Docentes debateram produção musical no isolamento no Festival Mais Cultura

Apresentações e debates sobre a produção musical em épocas de isolamento social encerraram a programação da primeira semana do Festival Mais Cultura, que este ano está sendo realizado de forma remota. A transmissão pelo canal da TV UFMS teve mediação da servidora da Pró-reitoria de Extensão, Cultura e Esporte, Naiade Valenzuela de Alcântara e participação de Ana Lúcia Gaborim, Rafael Salgado e Jackes Douglas Nunes Ângelo, professores do curso de Música da UFMS.

A professora Ana Lúcia falou sobre a importância de se adaptar às mudanças trazidas pela pandemia para manter os projetos do curso em funcionamento. “A essência do trabalho coral é fazer música em conjunto, e fazer música em conjunto implica estarmos juntos ao mesmo tempo e no mesmo espaço”, explicou ao falar sobre as mudanças na dinâmica dos ensaios durante o ensino remoto. Ela ainda apresentou as performances do projeto Coral Infanto-juvenil da UFMS “PCIU” e do projeto Cantemus, nos quais atua como regente. “Apresentar-se com o coral Cantemus na abertura do Mais Cultura deste ano foi uma experiência inovadora e ao mesmo tempo estranha, já que pela primeira vez não tínhamos a expectativa da plateia do Glauce Rocha”, finalizou a docente.

Criado no ano de 2013, o conjunto Camerata Madeiras Dedilhadas foi idealizado pelo professor Marcelo Fernandes, atual pró-reitor de Extensão, Cultura e Esporte. O grupo é formado por egressos, acadêmicos e músicos profissionais sem vínculo com a instituição. Sobre o nome, o professor Rafael Salgado explicou que o mesmo faz referência aos instrumentos de sopro utilizados, que tradicionalmente são confeccionados em madeira, e ao violão. Em relação à continuidade do projeto e das aulas durante o período de isolamento, Rafael explicou que os participantes têm ensaiado de forma individual devido à dificuldade de se conseguir o equilíbrio sonoro pelas plataformas digitais durante os ensaios em grupo. “É um processo que exige muita dedicação, e principalmente disciplina”, destacou o docente.

Por fim, o professor Jackes Douglas apresentou o projeto Coral de Trombones da UFMS, com uma breve fala sobre a sua criação e trajetória. Assim como seus colegas, também falou sobre as limitações de realizar ensaios em grupo utilizando as plataformas digitais. Explicou ainda que para driblar as dificuldades do ensaio em grupo por videoconferência, foi criado um cronograma onde cada um dos alunos ensaia sua parte sozinho, e depois o Professor repassa a parte de cada um separadamente. “É um trabalho que demanda um certo tempo. Muitas vezes são necessárias até três horas para conseguir repassar cada uma das partes com os alunos”, explica Jackes. Para encerrar, exibiu parte da performance realizada na abertura do Mais Cultura deste ano, e destacou que a apresentação só foi possível devido ao empenho de toda a equipe durante os ensaios, mesmo que a distância.

 

Texto e imagens: Adolpho Nilson Prado, Estagiário da Agecom – CPNV