Casa da Ciência promove atividades diversas em prol da difusão do conhecimento

Iniciativa pioneira em divulgação científica no estado, a Casa da Ciência e Cultura de Campo Grande é um programa de extensão criado há 12 anos, responsável pela difusão de conhecimento da ciência e tecnologia nas áreas de física, química e matemática.

Ao subsidiar projetos de extensão como o Clube de Astronomia Carl Sagan e o Laboratório de Radioastronomia, a casa da Ciência busca ampliar seu atendimento não só voltado aos acadêmicos e visitantes, mas também às escolas públicas e privadas e à formação continuada de professores.

No próximo mês de abril, o programa irá abraçar mais uma vez a formação continuada de docentes de 12 núcleos ligados à Secretaria de Educação do Estado (SED/MS).

De acordo com a coordenadora, o projeto “Elaboração de plantário com iluminação LED” tem como objetivo realizar atividades experimentais investigativas, em ambiente escolar, por professores da área de Ciências Naturais, pela elaboração de uma horta com iluminação LED para estudar o processo de fotossíntese sob luz artificial.

“Escolhemos um tema relacionado a 2019, que foi a bioeconomia, pensando na questão da sustentabilidade, de fato. A ideia é ensinar, para que eles aprendam sobre essa possibilidade, sobre a física envolvida, a tecnologia, a biologia”, explica a Coordenadora da Casa da Ciência, professora Isabela Porto Cavalcante.

O projeto prevê atividade em que, por meio de oficina, sejam elaborados os jardins tecnológicos, que têm como propostas “apresentar novas técnicas efetivas na produção de alimentos que não agridam o meio ambiente ou o consumidor, associando o uso da iluminação artificial, para que produtos orgânicos sejam produzidos de maneira protegida, com eficiência e controle biológico”

Além da produção de conjuntos para exposição na Casa da Ciência – que também recebe estudantes do Ensino Médio em visitações por meio do projeto “Vem para a UFMS”, será fornecido material para a elaboração de um conjunto por professor participante da oficina educacional.

Outras atividades

No ano passado, a Casa da Ciência realizou atividades em cerca de 30 escolas, entre observações, oficinas, minicursos, práticas educativas, encontros, e outras orientações. “Levamos Astronomia para as escolas, com monitores, telescópio, ensinamos sobre o céu, o Sistema Solar, e alguns nos pedem para treinar para a Olimpíada Brasileira de Astronomia”, explica a Coordenadora da Casa da Ciência, professora Isabela Porto Cavalcante.

Dentro das atividades do Clube de Astronomia Carl Sagan, a Casa da Ciência recebe os participantes das sessões semanais de Observação do Céu e do Cine Cosmos, além das reuniões dos grupos de estudo.

Classificada como um Centro de Ciência, a Casa da Ciência participa da Semana Nacional de Museus e da Semanas Nacional de Ciência e Tecnologia em Mato Grosso do Sul. Em 2018 exibiu os projetos “Tocando o céu – Astronomia Inclusiva” e “Tocando os Astros”, que resultaram na produção – dentro da proposta de redução das desigualdades, de exemplares táteis das constelações indígenas e do Sistema Solar, ambos em exposição no prédio da Casa.

“Pensamos em formas de colocar as características do Planeta na textura, por exemplo, os gasosos mais fofinhos, enquanto que para os rochosos usamos até cascas de árvore, como no caso de Marte, além disso, também contemplamos a questão indígena – porque uma parte da inclusão é valorizar os saberes das comunidades que são invisibilizadas”, diz a coordenadora.

 

Clube de Astronomia

Também instituído em 2007, o Clube de Astronomia Carl Sagan, que tem na coordenação novamente o professor Hamilton Perez Soares Corrêa, passa por reformulação de atividades.

‘Queremos retomar um trabalho de divulgação mais impactante, introduzindo novas mídias. Também vamos desenvolver quatro dinâmicas com observação, resgatar o que já fazíamos antes. Essas dinâmicas nos permitem trabalhar com Astronomia, por exemplo, em momentos que não temos teto de observação, a partir de estratégias com modelo, teatralização, com recursos que não passam pela visualização do céu. Trabalhamos com projeção”, explica.

Monitores na Casa da Ciência

Em fase de seleção, os monitores serão formados nesse primeiro semestre para trabalhar com dinâmica e observação. A proposta é por em prática quatro dinâmicas.

A primeira é de orientação – como se localizam os pontos cardeais, qual o caminho que os planetas, as estrelas e o Sol fazem no céu, entre outros pontos.

A segunda dinâmica é a caminhada planetária. “Vamos pegar as distâncias dos planetas ao Sol. Fazemos uma escala relativa, por passos. Por exemplo, do Sol até Mercúrio é um passo, mais um passo estamos em Vênus, mais um passo na Terra, mais um passo e meio chega-se em Marte e depois teremos de andar cerca de 20 passos para chegar em Júpiter. Assim, as pessoas começam a perceber que não é tudo pertinho, é tudo bem diferente do que se imagina. Os planetas menores estão bem juntos, mas os grandes estão bem longe. E vamos falando um pouco da órbita, do tempo de rotação deles, da gravidade, características do planeta”.

Em outra dinâmica, a partir do modelo de Júpiter, as pessoas têm de descobrir o tamanho de outros planetas. “Nessa brincadeira, as pessoas se surpreendem, porque não têm a dimensão real do tamanho dos planetas, que quando colocados lado a lado, do primeiro ao último, têm exatamente a distância da Terra até a Lua”, expõe Hamilton.

Por último, a quarta dinâmica trabalha com as constelações, as representações para diferentes povos. “Mostramos quais são as constelações da nossa cultura indígena local, a leitura do céu feita por cada povo. Uma representação mitológica do céu, que se perpetua culturalmente”, completa.

As atividades de Observação do Céu e do Cine Cosmos também serão retomadas em abril.

Paula Pimenta