Smartphones impactam equilíbrio na realização de dupla-tarefa

Essencial instrumento de comunicação e lazer, os smartphones assumiram o protagonismo em muitas ações diárias, com implicações positivas e negativas, e que sempre exigem concentração dos usuários.

Uma das preocupações dos profissionais da área de saúde é quanto a “Influência do uso do Smartphone sobre o equilíbrio estático e dinâmico de adultos jovens durante a realização de dupla-tarefas”, tema de pesquisa realizada no Laboratório de Biomecânica do curso de Fisioterapia da UFMS e coordenada pelo professor Gustavo Christofoletti, do Instituto Integrado de Saúde (Inisa), com estudantes de graduação (iniciação científica) e do Programa de Pós-graduação em Ciências do Movimento da UFMS.

“O equilíbrio postural representa uma habilidade sensório-motora que depende da demanda atencional para o controle e coordenação dos movimentos corpóreos. Estudos prévios apontam que situações rotineiras que demandam duplas-tarefas tendem a afetar o equilíbrio humano.  Com o uso contínuo e corriqueiro de smartphones, o entendimento do impacto dessa tecnologia se torna essencial”, explica o professor.

A ideia surgiu pelo desafio de se realizar tarefas simultâneas complexas, como por exemplo, falar ao telefone caminhando, digitar enquanto se faz outra atividade.

“Quisemos ver nesse projeto qual a influência que a dupla tarefa com o telefone celular, tanto digitando mensagens quanto falando ao telefone, há sobre o equilíbrio”, completa.

A pesquisa está sendo realizada com 45 adultos jovens (universitários), entre 18 e 25 anos. Idosos também estão sendo testados, mas para esse segundo grupo ainda ocorre a coleta de dados.

“Mas com adultos jovens observamos o impacto da dupla-tarefa pelo uso do smartphone sobre o equilíbrio, afetando negativamente tanto o equilíbrio estático, o que foi verificado na plataforma de força, quanto o dinâmico, fazendo uma atividade dinâmica com marcha. Então, o uso do smartphone, associado a alguma outra tarefa mostrou alterações no equilíbrio”, afirma Gustavo.

O equilíbrio estático foi verificado na plataforma de força, na qual a pessoa ficava parada com os pés juntos e descalço e depois observava-se o deslocamento corporal.

O equilíbrio dinâmico foi feito pelo teste Timed Get Up and Go, em que a pessoa tinha de se levantar de uma cadeira, dar a volta e sentar-se enquanto usava o seu smartphone.

Todos os participantes da pesquisa apresentaram equilíbrio normal, verificado no momento inicial da coleta de dados. Para participar da pesquisa, eles não podiam apresentar histórico de vertigem, labirintite, cerebelopatias e amaurose.

“Como resultado chegamos a conclusão de que o uso do smartphone é importante para o dia a dia, e não deve ser evitado, mas estimulado pelas diversas ferramentas que proporciona. Porém, tem que ser utilizado com cuidado, sobretudo na população idosa, pois predispõe a um grande risco de quedas e complicações advindas”, expõe o pesquisador.

Texto: Paula Pimenta