Expedição Científica ao Pantanal reforça interesse pela pesquisa

Um grupo de 44 pesquisadores participou da quarta Expedição Científica ao Pantanal, realizada de 13 a 18 de janeiro nas cidades de Corumbá, Bonito, Bodoquena, Ladário, Miranda e Nioaque. A atividade é uma das premiações da Feira de Tecnologias, Engenharias e Ciências de Mato Grosso do Sul (Fetec MS) e reúne anualmente professores e alunos do ensino básico, médio e superior de diversas instituições de ensino público e privado.

A expedição foi organizada pelo grupo Arandú de Tecnologias e Ensino de Ciências e pelo grupo Minerva da UFMS. O grupo foi formado alunos de Batayporã, Campo Grande, Corumbá, Coxim, Dourados, Nova Andradina, Ponta Porã e Rio Brilhante, além de professores convidados e acadêmicos da Universidade.

Segundo o coordenador do Arandú, professor Fernando Henrique Dutra Pereira, foi uma semana intensa de pesquisa e aprendizagem. “O intuito foi fomentar a iniciação científica, despertar ainda mais o desejo de ser pesquisador. Durante o percurso os alunos levaram um caderno de bordo e foram realizando pesquisa qualitativa sobre assuntos das cidades visitadas, registraram tudo que lhes interessou como a história local, questões sociais e econômicas, dentre outros assuntos. Apresentaram também suas pesquisas à população. Tenho certeza que foi uma experiência inesquecível”, disse.

O idealizador da Fetec MS e coordenador geral de popularização da ciência do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) professor Ivo Leite destacou que a expedição científica promove um aprendizado não formal transformador. “Foram vivências, momentos, conhecimentos adquiridos de forma lúdica, em conversas, com experiências práticas e muita curiosidade. Ao final da semana pedimos aos alunos que destacassem os pontos altos e eles foram unânimes ao dizer que não teve algo a destacar, que todas as atividades foram interessantes, divertidas. E eles participaram com bastante empenho, pesquisaram e desenvolveram roteiros de atividades, colaboraram com a organização e logística da expedição, cada um com sua missão dentro do grupo. Contamos com parcerias para a programação e alojamento e mais uma vez a atividade foi um sucesso”, falou. .

Programação – A expedição teve início em Nioaque, onde os participantes conheceram a história da cidade e puderam realizar entrevistas com os moradores, com o intuito de desenvolverem a técnica de pesquisa de campo. Em Bonito o grupo ficou alojado na Base de Estudos da UFMS, visitou o Parque Nacional da Serra da Bodoquena e desbravou as trilhas e a travessia do Rio Salobra.

Em Miranda os pesquisadores estiveram na Aldeia Babaçu, onde conheceram um pouco da cultura por meio de uma palestra e apresentações. “Para a maioria dos participantes essa foi a primeira visita a uma aldeia, logo, foi uma experiência novíssima e surpreendente”, relembrou a acadêmica do terceiro semestre de Medicina Veterinária Luana Amália Ribeiro dos Santos, membro do grupo Arandú e da organização da expedição.

Em Corumbá o grupo ficou alojado no Instituto Federal de MS e visitou o 17° Batalhão de Fronteira do Exército Brasileiro, onde conheceu um pouco mais sobre a estratégia utilizada no Forte Junqueira na Guerra do Paraguai. Na cidade, os premiados da Fetec MS também apresentaram suas pesquisas na Secretaria de Educação e no Porto Geral.

Em Ladário a expedição esteve no 6° Distrito Naval da Marinha do Brasil e os participantes conheceram o navio mais antigo do mundo, ainda ativo. Aprenderam técnicas para pilotar o navio e também um helicóptero. O final da expedição foi na Base de Pesquisas do Pantanal da UFMS, onde o grupo teve contato com a fauna e flora locais e conversou com pesquisadores sobre sua experiência.

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Relatos – Para Luiz Diego Brito Pedroso, do terceiro ano do ensino médio da Escola Estadual Professor Silvio Oliveira dos Santos, a experiência o ajudou a reforçar o amor pela ciência e pela Biomedicina. “Quero me tornar Biomédico, por isso vejo a importância do avanço da ciência no país. Foi uma ótima experiência, os lugares visitados foram fonte de conhecimento sobre o nosso estado e país, conhecer a história da Guerra do Paraguai podendo ver e interagir, é o que podemos chamar de educação lúdica. A interação entre os participantes também foi muito importante, tive contato com pessoas de diversas áreas e com conhecimentos singulares, até mesmo quando voltávamos para o ônibus as conversas e a aprendizagem continuavam. A iniciativa jovem também marcou a expedição, quando vemos adolescentes e jovens tomando a frente do trabalho, na organização dessa oportunidade única para nós, percebemos que ainda existe a possibilidade de um futuro melhor”, disse.

A acadêmica do nono semestre de Enfermagem Sara Ingrid de Rezende Ferreira compôs a equipe de organização representando o profissional da saúde. “Essa foi uma experiência inédita e rica em minha vida, de grande valia para minha formação profissional e pessoal. Senti a responsabilidade de estar em uma equipe com mais de 40 pessoas, sendo eu a responsável pelas demandas relacionadas à saúde. Isso me permitiu vivenciar e exercer o papel da minha profissão, exigiu de mim postura, segurança e conhecimento. Fiquei muito feliz em participar de uma equipe alinhada e comprometida, acredito que o marco dessa expedição tenha sido o comprometimento de todos, inclusive dos jovens com seus projetos de pesquisa de diversas áreas do conhecimento. Muito bom ver a propriedade com que apresentam seus estudos à comunidade. A expedição proporcionou ainda conhecer a regionalidade como um todo por onde passamos, despertando em nós a curiosidade e o interesse de explorar, fomentar, refletir e propor soluções, a pesquisa tem disso, nos instiga para tal”, relatou.

“Todos ficaram extremamente encantados com as experiências vividas durante essa semana, tenho certeza que ficarão marcadas na história de cada um. Para nós da organização foi gratificante ver o brilho nos olhos dos alunos e professores, a harmonia e a vontade de adquirir novos conhecimentos. Foi magnífico ver como jovens tão novos se preocupam com o desenvolvimento científico em nosso estado”, finalizou a acadêmica de Medicina Veterinária Luana Amália Ribeiro dos Santos.

 

 

Texto: Ariane Comineti – Fotos: Grupo Arandú