“Diálogos com a Esan” inicia debates com profissionais da Psicologia

Com a participação de docentes e técnicos administrativos em Educação, foi realizado na tarde de hoje o primeiro encontro do evento “Diálogos com a Esan – Escola de Administração e Negócios”.

O tema “Diálogos entre as gerações: desafios a qualquer tempo” foi trabalhado pelo psicólogo Fabio Barbosa Filho, da Divisão de Saúde, da Pró-reitoria de Assuntos Estudantis da UFMS.

Desenvolvido pela Direção e pela Coordenação de Gestão Acadêmica da Esan, esse projeto tem como proposta nessa primeira fase trazer profissionais da Psicologia que estão em contato direto com acadêmicos e professores.

“Os dois primeiros encontros são com docentes e técnicos administrativos da Esan e vamos realizar mais dois, no mês de outubro, com os mesmos profissionais, mas direcionado aos acadêmicos”, explica o coordenador de Gestão Acadêmica da Esan, Wellington Tato.

Na abertura do evento, realizado on-line pelo Google Meet, o reitor da UFMS, Marcelo Turine, classificou o encontro como um projeto muito importante por ser um movimento de união e integração, principalmente nesse momento de pandemia.

“Essa comunidade é formada por gerações diferentes. Em alguns momentos vemos alguns conflitos e precisamos entender e saber trabalhar. Quando compreendemos o fato, a nossa tomada de decisão é melhor. Estamos sendo chamados atenção para o comportamento dos alunos, como vivem, seus comportamentos, alegrias e frustrações, por isso estamos trazendo profissionais da área de Psicologia para o debate”, diz o diretor da Esan, professor José Carlos de Jesus Lopes.

Conflitos

Segundo o psicólogo Fabio Barbosa, falar das gerações é lançar um olhar reflexivo e analítico sobre o que pode determinar as características particulares de cada grupo e isso tem a ver com os vários aspectos históricos e culturais que incidem de forma heterogênea sobre cada geração e como cada indivíduo lida com o mundo.

Trabalhar com a diferença se tornou algo difícil e a discussão é extensa e complexa, segundo o psicólogo que atende estudantes da UFMS, formada em grande maioria pela Geração Z, que são os nascidos entre 1995 e 2010.

“Não é dificuldade com as mudanças, mas quando elas trazem diferenças. Existe uma certa desconfiança entre uma geração e outra”, diz Fabio.

Há algumas décadas, aos jovens têm sido atribuída a tarefa de construir o futuro e são constantemente lembrados de quanto precisam se habilitar, ser proativos, criativos, os melhores.

“Eu diria que, de maneira geral, eles têm sido capazes de bons feitos, mas esse projeto de futuro foi levado a tal ponto que podemos refletir um aspecto insalubre: de uma lado há a competição, pelo extremo rendimento, a ideia de esforço, sempre empregado, mas reconhecido como insuficiente. Há um grande medo de fracasso, do que se faz não ser suficiente e ainda o medo de não estar fazendo a coisa certa”, aponta.

Por outro lado, afirma Fabio, há uma impotência diante da incoerência, ou seja, eles mesmos conseguem perceber que muitas das cobranças são exageradas, mas não conseguem reagir a isso, seja por parte de pressão da família, de professores, da sociedade.

Para a Geração Z, inserida na democratização da internet, tem sido muito importante a comunicação e há uma recusa dos padrões de vida e valores que estavam presentes nas gerações anteriores, segundo o especialista.

No dia 30 de setembro, o segundo encontro será com a psicóloga e professora Aline Henrique Reis, da Faculdade de Ciências Humanas, que falará sobre “Estratégias didático-pedagógicas para a atual geração”.

Texto: Paula Pimenta