Professor visitante da UFMS é um dos 100 mil cientistas mais influentes do mundo

Contratado para o Programa de Pós-graduação em Biologia Vegetal, o professor visitante estrangeiro André Aptroot, do Laboratório de Liquenologia / Botânica do Instituto de Biociências, está na lista dos 100 mil cientistas mais influentes do mundo, conforme pesquisa recém-concluída e divulgada pela Universidade de Stanford (Estados Unidos).

Intitulada “Updated science-wide author databases of standardized citation indicators“, a pesquisa utiliza-se das citações da base de dados Scopus, apresentando a posição dos cientistas em dois rankings, sendo o primeiro pelo impacto do pesquisador ao longo da carreira e o segundo no ano 2019.

Dos 100 mil, 600 cientistas estão em instituições brasileiras no ranking pela carreira e um deles está na UFMS.

“Primeiro, é bom ser reconhecido, ser listado, entre os cientistas mais importantes, ativos e bem-sucedidos”, afirma o pesquisador que ingressou na UFMS em fevereiro de 2019. “Tenho colegas liquenólogos na UFMS e as instalações são boas, então me interessei em trabalhar aqui”, relata.

Maronora cyanosora, espécie brasileira descrita pelo professor Andre Aptroot, em 2019. Foto: ©Adriano Spielmann

Holandês, o professor André tem doutorado em Biologia pela Utrecht University, na Holanda. Sua área de pesquisa é a biodiversidade, mais especialmente os liquens tropicais, sendo linhas de pesquisa a sistemática, levantamentos florísticos, revisões taxonômicas e taxonomia de Criptógamos.

“Eu faço trabalho de campo, identificação e descrição dos liquens que são desconhecidos; até agora descrevi 725 novas espécies, sendo 325 do Brasil, onde coletei em 20 estados”, expõe André.

Mesmo neste ano de pandemia, o pesquisador afirma que continuou trabalhando, já que tem acesso a microscópios e pode fazer as viagens para coleta, embora algumas tenham sido canceladas.

“Meu tipo de trabalho sobre biodiversidade fundamental é importante para o Brasil e também é feito por muitos brasileiros. Para se ter muito sucesso, é mais importante manter a concentração, não se distrair muito com reuniões, políticas, questões organizacionais, carreira, etc. Se você se concentrar no trabalho, se tornará um especialista e poderá ter sucesso mais facilmente”, completa.

Com os professores Adriano Spielmann e Luciana Canêz, também do Laboratório de Botânica / Liquenologia, bem como a professora Aline Lorenz do Laboratório de Ecologia e Biologia Evolutiva (LEBio) e a professora Neli Honda, do Instituto de Química, o professor Andre atua em várias pesquisas que estão culminando em artigos.

“Desde que chegou à UFMS, o professor Andre tem participado ativamente das pesquisas que já estavam em curso, seja coletando espécies brasileiras, seja colaborando com estudantes de graduação e pós-graduação”, diz o professor Adriano Spielmann.

Os professores também estudam as amostras já depositadas no Herbário CGMS da UFMS, que está se tornando uma referência nacional e internacional em Liquenologia. Entre outros resultados, espera-se publicar no próximo ano uma listagem completa dos liquens brasileiros, assim como um livro com fotos e chaves para identificação.

Para o professor Andre, há muito a se fazer em pesquisas na área, por isso, espera ficar na UFMS por um bom tempo ainda.

Texto: Paula Pimenta