Projeto Negritude em Debate realiza mostra fotográfica “Beleza Negra Resiste”

Visibilizar a beleza, a cultura e a ancestralidade negra existentes no Mato Grosso do Sul, historicamente apagados e fora dos padrões estéticos eurocêntricos é a proposta do Projeto Negritude em Debate, que este ano realiza a Mostra Fotográfica “Beleza Negra Resiste”, ação interinstitucional da UFMS, Campus de Aquidauana.

Para participar da Mostra, é preciso enviar até 15 de outubro uma fotografia de uma pessoa negra (tema livre, em cores ou preto e branco), anexando a autorização do uso de imagem, para o e-mail negritudeemdebate@gmail.com

“Ao idealizarmos o projeto, idealizamos a presença dos corpos negros em todos os cantos desse país, desse estado, idealizamos levar crianças e jovens a entenderem que o racismo estrutural existe sim aqui e precisa ser combatido. Visibilizar corpos de pretas e pretos fora do padrão europeu, permite mostrar a ancestralidade afro-brasileira, que levará crianças, jovens e professores minimamente a questionarem o racismo e, assim, sementes antirracistas serão plantadas”, diz a coordenadora do projeto, professora Ana Paula Batarce (Cpaq).

Discutir a problemática étnico-racial nas escolas é fundamental para contribuir com a ruptura do racismo estrutural, segundo a professora, por isso, o projeto “oportunizará, assim, as discussões étnico-raciais capazes de qualificar e encorajar o professorado a trabalhar com a problemática da população negra, em sala de aula, na tentativa de diminuir o arranjo da desigualdade existente no país”, completa.

Nessa mostra serão selecionadas fotografias que farão parte de um livro destinado a algumas escolas públicas com objetivo de contribuir no debate da Lei 10.639/2003, que determina o ensino de História e Cultura Afro-brasileira nas escolas.

“Essa é uma oportunidade para professores, crianças e adolescentes pensarem que o problema do racismo estrutural no nosso país não é um problema do provo preto, mas é um problema do povo branco. A partir do momento que promovermos essa reflexão, quem sabe consigamos ter algum tipo de mudança com relação ao racismo”, afirma Ana Paula.

O projeto tem a parceria do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (Neabi), do Instituto Federal, Campus Campo Grande.

Mais informações podem ser obtidas pelo e-mail negritudeemdebate@gmail.com e o projeto pode ser acompanhado pelo Facebook @negritudeemdebatems e no Instagram @negritudeemdebatems.

Texto: Paula Pimenta