS e o Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, por meio da Fundação do Trabalho (Funtrab), lançaram o aplicativo ObCoop Coleta. A ferramenta digital foi desenvolvida para reunir dados estratégicos e fortalecer políticas públicas voltadas à economia solidária, ao cooperativismo, à agricultura familiar e à economia criativa. O evento foi realizado no auditório da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc) e reuniu representantes de cooperativas, associações, universidades, órgãos públicos, organizações da sociedade civil e membros da comunidade.

Durante a cerimônia, a reitora Camila Ítavo destacou que a coleta de dados é fundamental para a criação de políticas públicas e reforçou o papel da Universidade nesse processo. “O governo não consegue ter pernas para fazer isso e a iniciativa privada também não vai ter tempo, nem quem está lá cooperando ou na associação. Então, a Universidade vem com conhecimento […], todos trabalhando em prol para a gente ter subsídios e auxiliar as políticas públicas. Esse é o papel da Universidade, é a adoção de ciência que muda a vida da gente”, pontuou.

O aplicativo é uma das ações do Observatório do Cooperativismo, coordenado pelo professor da Escola de Administração e Negócios (Esan) Alessandro Arruda. Ele relembrou o início do projeto em 2021, quando ainda não existiam observatórios na Universidade e os dados precisavam ser reunidos manualmente a partir de diferentes fontes. “É um prazer para mim, muito grande, apresentar e lançar esse aplicativo aqui novamente. Eu posso dizer, nós estamos prontos para poder oferecer à sociedade e aos nossos parceiros um diagnóstico completo sobre a situação no campo”, afirmou. “O sistema é resultado de um projeto multidisciplinar que envolveu diferentes áreas da UFMS, como computação, administração, economia e ciências sociais, e foi acolhido pela gestão da Universidade, tornando-se um programa institucional”, explicou o professor.

O ObCoop Coleta permite que instituições parceiras registrem dados sobre empreendimentos, áreas e produtores, inclusive em modo off-line, para garantir a coleta em regiões sem acesso à internet. Esse é o caso da Secretaria Executiva de Agricultura Familiar, do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural, da Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural e do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Isso faz com que a gente faça as tomadas de decisão de forma correta. Quando a gente entende o que é economia solidária, o que ela faz e o que ela precisa, faz com que a gente bate na porta de um parceiro, como o Sebrae, e fale ‘eu tenho as pessoas e eu tenho espaço, vamos fazer isso aqui bombar'”, apresentou a diretora-presidente da Funtrab, Marina Figueiredo. “Quando a gente tem dado, a gente tem resposta, resultado e política pública aplicada de forma correta. É isso que a gente veio trazer aqui, entregar esse observatório para vocês”, acrescentou.

Para o secretário da Semadesc, Jaime Verruck, o sistema representa um passo importante para a gestão das informações no setor e para o planejamento e execução de políticas públicas. “Agora, a gente tem esse olhar mais interno. A gente tem um repositório de informações para a gente acompanhar todo esse processo do cooperativismo, que tem uma relevância hoje na economia do Estado”, frisou. “Parabéns para a Universidade Federal, que foi grande parceira, à Funtrab e toda a equipe, onde, na verdade, esse projeto se iniciou e que a gente conseguiu hoje coroar com a multifuncionalidade”, complementou.

Disponível gratuitamente na plataforma Google Play, o ObCoop Coleta é voltado a instituições e agentes parceiros. Já o aplicativo Mercado Solidário, lançado em julho de 2024, está sendo utilizado de forma mais ampla por empreendedores, funcionando de forma complementar: enquanto um sistema coleta dados em campo, o outro permite que os próprios produtores se cadastrem e ofertem seus produtos. A expectativa é de que, com o uso contínuo das ferramentas, seja possível mapear com precisão os produtores e empreendimentos ativos no Estado, subsidiando novas políticas e fortalecendo iniciativas locais de geração de renda, inclusão e desenvolvimento sustentável.

Texto: Heloísa Garcia e Thalia Zortéa

Fotos: Alíria Aristides