Foto: Frederico Nakasone Ferreira

Extensão capacita comunidade na criação de abelhas sem ferrão

Com a proposta de disseminar a importância das abelhas nativas e as técnicas de criação desses insetos essenciais que auxiliam na polinização de áreas nativas, nas culturas agrícolas e possibilitam exploração de produtos nutricionais e farmacêuticos, inicia-se em setembro o projeto de extensão “Implantação e oferecimento de cursos de capacitação para criação de abelhas sem ferrão: educação & conservação”.

Fotos: Rodrigo Zaluski

O projeto inicial previa a realização de cursos teórico-práticos para criação de abelhas sem ferrão presencialmente na Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (Famez).

“Em função da pandemia, estamos adequando o conteúdo do curso para promover palestras on-line, onde iremos abordar: a importância das abelhas, diversidade de espécies, biologia das abelhas sem ferrão, estratégias de implantação de meliponários, manejo e multiplicação de colônias e técnicas para exploração de produtos”, explica o professor da Famez Rodrigo Zaluski, coordenador do projeto.

Essas capacitações gratuitas irão atender a comunidade que sempre procura o setor da Apicultura e Meliponicultura da Famez em busca de cursos para orientar a criação de abelhas sem ferrão.

De acordo com o coordenador, a programação das palestras será aberta a qualquer pessoa que tenha curiosidade ou deseje iniciar a criação de abelhas sem ferrão.

“Ao longo do projeto, espera-se capacitar os participantes para que entendam os principais requisitos necessários para criação de abelhas sem ferrão”, expõe o professor.

O projeto utilizará plataformas virtuais, sendo desenvolvido pelo Grupo de Estudos em Apicultura e Meliponicultura Sustentável de Mato Grosso do Sul (GEAMS), coordenado pelo professor Rodrigo Zaluski, com a participação dos estudantes Karine Dorneles Pereira Portes, Matheus Portela Pinho, Vinnícius Moroskoski Mendes e Lívia Lopes Duarte; além do técnico do laboratório de Apicultura da Famez Frederico Nakasone Ferreira.

Produção

Atividade em expansão, a criação racional de abelhas sem ferrão, denominada Meliponicultura, tem atraído cada vez mais a atenção de pessoas interessadas na área.

‘Essa atividade é muito importante para a conservação das espécies que auxiliam na polinização de áreas nativas, culturas agrícolas e possibilitam a exploração de produtos de excelência nutricional e farmacêutica”, explica o pesquisador.

Para cada região do Brasil há espécies de abelhas nativas que muitas vezes atuam como polinizadores específicos. Segundo o professor Rodrigo, apenas no estado do Mato Grosso do Sul já foram descritas 386 espécies de abelhas nativas.

“Muitas espécies sociais podem ser criadas com intuito de preservação e exploração de seus produtos. O mel é o principal produto explorado na atividade. Na Meliponicultura também podem ser obtidos a própolis, cerume, batume (mistura de própolis com argila), o pólen (ou saburá), bem como realizada a comercialização de colônias para novos criadores ou seu aluguel para polinização de cultivos agrícolas”, completa.

Por serem insetos dóceis, que não oferecem riscos, segundo o pesquisador, muitas espécies de abelhas nativas podem ser criadas mesmo em áreas urbanas, o que muito contribui para a redução das chances de extinção desses insetos.

As principais espécies nativas do estado serão apresentadas durante o curso, com abordagem de suas biologias, importância e características específicas.

Dentre as espécies mais conhecidas e exploradas na Meliponicultura do estado a serem apresentadas no curso estão a Jataí (Tetragonisca angustulla), Mandaçaia (Melipona quadrifasciata), Mandaçaia Pantaneira (Melipona orbignyi), Manduri (Melipona marginata), Canudo (Scaptotrigona postica), Marmelada (Frieseomelitta varia), Mirim (Plebeia sp.), Moça Preta (Frieseomelitta silvestrii) e a Uruçu-Amarela-do-Planalto-Central (Melipona rufiventris).

Texto: Paula Pimenta